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14 ago 2006 - 16h23

Deus salve o Atlético

Estamos chegando ao fundo do poço. A situação é gravíssima e poderá complicar ainda mais. A minha sugestão é a de que “juntemos os cacos”, façamos um inventário destemido, admitamos nossas falhas e projetemos um novo rumo para o Clube Atlético Paranaense. A primeira atitude que deveríamos tomar, sem pestanejar, seria a de pensar com muita sabedoria, sobre três importantes aspectos da vida do Furacão: De onde viemos, quem somos, e o que queremos ser no futuro. Sério, estou falando sério mesmo. Não estou filosofando, estou apenas dizendo que deveríamos decidir, com segurança, quais deveriam ser os nossos próximos rumos.

Sei que há um projeto para o Clube Atlético Paranaense,. Sei também que o nosso time é um time que vende jogadores para poder sustentar a extraordinária estrutura que temos, e sei que há um projeto de conclusão da Arena. Queremos mais do que ninguém, que ela seja concluída. Sei que o mercado é caríssimo, altamente competitivo e disputadíssimo em busca de jogadores bons, porque craques há muito tempo nem ouvimos falar. Talvez porque haja essa carência de bons jogadores, que chamamos de craque, qualquer cabeça-de-bagre.

Não há dinheiro para comprar jogadores prontos, os empresários estão cada vez mais famintos e inescrupulosos – vide caso Dagoberto – então, deveríamos continuar nesse mesmo rumo que estamos vivenciando.

O segredo então, está na garimpagem, nas busca de bons jogadores. Encontrá-los e trabalhar na formação de craques, esse deveria ser e é o nosso rumo. Perfeito, combinamos com tudo até agora. O que há de errado então?

Deveríamos buscar novos “buscadores” de jogadores, novos olheiros, e, preferencialmente que não estejam sofrendo de conjuntivite crônica. Deverão ser, acima de tudo, atleticanos, e que amem muito o Furacão. Mesmo que eles recebam seu merecido salário, mas que façam seus trabalhos com muito amor e dedicação.

Sei que é muito difícil criticar o trabalho de profissionais renomados, mas alguma coisa há de errado em nossas buscas e aprovações de atletas a serem contratados. É nessa linha que deveríamos nos concentrar. Não é possível, que com todo esse suporte e apoio que a nossa fenomenal estrutura propicia a esses olheiros profissionais, e deles não obtenha o Furacão, um retorno satisfatório, com a vinda de grandes valores para o nosso time, o meu querido Clube Atlético Paranaense. Não é possível. Deve haver alguma coisa de errado.

Vendo os jogos do Atlético e do Paraná, não há como fazer algumas comparações que podem nos remeter a reflexões. Vejamos:

O jogador Ivan tem uma capacidade extraordinária de se colocar e ficar em uma parte do campo, de maneira que não atrapalhe, de forma alguma, a ação perigosa dos atacantes adversários. Reparem bem no lance do primeiro gol, em que os jogadores gremistas tabelam em sua frente, jogada simples, um – dois, e ele fica olhando, olhando, estaticamente olhando, impávido e colosso. Contra o Corintians, lembram-se? Dois gols em cima dessa sua capacidade de não intervir satisfatoriamente.

A ação de repatriar jogadores do mercado externo deveria ser pautada com mais critério. Que tal repatriar o Jadson? Outra coisa mais: O que há de errado na chuteira do Denis Marques? Por que ele não pára em pé quando disputa a bola com os adversários?

Quem sabe mais um pitaco: Vendo o Dagoberto saindo do campo, com aquele seu novo penteado, seu “new look”, com aquele “topetinho”, expulso numa jogada infantil, sem produzir nada no jogo, fico com minhas dúvidas: Ele realmente está tão ruim assim? Será que desaprendeu a arte de jogar futebol de forma alegre e produtiva como ele sabia fazer tão bem? O que poderia estar acontecendo com ele? Ou ainda, estaria ele, já colhendo os frutos das suas atitudes inconseqüentes, quando deu as costas a quem muito lhe ajudou? Creio nessa última possibilidade. Penso que o Dagoberto está dando tudo que pode, mas o que ele pode é muito pouco. Ele não consegue mais produzir além disso que apresentou contra o Gremio. Chegou ao seu limite. Deveríamos fazê-lo completar os sete jogos deste brasileirão e encostá-lo, colocá-lo no banco, porque ele não vem produzindo nada para o nosso time. Poderá até ir para outro time, e mesmo assim não conseguirá voltar a jogar como jogava, porque ele perdeu a sua essência nessa sua malograda experiência completamente desprovida de ética. Somos livres para escolher, mas, escravos, reféns das nossas próprias escolhas (já ouvi isso em algum lugar).

Por outro lado, vi um menino jogando no Paraná, magrinho, negrinho serelepe, parecia um saci-pererê com duas pernas perfeitas, leve e solto, muito atrevidamente, vem fazendo gols maravilhosos no campeonato brasileiro. Engraçado, não conheço esse menino, mas apostaria que não anda de jet ski, não joga tênis, e tampouco adotou um novo “penteadozinho com topete”, e talvez não tenha se engatado com alguma “loura fabulosa”. A forma como ele joga é linda, é fantástica. É um artista da bola.

Houve uma jogada, movimentos rápidos do ataque paranista, ainda não tinha saído o primeiro gol. O ataque vinha rápido, a defesa santista saindo para fazer a linha de impedimento, parecia um balé movimentadíssimo, e esse menino, o Maicosuel acompanhava, fielmente, o movimento de retirada dos becões santistas, ía e vinha. Olha, foi um lance lindo! Como esse menino sabe jogar sem bola. Logo depois, ele fez aquele jogada sensacional que culminou com um belo gol. Ele iniciou a jogada e concluiu-a, com muita categoria.

Sinto muito meus amigos atleticanos, não fiquem brabos comigo, sou atleticano, e esse menino é paranista, mas adoro futebol, sou apaixonado por futebol e por jogadas lindas. São essas jogadas que ainda salvam o nosso futebol e não os “bicões prá cima, os chutões dos cabeças-de-bagres”. Jogadas lindas como aquela do menino Lucas Piasentin que culminou com o gol do título da Taça BH. Um belo chapéu de frente, mata no peito e pimba, bola na rede. Uma pintura de gol, uma aberração, uma verdadeira obra de arte. Essas jogadas deveriam ser reprisadas várias vezes no Fantástico.

Tenho visto muita gente crucificando o Presidente Petraglia, querendo responsabilizá-lo por esse estado de coisas que está ocorrendo no Furacão. Não concordo. Pode ser que ele tenha errado, assim como todos erramos, mas quem olha e contrata esses jogadores? Quem indicou o Herrera colombiano e não o Herrera argentino, esse que marcou aquele belo gol do Grêmio? Por que o menino Marcos Aurélio não entrou no lugar do Dagoberto, que não fez nada contra o Grêmio? O Vadão devia tê-lo substituído no intervalo, porque ele não vinha produzindo nada, estava só atrapalhando. Espero que o Vadão não seja o Parreira versão paranaense, tomara.

Eu acredito, firmemente, que o Sr. Petraglia está tão triste quanto nós, que está sofrendo tanto quanto nós, e acredito que ele está fazendo tudo que lhe é possível para tirar o Clube Atlético Paranaense dessa tragédia que se anuncia: A nossa volta à zona do rebaixamento, e uma possível queda para segunda divisão (bati 3 vezes na minha mesa, Cruz Credo!).

Nesta hora, cabe-nos ajudar o nosso time, cabe-nos apoiar a nossa diretoria. Deveríamos continuar fazendo a nossa parte e deveríamos desejar que eles acertem, e acertem mais que errem, porque, se eles afundarem, afundaremos juntos, se o Atlético cair, cairemos juntos.

Não é hora de sairmos caçando bruxas. As soluções para essa crise, para essa horrível situação, estão no próprio CT do Caju, basta que tenhamos coragem e ousemos. Pior do que está, nunca poderá ficar. Estamos no limite da tragédia. Busquem soluções nas categorias de base do nosso time. Ali poderá estar a saída da beira do abismo, já que não olhamos ninguém e o mercado futebolístico está altamente competitivo, olhem para dentro do CT do Caju.



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