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21 jul 2006 - 15h56

O meia Fabrício

Muito se questiona sobre a qualidade do Fabrício. O jogador é até hoje o maior investimento do Atlético em um atleta. Veio, jogou, teve alguns altos e baixos, perdeu a vaga de titular, a retomou e tornou a perdê-la, foi emprestado, mostrou seu valor, retornou, teve novas oportunidades, firmou-se como titular e sofre com lesões que o atrapalham até hoje, tirando-o do time, fazendo-o perder ritmo.

É dono de um belo chute de esquerda com bola rolando ou parada. Além desta, suas principais virtudes são a boa colocação e boa visão de jogo pelo lado esquerdo. Já jogou adiantado, recuado, de ala esquerdo, enfim, jogou onde quis e onde não quis.

Em um mundo de profissionalismo, de muito egoísmo e pouca paixão, de muitas propostas mas de pouca gratidão, reflito sobre as qualidades deste atleta.

Além das virtudes já citadas, a principal característica deste atleta é a vontade de jogar pelo Atlético.

Já foi muito aplaudido, é verdade, mas o que me recordo com muita tristeza são as vais que ele sofreu, por vezes até perto da execração, pois mal pegava na bola na Arena e metade da torcida o apupava. Se é craque, não afirmo, mas trata-se de um jogador diferenciado, por vários motivos.

Este atleta, sempre assediado por outros clubes para venda ou empréstimo, preferiu várias vezes ficar aqui, mesmo amargando por vezes a reserva.

Nunca faltou aplicação da parte dele para o nosso Atlético. Ele, tão quanto vários jogadores que hoje estão no Atlético tem sua vida administrada por um grupo de investimentos, o que prova que a vontade do jogador é que sempre prevalece.

Em um mundo de ingratidão, de garotos prodígios que não cabem mais em sí só, onde pessoas acham-se superiores a instituições quase centanárias e aos próprios colegas de trabalho, o meia Fabrício nos prova a cada ano que passa que o atleta, além de profissional também precisa ter algumas das qualidades indispensáveis a qualquer ser humano: Perseverança e honestidade!

Não se trata de gratidão de Atlético a Fabrício ou vice-versa. Trata-se de alguém que já foi injustiçado, mas que veste o nosso manto e pelas declarações que dá, quer continuar vestindo.

Em um mercado de “fuga das galinhas”, Fabrício já provou seu valor.

Ele é um jogador que tem uma 45, mas que insiste em sacar um 38. Quando aprender a usar com frequencia todo seu potencial, vira ídolo de vez!

Estamos carentes de ídolos! E um idolo honesto, seria melhor ainda.

O contrato do Fabrício, se não estiver enganado, vence em janeiro proximo. Gostaria de vê-lo renovado.

Hoje as relações são de favores e deveres, compromissos e contratos.

Fico feliz em ver que algumas qualidades ainda se sobressaem, principalmente com o que temos visto nos últimos meses no mundo das negociações de atletas.

Embora por vezes achemos que para jogar futebol basta saber o que fazer dentro das quatro linhas, na prática as coisas são umpouco diferentes.

Por isso, Fabrício não merece uma chance! Merece todas!

Outras decisões virão! E ele acertará o próximo pênalty. Não por que nos deva, mas por que merece!

Neste mundo irônico e consumista, de repente reflito se não devemos repensar sobre as próprias atitudes.

Nos procupamos tanto em noticiar e criticar as atitudes dos “sem caráter” que por vezes nos esquecemos de admirar e reconhecer atitudes nobres, de homens de caráter, profissionais de verdade.

Que haja o tal profissionalismo, mas com honestidade!

Um abraço a todos os atleticanos!



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