26 dez 2006 - 11h03

Dossiê 2006: Os meias do Atlético

O meio-campo é o lugar dos craques, já cantou o grupo musical Skank. E para essa posição, muitas vezes considerada “o cérebro do time”, o Atlético conta com apenas quatro representantes: Evandro, Ferreira, Válber e William. Durante o ano, Adriano e Fabrício também tiveram algumas oportunidades, até serem negociados respectivamente com o Internacional e Khor, do Qatar.

De todos os meias disponíveis no elenco, o campeão disparado de atuações foi o colombiano David Ferreira, presente em 60 jogos (13 no Paranaense, 3 na Copa do Brasil, 36 no Brasileiro e 8 na Sul-Americana). Ferreira foi também o vice-artilheiro do Atlético na temporada, com 13 gols (atrás de Denis Marques e Marcos Aurélio, que marcaram 14 gols cada um).

Durante a temporada, muitas vezes os treinadores que passaram pelo Atlético optaram por um sistema mais defensivo, ficando apenas Ferreira o responsável pela criação no meio-de-campo – povoado, muitas vezes com volantes de marcação. Esse sistema, além de comprometer as atuações do jogador (já que o sistema de jogo do time ficava óbvio, bastava marcar Ferreira que a bola não chegava no ataque), comprometeu o desempenho ofensivo do Furacão.

Confira o desempenho individual na temporada dos quatro meias que ainda têm contrato com o Furacão:

Evandro:
O ano de 2006 tinha tudo para ser “a temporada” para o jovem Evandro. Mas depois de uma série de atuações apagadas, que chegaram a irritar a torcida, e uma contusão no pé, que o deixou afastado do gramado por várias semanas, Evandro tem mais a lamentar do que a comemorar desta temporada. O jogador atuou em 24 jogos do Atlético no ano (7 no Paranaense, um na Copa do Brasil e 16 no Brasileiro), tendo marcado dois gols, ambos no Brasileirão. O auge de sua má fase na temporada foi na relação dos nomes inscritos na Copa Sul-Americana, quando Vadão não o relacionou para a competição. O jogador atuou, ainda, em alguns jogos na Copa dos 100 anos, com o time B do Atlético.

Ferreira:
Depois de ser considerado o melhor jogador de 2005 pela torcida atleticana, David Ferreira teve em 2006 a responsabilidade de carregar a meia-cancha atleticana nas costas. Sem grandes nomes para o setor, o colombiano foi a principal aposta dos treinadores que passaram pelo clube de planejar as jogadas ofensivas do Furacão. Resultado: enquanto teve como companheiro outro meia (seja Válber, Evandro, Fabrício ou William), o futebol de Ferreira rendia o esperado pela torcida. Mas, sozinho, ele tinha dificuldades de planejar as jogadas ofensivas do Furacão. Na temporada, Ferreira jogou em 60 partidas, tendo marcado 13 gols – três no Paranaense, um na Copa do Brasil, sete no Brasileiro e dois na Sul-Americana. Seu momento de maior destaque no ano foram nos jogos pela Sul-Americana, em que o colombiano mostrou todo o seu talento, sendo presença importante para o Atlético chegar às semifinais do torneio.

Válber:
Válber chegou no Atlético no final de fevereiro, depois de se destacar no Moto Clube, na partida do clube do Maranhão contra o Atlético, na Copa do Brasil. O desempenho de meia, que marcou o gol de honra dos donos da casa naquela oportunidade, chamou a atenção do técnico Lothar Matthäus, que pediu a contratação do jogador. No entanto, nem deu tempo de Válber atuar sob o comando de Matthäus, que saiu do clube pouco depois do anúncio de sua contratação. No Atlético, Válber jogou 26 partidas (22 no Brasileiro e 4 na Sul-Americana) e teve um desempenho que, na maioria das vezes, agradou ao torcedor atleticano – principalmente quando atuou ao lado de Ferreira, dando mais agilidade ao meio-campo do time.

William:
Depois de ter marcado o famoso “gol de placa” no ano passado, contra o Império, mais uma vez o meia William foi protagonista de um fato inusitado vestindo a camisa atleticana. Mas, desta vez, por um motivo melhor. Em alguns momentos do ano, ele foi visto como uma espécie de “curinga” pelo técnico Vadão. Isso porque, quando entrava no time, literalmente salvava o Atlético, com gols salvadores nos minutos finais em duas partidas consecutivas – contra Santa Cruz e Goiás. Na temporada, William jogou em 19 partidas (14 no Brasileiro e 5 na Sul-Americana) e marcou quatro gols (todos no Brasileirão).



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