13 nov 2006 - 10h51

Análise de Atlético 2×3 Grêmio, por Marcel Costa

Um jogo reserva
por Marcel Costa

O jogo de ontem foi atípico. Frio no meio do mês de novembro, Atlético em campo com time misto, torcida desinteressada e para completar um juiz fraquíssimo e confuso. Com todos estes ingredientes desfavoráveis, o público ainda superou as expectativas, com pouco menos de 10 mil pessoas presentes à Kyocera Arena.

Com a bola rolando, o jogo continuou atípico. Nunca tinha visto um Atlético e Grêmio sem pegada, confusão e disputas mais ríspidas. Dois times que tradicionalmente marcam forte, mas que nesta fria tarde de domingo deixaram o jogo correr. Sem faltas que fossem passíveis de cartões, sendo o único amarelo dado à Lucas, no lance do pênalti a favor do Atlético, graças ao toque de mão do volante gremista.

O Atlético entrou em campo com um time diferente do comum, conforme já adiantado durante a semana por Vadão. Mas além dos jogadores serem outros, o esquema foi bastante modificado. Marcelo Silva era o único volante, enquanto que William, Válber e Dagoberto tinham a função de criar as jogadas para a dupla de atacantes: Paulo Rink e Pedro Oldoni. No primeiro tempo o time pouco produziu e o sistema de jogo mostrou-se falho. O único gol atleticano saiu após precisa cobrança de falta de Dagoberto para cabeçada certeira de Marcelo Silva, os dois destaques do Atlético na partida. O volante quase marcou mais um gol, após inteligente passe de Válber, mas errou a pontaria e cabeceou para fora.

Na tentativa de melhorar a equipe que colocou em campo, Vadão apostou no polivalente Chico, jogador das categorias de base do clube que atua tanto de zagueiro, como volante e lateral esquerda. No entanto, o sacrificado foi Válber. Não entendi a substituição, pois Chico poderia entrar tanto no lugar de Ivan que mais uma vez não estava bem ou no de Paulo Rink, ajeitando o posicionamento da equipe com a ida de Dagoberto ao ataque.

Opções à parte, o time se ajeitou em campo, afinal passou a contar com dois volantes na marcação. Mas repetindo aquilo que temos visto durante todo o campeonato, especialmente nos últimos jogos, o Grêmio apostou nas bolas alçadas à área e assim desempatou o jogo duas vezes. Nem mesmo o gol de Dagoberto após uma seqüência de lindos lances do atleticano que resultou no pênalti por ele cobrado salvou o Atlético de mais uma derrota em casa. Agora restam três jogos ao Atlético no Brasileiro e o clube segue na busca por mais um ponto que eliminaria qualquer chance de rebaixamento para a segunda divisão de 2007.

Os destaques da partida, na minha opinião, foram quatro. Pelo Grêmio, o volante Lucas e o atacante Rômulo. Enquanto que no Atlético se destacaram Marcelo Silva e Dagoberto. Lucas é a grande revelação do Campeonato Brasileiro de 2006. O jovem gremista está sempre bem colocado, desarma com eficiência e sabe sair jogando. Talvez falte a ele um pouco menos de vontade, pois comete muitas faltas. Já Rômulo é um bom finalizador que já se destacava no Ituano com seus gols e continua mantendo a boa média no Grêmio.

Pelo Atlético, Marcelo Silva comandou a equipe, com um futebol eficiente e liderando os jovens companheiros, mostrando que pode ser titular da equipe. Já Dagoberto é um caso a parte. O jogador é craque, com qualidade técnica indiscutível. Ontem, mesmo sem ritmo, proporcionou um belo espetáculo à torcida atleticana, com dribles desconcertantes (inclusive duas canetas seguidas, uma delas em Lucas), passes perfeitos, escanteios bem cobrados, uma assistência e um gol. Em 75 minutos conseguiu fazer uma torcida desconfiada aplaudí-lo ao sair de campo. Poucos têm este dom, pena que pareça distante a conciliação do atleta com o clube. Quem mais perde nesta briga é o próprio torcedor que não sabe até quando contará com seu melhor jogador.

Marcel Costa é colaborador da Furacao.com. Clique aqui para entrar em contato com ele.

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