26 jul 2006 - 11h28

A volta do que não foi

Parece título de novela. Só faltava mesmo isso para a história envolvendo Dagoberto e o Atlético. Personagens, enredo, duração, reviravoltas, drama e suspense já eram ingredientes conhecidos do torcedor rubro-negro. Desde o início do ano, a diretoria tenta a renovação do contrato do atacante, que recusou todas as propostas. Vale a pena relembrar: o penúltimo capítulo foi a decisão judicial que determinou a prorrogação contratual por mais 250 dias. O último foi a decisão da diretoria de reintegrar o atleta ao elenco que culminou com o pedido de demissão do técnico Givanildo Oliveira.

Uma nova personagem entrou em cena nesta semana. Seu nome, Oswaldo Alvarez. Sua missão, livrar o Atlético da parte de baixo da classificação do Campeonato Brasileiro e fazer com o que o time volte a jogar um futebol alegre e eficiente. Para isso, ele usará mão de todas as armas. A primeira medida é tentar resgatar a confiança dos jogadores. Para isso, Vadão quer o apoio incondicional da torcida atleticana, que prontamente atendeu aos apelos. Por fim, o ingrediente que faltava: a volta de Dagoberto a uma partida oficial.

Neste ano, Dagoberto disputou apenas dez partidas e marcou quatro gols. Seu último jogo foi contra o Santa Cruz, no dia 14 de maio. Nos últimos dois meses, seu nome surgiu apenas no noticiário jurídico-desportivo. Seus procuradores chegaram a anunciar oficialmente que o contrato não seria renovado. Depois, o Atlético ingressou na Justiça do Trabalho e obteve uma decisão determinando a prorrogação contratual. O jogador bateu boca publicamente com o técnico Givanildo Oliveira, que acabou pedindo demissão.

A chegada de Vadão ao CT do Caju alivia um pouco o ambiente. Como já conhece Dagoberto desde suas outras passagens pelo clube e não participou do "calor" das recentes disputas, tem o perfil adequado para colocar panos quentes na polêmica. Logo em suas primeiras declarações, anunciou que contava com o jogador. A escalação de Dagoberto para o jogo contra o Flamengo foi confirmada logo no primeiro treinamento comandado pelo novo treinador.

Há pelo menos três versões para o até certo ponto inesperado retorno de Dagoberto. Dizem que a diretoria do clube e os procuradores do atleta finalmente chegaram a um acordo com relação à situação contratual do jogador. A Revista Placar levantou a versão de que a empresa de material esportivo Nike pressionou o atacante para voltar a jogar e a ficar em evidência, uma vez que detém contrato de patrocínio. Finalmente, há quem garanta que a volta de Dagoberto é curta. Ele seria escalado nos próximos jogos para ser posto em evidência e imediatamente negociado com um clube estrangeiro.

De todo modo, quem for à Kyocera Arena no domingo terá a oportunidade de assistir ao vivo mais um capítulo desta novela atleticana. Desta vez, com nome e tudo: a volta do que não foi.



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