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19 jan 2007 - 1h42

Quem sabe, uma atitude nobre

A despeito de todas as opiniões que tive oportunidade de ler e ouvir, sobre o caso Dagoberto, quero expressar, também, a minha.

Desde a inserção da norma legal, conhecida como Lei Pelé, no contexto jurídico, segundo os entendimentos e também os entendidos, ficou claro que os atletas, antes tidos como “reféns” dos clubes passaram a ser “reféns” dos empresários/agentes de atletas que operam no futebol.

Não quero formar nenhum juízo de valor a respeito, mas está claro que nesta mudança de mãos, estes “pobres” atletas acabaram por cair em mãos bem mais inadequadas do que aquelas que estavam, antes do advento da lei Pelé.

Ao clube que investe na formação do atleta, nada mais justo e naturalmente que por meios legais, cabe lutar pelos seus direitos de ressarcir tudo aquilo que foi investido e, também, que possa obter lucro, sempre que possível; por que não? Pois o lucro é um direito seu e, também, do atleta dentro do que está previsto como o seu quinhão.

Durante o período de formação de um atleta, como no caso Dagoberto, quero crer que foi o Clube quem pagou seus salários, materiais de uso nos treinos, preparação fisiológica, técnica, científica, clinica e proveu todas as necessidades alimentares.

Pelo que estou sabendo o Atlético oferece até mesmo escola fundamental para seus atletas, principalmente os das categorias de base. Portanto, o investimento num atleta é muito elevado e não está restrito, pontualmente, nas verbas empregadas diretamente. O clube tem investimentos indiretos, significativamente elevados, em infra-estrutura, para que a formação seja a mais adequada possível. Estes são os investimentos em centro de treinamento, em hotel, de bom padrão, em clinicas de fisiologia, fisioterapia e médica, além de todo um aparelhamento, necessário, para exercícios físicos.

Não posso acreditar, que no caso Dagoberto, todo este conforto e estrutura tenham sido oferecidos pelo seu empresário.

Não me venha dizer o Dagoberto que ele prestou relevantes serviços ao clube. Se, tem alguém, que muito recebeu do clube, praticamente dois anos sem jogar, e pouco ofereceu, este foi o Dagoberto. Quantos títulos o Dagoberto ajudou o Atlético conquistar?

É lamentável que um menino humilde e de grande técnica e potencial para craque, porém, sem uma formação intelectual adequada, esteja sendo usado maneira vil; mais lamentável ainda, é que isto não esteja sendo percebido por ele, já que fora alertado diversas vezes por pessoas que querem o seu bem estar.

· Dagoberto, este caminho te levará ao abismo.

Dagoberto se utilizou de assessoria com pessoas que sempre se intitularam como inimigas do Atlético e por conseqüência não visaram atendê-lo bem e sim utilizá-lo como instrumento de discórdia.
· Abra os olhos “meu bom rapaz”.

O que o Atlético está fazendo é simplesmente buscar justiça, para uma demanda em que está mostrando em que o refém não é mais o atleta, e sim o Clube.

Refém dos ilícitos cometidos pelo atleta, como em não concordar com absolutamente nada com o que é proposto pelo clube, inclusive na elevação de seus salários, diga-se de passagem, acima dos limites do próprio clube. Forçar uma negociação com o São Paulo pensando apenas nos seus “direitos”, a revelia dos direitos do Atlético.

O tempo, neste caso, é inimigo do Clube, mas esquece o Senhor Dagoberto que se ele tivesse usado de bom senso, para não dizer outra coisa, poderia ele estar recebendo um salário bem mais polpudo, estar jogando, quem sabe até na seleção brasileira, certamente já estaria bem mais valorizado e com perspectiva de uma negociação que viesse atender, concomitantemente, seus interesses e também do clube.

Ainda há tempo para que tudo isto se resolva. Quem sabe as partes, numa atitude nobre, se desculpem mutuamente e também perante a torcida, e renovem amigavelmente o contrato, estabelecendo desde já e sem conflitos, o futuro do atleta, numa negociação em que ambas as partes saiam com seus legítimos direitos atendidos. Pois do jeito que está, ambos vão perder.



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