4 dez 2006 - 10h00

Craque do passado analisa Atlético do presente

Oito anos vestindo a camisa rubro-negra, maior artilheiro da história do Atlético com 157 gols marcados, mestre em executar jogadas arrojadas, oito gols de bicicleta, assistências de calcanhar, ídolo da torcida. Estas são algumas marcas do currículo de Barcímio Sicupira Júnior, o eterno "craque da 8". Depois de encerrar a carreira como jogador, Sicupira tornou-se comentarista e atualmente trabalha na Rádio Banda B (AM 550) e na CNT. Neste ano, acompanhou a maioria dos 65 jogos do Atlético.

Assim, ninguém melhor do que ele, para falar sobre esta temporada. Em entrevista exclusiva à Furacao.com, o ex-jogador analisou o Atlético em 2006, apontou erros e deu conselhos acerca do que precisa ser feito para que seu time de coração possa começar 2007 com o pé direito.

Erro de avaliação

Mesmo sendo torcedor atleticano, Sicupira deixa de lado seu amor pelo Clube Atlético Paranaense e procura comentar com imparcialidade as partidas do Furacão. Para ele, a maior falha da diretoria atleticana neste ano foi ter supervalorizado a qualidade do elenco. "O maior erro foi acreditar que o time era melhor do que era. Quando a gente que comenta apontava alguns erros, o povo não se dava conta, pensava que estava bom assim deste jeito. No fim, o time foi, voltou, foi, voltou, quatro cinco vezes no mesmo ano e isso não pode acontecer", disse.

Planejamento

O ano de 2006, anunciado pela diretoria como "o ano do futebol", começou cheio de esperança para o torcedor. Mas com o início das competições, foram surgindo algumas evidências de erros no planejamento para a temporada. Segundo o comentarista da Banda B, os planos deveriam ter sido mais bem organizados para que o Atlético pudesse participar dos quatro campeonatos de forma competitiva. Contudo, Sicupira preferiu ser cauteloso ao tecer críticas aos departamentos responsáveis do clube. "[Houve erros] desde o planejamento, mas quem sou eu para discutir planejamento se eu não vi o que foi feito. Mas realmente para você participar de três ou quatro competições em um ano tem que ter primeiro um elenco muito grande e, claro, toda a competência que não tenho a mínima dúvida que o Atlético tem através dos seus vários departamentos" afirmou.

Time não teve equilíbrio

Dentro de campo, o time atleticano mostrou desorganização. Em muitos jogos, ataque e meio-campo não pareciam entrosados. Para Sicupira, não havia harmonia desde o sistema defensivo até o ofensivo. "O Atlético foi um tanto auto-suficiente este ano. Foi um time que não teve todo o equilíbrio que um time tem que ter. Não digo só equilíbrio dentro de campo, equilíbrio no geral mesmo", comentou.

Permanência de Vadão

Muitos veículos de comunicação já dão como certa a permanência do técnico Oswaldo Alvarez no comando técnico do Rubro-Negro. O ex-jogador atleticano revelou que gostaria de ver Vadão continuando seu trabalho no ano que vem e o apontou como responsável pela melhora na produção da equipe. "O Vadão deu equilíbrio a este time, quer dizer o pouco equilíbrio que teve foi graças ao Vadão. Eu gosto muito dele porque ele é um sujeito muito coerente, não acha que é o tal nem nada, não vive de fantasia, um grande profissional. Ele tem de ficar, com certeza", opinou.

A maioria das pessoas que acessa o site Furacao.com concorda com o ídolo atleticano. Desde o dia 23 de novembro, a enquete do site vem indagando os torcedores sobre a permanência de Oswaldo Alvarez no cargo. Até o fechamento desta matéria, 5.716 pessoas haviam votado, sendo que 56,5% aprovam a conservação do treinador e 43,5% gostariam de um novo técnico.

Lições de 2006

Para todas as pessoas ligadas ao futebol, 2006 foi um ano ruim para o Furacão. Eliminado prematuramente do Campeonato Paranaense, da Copa do Brasil, da Copa Sul-Americana, apesar da boa campanha, e de um Campeonato Brasileiro razoável, o Atlético fecha este ano com apenas uma conquista: a da vaga para disputar o torneio sul-americano novamente em 2007. Sicupira acredita que o Atlético tem de tirar lições deste ano. "Eu acredito que este ano foi um aprendizado muito grande e que alguns jogadores deverão ser contratados, mas o importante é que já tem uma boa base. Deste time que está aí, muitos jogadores são aproveitáveis. Não estou dizendo que o time é ruim, mas tem algumas posições que estão carentes", declarou.

Conselhos de craque

Para ele, as posições que precisam ser reforçadas são as laterais e o meio-campo. "As duas alas, por exemplo, precisam de gente. Precisa de um meia-armador ligeiro, mas ligeiro mesmo, para dar equilíbrio. O time tem bons atacantes, mas não tem gente que leve a bola com qualidade", apontou. Além de contratar e manter os que fizeram boas atuações, Sicupira afirmou que o Rubro-Negro precisa urgentemente acabar com o pesadelo das bolas alçadas na área atleticana e que quase sempre têm um destino certo: o gol. "Precisam acabar com o tormento da bola alta na defesa do Atlético, que já não dá mais. Fica muito fácil para comentarista. Jogou bola alta na área é gol. E isso é uma coisa previsível, coisa que pode ser corrigida inclusive contratando jogadores cada um pinçado para determinada posição", finalizou.

Colaboração: Patrícia Bahr



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