Dossiê 2006: Os zagueiros do Atlético
Durante toda a temporada 2006, o time do Atlético sofreu 98 gols em 65 jogos uma média de 1,50 gol por jogo. No Campeonato Brasileiro, o Rubro-negro teve o quarto pior sistema defensivo, tendo sofrido 62 gols menos apenas que Palmeiras, Ponte Preta e Santa Cruz. O desempenho da zaga atleticana não vêm agradando ao torcedor, tanto que em recente enquete da Furacao.com, para 41,2% dos atleticanos a posição que o Atlético mais precisa de reforços para 2007 é justamente a zaga.
Um dos problemas do sistema defensivo deste ano é uma repetição do que vem acontecendo nas últimas temporadas: a bola levantada na área. Precisam acabar com o tormento da bola alta na defesa do Atlético, que já não dá mais, fica muito fácil para comentarista. Jogou bola alta na área é gol. E isso é uma coisa previsível, coisa que inclusive contratando jogadores cada um pinçado para determinada posição, disse em recente entrevista à Furacao.com o ex-jogador e comentarista Sicupira.
Atualmente, o Atlético tem sete zagueiros em seu elenco profissional: Alessandro Lopes, Alex, César, Danilo, Gustavo, João Leonardo e Rhodolfo. Durante a temporada, Paulo André também atuou pelo clube, tendo sido negociado com o Le Mans, da França, em junho. Desses, quem mais jogou foi Danilo, com 61 jogos em toda a temporada 35 no Brasileiro (foi o segundo jogador do Atlético que mais atuou na competição, atrás apenas do goleiro Cléber, com 36 jogos), oito na Sul-Americana, 15 no Paranaense e 3 na Copa do Brasil.
O companheiro (ou companheiros) de Danilo na zaga dependeu do esquema de jogo adotado pelo time na temporada. Até a chagada de Vadão, ele, Paulo André e Alex vinham compondo o trio defensivo atleticano. Após a chegada de Oswaldo Alvarez, o jovem João Leonardo ganhou espaço, formando a dupla de zaga atleticana ao lado de Danilo, dentro do esquema 4-4-2. O experiente zagueiro César, além de Gustavo, que chegaram no clube no segundo semestre, também tiveram algumas oportunidades como titular, com as chances aparecendo quando Danilo ou João Leonardo não pudessem atuar.
ALESSANDRO LOPES
Depois de disputar no início do ano o Campeonato Paulista, defendendo a Portuguesa Santista, Alessandro Lopes voltou ao Atlético, mas não teve nenhuma oportunidade no time principal. O jogador começou a carreira no Juvenil do Atlético e foi promovido à equipe profissional em 2003, pelo técnico Mário Sérgio. As boas atuações foram ofuscadas em 2004, quando foi improvisado pelo treinador na lateral-direita. Depois disso, foi emprestado ao Grêmio. Este ano, no Atlético, atuou na maioria das partidas do time B, na disputa da Copa dos 100 anos, sendo o capitão do time.
ALEX:
Considerado uma das revelações das categorias de formação do Atlético nesta temporada, o jovem zagueiro Alex vinha sendo titular absoluto da equipe desde o dia 25 de fevereiro, quando fez sua estréia no time profissional, até a chegada do técnico Oswaldo Alvarez. A mudança no esquema tático (passando do 3-5-2 para o 4-4-2) e duas contusões na região posterior da coxa esquerda afastaram Alex do time principal. O jogador terminou a temporada atuando em alguns jogos do time B na Copa dos 100 anos e reforçando o time de Juniores na conquista do tricampeonato Paranaense Sub-20.
CÉSAR:
O experiente zagueiro César não trouxe boas recordações para a torcida atleticana este ano. Contratado pelo clube no final de junho, como reforço para a Copa Sul-Americana, César disputou onze jogos no time principal atleticano, sendo sete no Brasileiro e quatro na Sul-Americana. A empolgação da torcida com a contratação do famoso zagueiro foi, pouco a pouco, tomando lugar à preocupação, fruto das más atuações dele com a camisa rubro-negra.
DANILO:
O mais presente dos zagueiros atleticanos nos jogos do clube na temporada, Danilo passou boa parte do ano vestindo também a braçadeira de capitão do Atlético. O zagueiro chegou no Atlético no ano passado, vindo do Paulista, de Jundiaí, com a missão de substituir Rogério Corrêa na zaga atleticana. Ele começou a carreira na equipe jundiaiense. No currículo, trazia passagens pelo Ituano, clube pelo qual foi campeão da Série C do Brasileiro. Nesta temporada vestindo a camisa atleticana, Danilo alternou bons e maus momentos. Mas, no saldo final, acabou tendo reconhecimento, integrando a Seleção do Campeonato Brasileiro do jornalista Paulo Vinicius Coelho, da ESPN Brasil.
GUSTAVO:
Contratado pelo Atlético em setembro, Gustavo foi um dos últimos reforços do clube para esta temporada. Em seu currículo, uma relativa experiência internacional, com passagens pelo Chelsea, Udinese e Treviso, depois de ter sido revelado pelo Malutrom. No Atlético, Gustavo disputou apenas três partidas no time principal (contra Grêmio, São Paulo e Ponte Preta) e algumas partidas pela Copa dos 100 anos, com o time B.
JOÃO LEONARDO:
Sua contratação foi acertada pelo Atlético no início de 2005, numa parceria entre o Rubro-negro e o Guarani, mas o jogador só chegou ao clube em setembro. João Leonardo veio com prestígio, depois de ter se destacado no Guarani e tendo sido convocado para a Seleção Brasileira Sub-20, no Mundial da categoria, na Holanda, quando atuou ao lado do atleticano Evandro. Neste ano, João Leonardo custou para se firmar entre os titulares do Atlético, tendo garantido a posição apenas após a negociação de Paulo André para o futebol francês. Atuou em 34 jogos do Atlético nesta temporada, sendo um no Paranaense, 27 no Brasileiro e seis na Copa Sul-Americana.
RHODOLFO:
Promovido para o time principal do Atlético após a Copa do Mundo, o zagueiro Rhodolfo teve poucas oportunidades para mostrar seu futebol, que o consagrou como uma das boas revelações do departamento de formação atleticano. No entanto, o zagueiro foi uma das surpresas de Vadão na lista dos atletas inscritos na Copa Sul-Americana. Neste ano, seus maiores destaques ainda foram no time de Juniores, quando ao lado de Lucas Piasentin e do goleiro Vagner ajudou o Atlético a ter a defesa menos vazada da Copa Saprissa, Taça Belo Horizonte e Copa Tribuna. No time principal, atuou em uma única partida, na derrota por 2 a 0 para o Internacional, no Beira-Rio.