4 jan 2007 - 0h32

A Copa começa aqui

Candidato a sediar a Copa do Mundo de 2014, o Brasil terá de cumprir, durante o ano de 2007, uma série de exigências da Fifa para se confirmar como país-sede do mundial. E, nesse calendário de exigências, a cidade de Curitiba (e mais precisamente o estádio Joaquim Américo) tem importância fundamental. Afinal, a moderna Kyocera Arena é considerada pelos dirigentes da CBF como o principal cartão de visitas do país nas pretensões de sediar o mundial daqui sete anos.

A qualidade do estádio atleticano é reverenciada pelos principais jornalistas esportivos do Brasil. “O estádio é sensacional. É o melhor estádio do Brasil por consenso, muito parecido com o que eu vi no Amsterdam Arena (estádio do Ajax, da Holanda)”,afirmou em recente visita à Baixada o jornalista Paulo Vinicius Coelho, da ESPN Brasil. De acordo com a revista Istoé Dinheiro do mês de julho, "A Arena da Baixada, do Atlético Paranaense, é o único estádio apto a receber jogos de Copa." Condição também lembrada pelo narrador Galvão Bueno, durante a transmissão de alguns jogos da Copa do Mundo da Alemanha, em 2006: “No Brasil não existe nenhum estádio pronto para abrigar um jogo da Copa do Mundo. Talvez o único estádio no Brasil é a Arena da Baixada, em Curitiba, após a conclusão", disse.

Se os brasileiros reverenciam a qualidade da Kyocera Arena, os jornalistas estrangeiros também se rendem aos encantos do estádio atleticano. Em 2006, argentinos, uruguaios e mexicanos estiveram na Baixada, durante a participação do Atlético na Copa Sul-Americana. E todos saíram da Arena ditando elogios ao estádio do Furacão, deslumbrados com o padrão de modernidade, infra-estrutura e segurança que a praça oferece aos torcedores, atletas e membros da imprensa.

"Me pareceu fantástico. O melhor do continente. É um estádio com padrão europeu, muito parecido com os que vi na Copa da Alemanha", afirmou o repórter Walter Queijeiro, da Fox Sports, que trabalhou na cobertura dos principais eventos futebolísticos dos últimos anos, como a Copa do Mundo da Alemanha e as finais da Libertadores de 2005 e 2006.

Para os argentinos, a questão da segurança foi o ponto mais destacado. “Muito lindo, moderno. Chama a atenção pela segurança, o mais seguro da América Latina, sem dúvidas”, disse Billy Culleton, argentino que reside em Santa Catarina e correspondente do Diário Olé no Brasil. Para José Gabriel Carbajal, narrador da Radio Mitre, de Buenos Aires, o principal diferencial do estádio é estar de acordo com as normais internacionais de segurança. "É um estádio muito moderno, cômodo, um conceito europeu. O melhor da América Latina com certeza, com uma estrutura nos padrões da Fifa e da Uefa", resumiu

O discurso de cartão de visitas para a Copa de 2014 também foi repetido pelos uruguaios. Segundo Rául Ortiz, do Canal 12 Teledoce, de Montevidéu, um dos pontos que chamou a atenção foi o conceito multiuso do estádio do Atlético. “É um estádio precioso, maravilhoso, com uma estrutura sensacional. Me impressionou as áreas extra-futebol, com churrascaria, academia. As cabines de imprensa são formidáveis. É modelo para a Copa do Mundo, sem dúvidas. Muito organizado”, resumiu.

Presente na Copa da Alemanha, o repórter Alejandro Figueredo, também do canal Teledoce, revelou que nem mesmo o tamanho do estádio atleticano está fora dos padrões modernos. “Lembra os mais modernos estádios que vi na Alemanha, na Copa do Mundo. O tamanho é o ideal, depois da ida do espetáculo futebol para a televisão, não dando mais espaço para as grandes praças, já que há a concorrência com a transmissão ao vivo”, disse. “A partir da chegada das televisões, os estádios estão menores. Não se pode discriminar um estádio pela sua capacidade e sim pela sua segurança. E nesse item, o estádio do Atlético Paranaense está de parabéns”, completou o jornalista uruguaio. Conceito também repetido por Regino Martinez, da Televisa, do México. “Muito bonito, parece um estádio inglês. Muito moderno. Quando vi pela televisão não parecia tão bonito. Estádios modernos são de menor capacidade. Se cumpre as medidas de segurança, não há problema”, avaliou.

Padrão Copa

Recentemente, o site GloboEsporte.com fez um comparativo entre a Kyocera Arena e o Olympiastidion, de Berlim. A comparação visa mostrar em que pontos o estádio atleticano, o mais moderno do Brasil, precisa melhorar para abrigar o mundial – o Estádio Olímpico de Berlim foi palco da decisão do Mundial 2006. Foram analisados seis aspectos: acesso dos torcedores, cobertura, estacionamento, gramado, área de imprensa e segurança. Desses, a Kyocera Arena já tem “padrão Copa” em três: segurança, gramado e cobertura.

Falta ainda melhorar no acesso dos torcedores (um problema urbano, já que as vias de acesso ao estádio são estreitas e ficam congestionadas em dias de grandes jogos). Outros dois problemas podem ser solucionados com a conclusão do estádio. No Estádio Olímpico de Berlim, havia 900 vagas de estacionamento, contra as cerca de 500 que atualmente existe na Baixada – a Fifa exige uma ampla área coberta para acomodar caminhões de transmissão de TV. A área de imprensa também precisa ser ampliada. O estádio de Berlim tem 800 lugares para a imprensa, com as cabines de rádio e TV equipadas por monitores que passavam lances do jogo e estatísticas em tempo real sobre a partida. Além disso, as salas de entrevistas eram amplas, formando um enorme centro de imprensa na área de fora do estádio. Na Kyocera Arena, existem atualmente 22 cabines, com acesso à internet. Seria necessário pelo menos o dobro para o mundial, além de bancadas específicas para a imprensa escrita.

Calendário de exigências da Fifa

A Confederação Brasileira de Futebol ainda não tem uma estimativa oficial dos recursos necessários para se habilitar o Brasil a sediar a Copa do Mundo de 2014. Segundo a entidade, isso só poderá ser possível a partir do momento em que a FIFA entregar o Caderno de Encargos ao Brasil.

Durante este ano, vários delegados da Fifa deverão estar no Brasil, avaliando o plano estratégico do Brasil para sediar o Mundial. No calendário de visitas, certamente a Kyocera Arena estará no roteiro. “Temos que estruturar um projeto consistente, demonstrar capacidade de realização. Não basta apenas planejar a candidatura brasileira”, afirmou o ministro do Esporte, Orlando Silva. Segundo ele, o principal desafio é mostrar à Fifa que o projeto do Brasil é viável, "apontando, inclusive, as fontes de financiamento do projeto".

A previsão é de que a Fifa anuncie a sede da Copa do Mundo de 2014 em novembro de 2007. Até lá, a entidade deve realizar vistorias pelos países que apresentaram candidaturas – Brasil e Colômbia.



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