24 ago 2006 - 10h33

Análise de Atlético 3 x 0 Ponte Preta, por Rogério Andrade

Análise de Atlético 3 x 0 Ponte Preta
por Rogério Andrade

O Atlético encantou. E desencantou. Se não foi com um futebol espetacular que o Furacão alegrou a sua fanática torcida, foi com tranqüilidade, com união e motivação. Algo muito bom e muito positivo estava contagiando a todos que estiveram ontem na Baixada, mas nem por isso o torcedor se iludiu muito antes da bola rolar. Um golzinho de diferença, dois no máximo, estaria bom demais, desde que os três pontos fossem garantidos. Empate ou derrota, nem pensar.

Nos primeiros minutos já vimos um Atlético mais agressivo, parecia que estava embalado pelo terceiro gol em Florianópolis. Bem organizado taticamente e jogando com dois zagueiros, o time mostrou que conseguiu um melhor entendimento na defesa e nos momentos de perigo oferecidos pela Ponte Preta, Cléber confirmou sua ótima qualidade.

Nas alas, ainda temos algumas carências. Jancarlos só apareceu no primeiro tempo, marcando e apoiando, mas no segundo tempo ficou um pouco preso, sem velocidade. Já na ala esquerda Michel não mostrou o futebol que todos esperavam após sua entrada contra o Figueirense, mas já ofereceu uma qualidade essencial para um lateral: o cruzamento. No primeiro gol, um cruzamento consciente, na cabeça de Ferreira. Os demais, todos perigosos e sempre certeiros. Se pecou, foi na marcação e nos dribles individuais, mas com uma seqüência de jogos deve render muito mais.

Alan Bahia continua mostrando que não vive um bom momento, mas mesmo assim suas falhas não chegaram a interferir, até porque o belíssimo futebol apresentado pelos jogadores Cristian e Marcelo Silva equilibrou as ações, principalmente do meio para a frente. Surpreendentemente, Cristian foi um dos melhores em campo, com uma ótima qualidade de passe e tranqüilidade na criação de jogadas.

Também foram destaques na noite de ontem os zagueiros Danilo e João Leonardo. Seguros e com mais força nas divididas, mostraram organização e disciplina tática. Criando, marcando e jogando com velocidade e amor ao Atlético, Ferreira foi o melhor em campo. Um verdadeiro gigante que encheu os olhos do torcedor. Mesmo estando perdido no primeiro tempo, Marcos Aurélio mostrou apenas vontade, mas no segundo tempo, melhor colocado em campo, o pequeno jogador incomodou bastante a zaga do time de Campinas. Ao seu lado, Denis foi fundamental, está jogando como um guerreiro e em evidente evolução. Protegeu bem a bola, criou ótimas jogadas individuais e só não guardou o seu gol por capricho. Deslocava sempre, no mínimo, dois marcadores, abrindo mais espaço no ataque.

E se o rendimento caiu a partir da metade do segundo tempo, com todos os méritos, o professor Vadão usou as três substituições e foi feliz em todas. Erandir, Herrera e Válber entraram no espírito do time e apresentaram um bom futebol. Destaque para Válber que há algum tempo mostra que deve ser titular do Atlético.

Três gols, a volta por cima, um recomeço. O Atlético massacrou a Ponte Preta na Baixada e deu ao seu torcedor um novo caminho de esperanças. Adversários melhores virão, para tanto, ainda precisamos de algo mais, talvez um ajuste no meio e um ataque matador, contando com a evolução dos nossos laterais. Enquanto isso, Vadão mexe aqui, remexe ali, muda o esquema tático, motiva o grupo e dá ao time algo que há muito tempo não víamos: postura tática. O Atlético de ontem foi o “senhor da razões”, se comportou como o velho Atlético imbatível no caldeirão e soube se impor e mandar no jogo. Um prêmio merecido a todos os jogadores que assimilaram a importância de vestir a camisa rubro-negra e a maravilhosa e contagiante torcida atleticana. Uma grande noite de festa, e que todas as outras sejam assim. Parabéns, Atlético!

Rogério Andrade é colaborador e colunista da Furacao.com. Clique aqui para entrar em contato com ele.

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