Juca Kfouri e PCV acham que ficou difícil
Os comentarista esportivos Juca Kfouri e Paulo Cesar Vasconcellos comentaram o jogo do Atlético em seus blogs na tarde desta quarta-feira. O Furacão foi derrotado em casa pelo Pachuca por 1 a 0 e agora precisa de uma vitória no jogo de volta, semana que vem, para se classificar à final da Copa Sul-Americana. Na visão de Kfouri (ESPN Brasil) e de PCV (Sportv), será uma tarefa espinhosa para os comandados de Vadão. Confira os comentários:
JUCA KFOURI
Pachuca machuca – O Atlético começou o jogo como se fosse liquidá-lo em instantes. Jancarlos mandou uma falta no travessão e Denis Marques teve uma chance na cara do gol, antes mesmo dos primeiros cinco minutos. Mas, depois, o Pachuca se impôs e foi o goleiro brasileiro Cléber quem teve que trabalhar mais, em pelo menos outros dois lances bem agudos. A posse de bola era mexicana e o rubro-negro não sabia o que fazer, enredado pelo adversário. Para o segundo tempo houve progressos no Furacão e Denis Marques voltou a ter duas chances de ouro. Mas o Pachuca não se abalou e seguiu em sua toada, segura e sem pressa. Nem mesmo a entrada de Dagoberto mudou o panorama. E, num contra-ataque fulminante, aos 41 minutos, Alvarez fez o gol da vitória, justa, do Pachuca. O pior é que não só o Pachuca mostrou-se superior como, ainda por cima, tem o ainda por cima. Ou seja: os mais de 2400 metros de altitude que o Furacão terá de varrer na partida de volta. Ficou dificílimo.
PAULO CÉSAR VASCONCELLOS
Decepção em vermelho e preto – Antes de qualquer observação mais detalhada, a certeza é a de que foi a pior atuação do Atlético Paranaense nos últimos tempos. Vá entender o que se passa na cabeça dos jogadores de uma equipe capaz de chegar à semifinal da Sul-Americana com sobras, com um futebol de gente grande e na hora de justificar, mais uma vez, todos as expectativas, ela simplesmente desaparece. Pois vem o jogo em que todos esperavam uma atuação acima da média e o Atlético Paranaense decepciona. Ficou léguas daquela equipe determinada, veloz, criativa e intensa das últimas rodadas do Campeonato Brasileiro e nas participações nesta Sul-Americana. O cenário não poderia ser mais favorável, mas o jogo não saiu. Fiquei com a impressão que o Atlético Paranaense não acordou para o jogo. Tenho razoável resistência a essa idéia de que no futebol tudo se resume a garra e a determinação. Por conta desta implicância _ não gosto da palavra, mas ela se encaixa _ com esta banalização no instante em que é necessário observar, eu não creio que foi a ausência de uma coisa e da outra responsáveis pela derrota. Simplesmente o Atlético Paranaense não conseguiu se encontrar. Mas não foi apenas por conta de uma atuação ruim que o Atlético Paranaense sucumbiu diante do Pachuca. Há um outro ponto _ mais importante e complicador para o segundo jogo _ que merece ser destacado: os mexicanos pisaram a Arena da Baixada com uma equipe bem armada, que soube o que fazer dentro de campo. As vezes, confesso, senti certa nostalgia ao ver o desempenho do Pachuca. Gostaria muito de observar uma equipe brasileira com este estilo. Houve uma época em que muitos times apresentavam um bom toque de bola, marcavam e atacavam. Aos poucos esta característica desapareceu e hoje é encontrada no………futebol mexicano. A derrota e o histórico do Pachuca dentro da Copa Sul-Americana mostram que a vaga para as finais está muito mais difícil. Não desprezo a capacidade de reação do Atlético Paranaense, mas exatamente por ver muitas qualidades no rival, eu reconheço que tudo ficou mais complicado. Em vermelho e preto.