Conclusão da Arena mais próxima de ser realidade
Sonho da torcida atleticana, a conclusão da Kyocera Arena estará mais próxima a partir da semana que vem. No começo da semana, o prefeito Beto Richa deve assinar a Lei 11.997, definindo Zonas Especiais Desportivas e prevendo novas regras para a construção em torno dos estádios de futebol dos times de Curitiba. O decreto foi aprovado pela Câmara Municipal de Curitiba em novembro do ano passado, mas atendendo a um pedido do Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), houve mais um tempo para a regulamentação do projeto.
O decreto já devia ter sido assinado há duas semanas. Mas o Ippuc pediu para incluir novas áreas. Não houve equívoco algum, afirmou em entrevista ao jornal Tribuna do Paraná o vereador Mário Celso Cunha.
Com a assinatura do prefeito ao decreto, as áreas em torno aos estádios de futebol na cidade ganham regras diferenciadas na Lei de Zoneamento e Uso do Solo. O principal benefício é incentivar melhorias e a ampliação dos estádios curitibanos.
A partir do momento em que o prefeito Beto Richa assinar o decreto, o Atlético fica livre para assumir a posse do terreno anexo ao estádio, onde hoje fica o colégio Expoente. Na semana passada, a Furacao.com já noticiou que o colégio começou a ser demolido, com a retirada da estrutura metálica que envolvia as quadras esportivas do Expoente.
As obras no novo colégio, há duas quadras da Kyocera Arena, também estão bastante adiantadas para garantir o início do ano letivo já na nova unidade. Estamos fazendo dentro da legalidade, o Ministério Público está acompanhando e demora um pouco mesmo. Mas o decreto foi entregue pelo Ippuc hoje (sexta-feira) ao secretário de Planejamento. A situação é tão clara que o colégio já deixou o terreno e vai inaugurar em breve sua nova sede, disse Mário Celso,
Dez anos de discussões
A retirada oficial do colégio do terreno ao lado da Baixada marca o fim de uma briga judicial que se arrasta por 10 anos, quando o Atlético comprou parte do terreno anexo ao estádio. O problema começou porque não havia delimitação dos 50% da área que foram adquiridas pelo Atlético o clube afirmava que era a região ao lado do estádio, mas o outro dono do terreno (que antes pertencia a dois irmãos) dizia que era a área voltada para a Rua Brasílio Itiberê.
A discussão se arrastou por vários anos, com o Expoente sendo inquilino do Atlético por todo este tempo. Em 2005, o Atlético finalmente conseguiu um acordo com o proprietário da outra parte do terreno e comprou toda a área. Pelo acordo, o Expoente cedeu a área onde antes ficavam as quadras esportivas para o Atlético construir arquibancadas móveis, visando a final da Libertadores da América daquele ano. Apesar do veto da Conmebol para a realização do jogo na Arena, a área nunca mais foi ocupada pelo colégio, que em troca conseguiu negociar com o Atlético sua retirada oficial pra dezembro de 2006 tempo suficiente para a construção de uma nova sede, nas imediações do estádio.
A briga passou, então, a ser com a prefeitura, já que foi necessária a mudança na Lei de Zoneamento da cidade, para viabilizar a construção do Expoente há duas quadras da sede atual.
Agora, na segunda ou terça-feira da semana que vem, o problema que se estende por uma década deve chegar ao fim. Finalmente, o Expoente deixa a área onde ocupava e o terreno fica definitivamente nas mãos do Atlético, tornando mais próximo o sonho da conclusão do estádio Joaquim Américo.
Obras na Arena
A retirada oficial do Expoente do terreno ao lado da Arena não deve marcar o início das obras de conclusão do estádio. A diretoria atleticana ainda não se pronunciou oficialmente, mas nos últimos tempos tanto o presidente Mario Celso Petraglia, quanto o diretor de Marketing Mauro Holzmann afirmaram que o clube ainda estuda o projeto para a finalização do estádio, que teve que ser alterado. A idéia da diretoria é construir um complexo esportivo no local, incluindo também a construção de um ginásio de esportes, que já foi batizado de Areninha.
"No começo do ano deve ter a demolição daquele prédio do colégio. Enquanto ela acontece, vamos estudando os projetos que temos para então iniciar as obras de construção. Tivemos que mudar o projeto inicial, pois ele previa um estádio para 36 mil pessoas. Mas para abrigar partidas de final, vamos aumentar a Arena para 40 mil, sem mudar a estrutura física", afirmou no final do ano passado o diretor de Marketing, Mauro Holzmann.
Além da mudança do projeto, outra barreira a ser suplantada é conseguir um financiamento para concluir a obra. "Vamos buscar um financiamento a longo prazo porque o clube não quer usar mais nem o capital de giro e nem mais as receitas de transferência de jogadores para investir no patrimônio. Já foi feito um sacrifício muito grande até aqui. Vamos buscar que as propriedades possibilitem, a longo prazo, um financiamento de 10 ou 15 anos a ser pago com a receita da própria Arena, para que não tenhamos mais que sacrificar o futebol com transferências", disse o presidente Mario Celso Petraglia, em entrevista coletiva em maio de 2006.