3 dez 2006 - 11h35

O negócio futebol na ótica de Petraglia

O presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mario Celso Petraglia, foi um dos convidados do programa QI na TV, na madrugada deste sábado. Apresentado pelo jornalista Fabio Campana, o programa contou também com as participações do jornalista Carlos Alberto Pessoa e do ex-goleiro e atual secretário de Esportes de Curitiba, Raul Plasmann. Eles comentaram aspectos relacionados ao tema: “Futebol: a alegria do povo ficou triste?”.

Durante o programa, Petraglia comentou sobre administração de um clube de futebol no Brasil na atualidade e as perspectivas para o esporte nos próximos anos. Um dos aspectos comentados pelo dirigente atleticano foi o grande negócio que o futebol moderno virou em todo o mundo.

“O futebol virou no mundo um grande negócio. Os centros mais desenvolvidos, principalmente na Europa, têm condições de pagar muito mais do que a gente”, disse, referindo-se das dificuldades dos clubes brasileiros em segurar seus principais jogadores. Segundo Petraglia, hoje até os jogadores medianos já são bastante assediados pelo futebol internacional.

Uma das razões para que na Europa se consiga esse maior apelo financeiro para o esporte, na visão de Petraglia, está na elitização do esporte. “No Brasil, o problema é cultural e político. Há participação do estado administrando o futebol. O negócio futebol, o modelo se modificou no mundo e o Brasil está resistindo politicamente”, afirmou. Segundo ele, a questão política não permite que os clubes sejam administrados como melhor lhes convém, podendo determinar o preço de ingresso que acha o justo, restringindo ou não a questão do meio-ingresso, entre outros. Petraglia comentou também uma tese que há tempos defende: não é o futebol que exclui a ida aos estádios dos mais pobres, eles já são excluídos naturalmente pelo sistema. Segundo o presidente, mesmo com um ingresso mais elevado, tem-se público e platéia para as partidas, mas a interferência política não permite que esse sistema seja adotado no Brasil, o que ele considera um grande erro.

Ainda abordando a parte política do futebol, Petraglia defendeu a elaboração de um novo estatuto do desporto. “Precisamos de um novo estatuto do desporto. Um jogador de futebol não pode ser comparado a um torneiro mecânico ou a um operário, estar submetido à CLT. E você não pode colocar o futebol na mesma legislação do tênis de mesa, por exemplo”, disse.

Questão social

Não só das questões políticas referentes ao esporte foi tema do debate no programa QI na TV. O presidente atleticano comentou também sobre as questões sociais que envolvem o esporte. Petraglia defendeu a tese de que o Brasil forma hoje muitos craques porque o ambiente permite tal fato. Segundo ele, a educação sendo de apenas quatro horas, além da facilidade que jogar futebol oferece (com uma bola que pode ser até de meia, em qualquer tipo de terreno, é possível entreter cinco, dez, vinte crianças ) permitem o surgimento de tantos bons jogadores.

“O ambiente é propício pela exclusão. No momento em que o Brasil der condições de que esses meninos estejam aonde deveriam estar (na escola), não produziremos tantos craques”, disse. Segundo Petraglia, a partir daí, quem vai formar os grandes craques serão as escolinhas, os clubes.

Os participantes do programa também comentaram sobre o que esperam do futebol brasileiro para os próximos anos para melhorar e fortalecer o esporte. Para o jornalista Fabio Campana, é preciso “eliminar os campeonatos estaduais e internacionalizar o futebol da América do Sul”. Já Raul Plasmann defendeu a tese de que é preciso “provocar mudanças urgentes na Lei Pelé”.

Petraglia se disse otimista quanto ao futuro do futebol brasileiro. “O futebol brasileiro será modernizado. Temos a expectativa de realizar a Copa de 2014, nos prepararemos para isso, modernizaremos nossas praças, construiremos novas arenas e continuaremos fazendo o melhor futebol do mundo”, finalizou o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mario Celso Petraglia.



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