Roberto é destaque da Seleção Brasileira Sub-20
Apontado como um dos destaques do Campeonato Sul-Americano Sub-20 pelos observadores de clubes europeus, o volante Roberto quase não viajou para o Paraguai.
Titular da seleção desde o começo do torneio e, para alguns, peça fundamental no esquema tático, o jogador não estava na lista inicial do técnico Nélson Rodrigues, que preferiu chamar Denílson, Lucas e Ji-Paraná.
"Foi algo muito triste. Eu estava esperando, pois estava sempre sendo convocado durante o período de preparação", afirmou.
Roberto só foi chamado após o Arsenal, da Inglaterra, não liberar Denílson para disputar o Sul-Americano. No grupo, o volante ainda conseguiu uma vaga entre os titulares, já que Ji-Paraná, do Internacional, foi cortado por contusão.
"Eu pedi muito para estar aqui, chorei bastante quando não fui convocado. Sei que os outros jogadores também queriam estar aqui, defendendo o Brasil", disse. "Por isso, me dedico o máximo. Posso sair de campo morto, mas sei que dei meu máximo", emendou.
A dificuldade não foi apenas para chegar ao Sul-Ameriano. O volante quase não virou jogador. Natural do povoado de Tucano, na Bahia, ele viajou para São Paulo com um ano apenas com sua mãe (Ivonete) e dois irmãos (Kennedy e Soraya).
"Não sei quem é meu pai. Passamos dificuldades. Morava no bairro do Grajaú e convivia com coisas muito ruins. Meu irmão, por exemplo, não tem mais nenhum amigo vivo", contou Roberto. "Minha mãe era faxineira. Faltava muita coisa", continuou.
A situação melhorou quando o jogador foi treinar na Portuguesa. Ainda defendeu o Guarani antes de se transferir para o Atlético-PR.
"Agora está um pouco melhor. Ganhei um apartamento do Atlético Paranaense. Quando puder quero levar o pessoal para morar lá, mas é complicado. Meus irmãos também têm duas vidas em São Paulo. Minha irmã está grávida também", afirmou.
Apesar disso, o volante diz que usa um ensinamento da mãe para não relaxar. "Ela sempre fala para valorizamos o que temos, nunca achar que está bom e sempre lutar muito", disse Roberto, que tem justamente este estilo no campo.
"Não existe bola perdida. Você precisa correr o jogo todo", comentou o jogador, que desperta o interesse de observadores europeus. "É mais uma etapa que posso ter na carreira. Mas hoje não estou pensando em mim. Quero conseguir esta vaga na Olimpíada. Como diz o professor Floraci [Pereira, auxiliar da seleção]: o mais importante é o escudo que está na frente da camisa, não o nome que está nas costas", finalizou.
Fonte: UOL Esportes