Raio-x do Pachuca
Pela segunda vez em sua história, o Atlético enfrenta um time do México. O adversário da vez é o mais antigo clube do futebol mexicano: o Club de Futbol Pachuca, fundado em 1901, quando técnicos e mineiros da Companhia Real do Monte, na cidade de Pachuca, capital do estado de Hidalgo, fundaram a primeira equipe de futebol da República do México. Em princípio, usavam o esporte apenas como um passatempo, até julho de 1907, quando se constituiu a Primeira Liga Mexicana de Futebol, com outras equipes que surgiram imediatamente após o Pachuca.
Coincidentemente, o encontro do Atlético contra os mexicanos é mais uma vez em uma semifinal de torneio sul-americano: ano passado, o Rubro-negro derrotou o Chivas Guadalajara nas semifinais da Copa Libertadores da América; desta vez, o Pachuca enfrenta o Furacão nas semifinais da Copa Sul-Americana.
Mas não apenas essa coincidência marca o encontro entre o Furacão da Baixada e os Tuzos Mexicanos. Apesar dos 105 anos de fundação, a história vitoriosa do Pachuca é recente: o projeto começou em 1994, quando o clube retornou à elite do futebol do México depois de 19 anos na segunda divisão. E a volta foi em grande estilo, com o time conquistando o título da Primeira Divisão na temporada 1995-96.
A equipe levantou ainda as taças do Campeonato de Invierno de 1997, 1999 e 2001, Apertura de 2003 e Clausura de 2006, esses todos títulos da primeira divisão mexicana. Por duas oportunidades o clube conquistou campeonatos internacionais: a Copa Towers, em 1912, e a Copa dos Campeões da Concaf, em 2002.
Outra coincidência entre os dois clubes está no reconhecimento de jogadores servindo as seleções nacionais. Na Copa do Mundo de 2002, Kleberson entrou para a história como o primeiro jogador paranaense, atuando por uma equipe do estado, a participar do Mundial, sendo peça importante na seleção brasileira na conquista do pentacampeonato. E, assim como os atleticanos, os torcedores do Pachuca viram na Copa da Coréia e do Japão seu maior reconhecimento internacional: o time cedeu quatro jogadores para integrar a seleção mexicana (Manuel Vidrio, Alberto Rodríguez, Gabriel Caballero e Francisco Gabriel de Anda), que constituíram a base da seleção do México na competição.
O bom desempenho no futebol do México rendeu ao Pachuca o convite da Confederação Sul-Americana de Futebol para disputar a Copa Libertadores da América em 2005, sendo eliminado nas oitavas-de-final pelo Chivas Guadalajara. Este ano, a equipe retorna a uma competição promovida pela Conmebol, como convidada para a disputa da Copa Sul-Americana.
Um dos adversários do Atlético no jogo de volta, dia 22, no México, será a altitude. A cidade de Pachuca fica a 2426 metros do nível do mar. Além disso, o Furacão terá pela frente a força da torcida dos Tuzos, que prometem lotar os 30 mil lugares do estádio Hidalgo, local onde o Pachuca manda suas partidas.
Universidade do Futebol
Não só os feitos recentes aproximam o Atlético ao Pachuca. Fora das quatro linhas, os dois clubes têm filosofia de trabalho parecidas. O principal ponto de concordância é na Universidade do Futebol, uma realidade para o clube mexicano e uma das metas da diretoria do Furacão.
O Pachuca é o primeiro time latino-americano a contar com uma universidade própria. Fundada em 08 de novembro de 2001, a Universidad del Futbol foi um dos marcos nas comemorações do centenário do clube mexicano. O objetivo é o de promover a profissionalização do esporte, adotando modelos acadêmicos e desportivos de vanguarda, oferecendo programas de excelência acadêmica e esportivos, com perspectiva global.
Na inauguração, foi promovido o Primeiro Congresso Internacional Pachuca 100 anos, com as presenças de grandes personalidades esportivas mundiais como o argentino Marcelo Bielsa, o ex-técnico da seleção boliviana, Xabier Azkargorta, e Pelé. Entre os cursos oferecidos pela Universidade do Futebol do Pachuca estão os de graduação em Educação Física, Comunicação, Psicologia e Administração de Empresas e Mestrado em Ciências de Esportes de Alto Rendimento.