Campeão Paranaense de 2005
Em 2005, mais uma vez decidimos o campeonato com o Coritiba. O Atlético lutava por um vaga nas oitavas de final da Libertadores da América, enquanto o Coritba seguia firme e confiante rumo ao tri. Por força do destino, devido aos resultados das semifinais entre Atlético e Londrina, Coritba e Iraty, o Atlético ganhou o direito de decidir o campeonato em casa. Devido ao trauma do ano anterior e ao momento que vivia a equipe do Coritiba, muitos atleticanos ficaram com medo desta vantagem.
Chegamos ao primeiro jogo da final, o Coritiba mandava o jogo no Pinheirão já que seu estádio estava passando por uma reforma no gramado. O então técnico do Atlético Casemiro Mior entrava nas provocações do já “Pato Velho” Antonio Lopes. “Pato novo não mergulha fundo” – Lopes dizia a Casemiro.
Em um jogo muito truncado, marcado pelo excesso de zelo das duas equipes e uma péssima arbritragem de Héber Roberto Lopes, o Atlético perde por 1 a 0, gol do lateral Rafinha, hoje no Shallke 04 da Alemanha. Foi o que bastou para Casemiro Mior, que tinha perdido somente sua segunda partida no comando Rubro-negro, ser demitido. Uma nuvem negra estacionou na Arena da Baixada. Em crise, e em meio a desconfiança de todos, o Atlético anuncia a contratação de Edinho Nazareth. Na quarta-feira, antes da grande decisão do Paranaense 2005, um jogo de vida ou morte pela Libertadores contra o América de Cali.
Em um jogo dramático, com direito a pênalti perdido e gol da vitória nos últimos minutos marcado por um ex-coxa chamado Lima, o Atlético manteve-se vivo na Libertadores e foi motivado para o grande confronto com o Coritiba no domingo.
O Coritiba sonhava e se gabava: “Domingo, Tri no salão de festas.” O Atlético trabalhou em silêncio, como um leão na relva a espera de sua presa. A torcida fez fila para garantir seu lugar e o seu direito de empurrar o Furacão em mais uma situação adversa. O jogo mal começa e os jogadores Miranda do Coritiba e Aloisio do Atlético são expulsos devido a uma discussão na área coxa-branca. Um jogo emocionante, chances para os dois lados até que Denis Marques recebe um grande passe de cabeça e bate sem chances para o goleiro Fernando, assim a Baixada explode em alegria e a vantagem coxa estava desfeita.
Este 1 a 0 levava o jogo para a prorrogação e se houvesse persitência no empate (resultado agregado das duas partidas), cobranças da marca do pênalti. E depois de uma prorrogação terrível, chegava a hora do pênaltis. A adrenalina era total, os corações batiam forte e as unhas sucumbiam diante dos dentes afoitos dos torcedores.
Pegava a bola por parte do Coritba, o jogador Capixaba. O arqueiro Diego se dirigiu a meta. Tudo pronto, Capixaba parte para a bola e chuta pra fora. O estádio vem abaixo. Alan Bahia converte para o Atético na seqüência, o Rubro-negro não iria perder nenhum pênalti naquele fim de tarde de domingo. O capitão coxa Reginaldo Nascimento chuta na trave e os radinhos AM noticiam “A torcida coxa-branca começa a deixar o estádio.” Nesse momento amigos, não me contive e comecei a chorar ao ver o titulo eminente em nossas mãos.
O ultimo pênalti, por força do destino, coube a Lima. Ex-coxa, com uma vontade enorme de fazer o gol. “Me perguntaram, quem quer bater o pênalti e eu respondi: Eu quero, eu quero bater o pênalti, eu quero fazer o gol.” E ele fez.
Estava terminado. Conquistávamos o título, contra tudo e contra todos. Evangelino da Costa Neves, o popular chinês, presidente do Coritiba quando o seu time era praticamente imbatível no cenário paranaense, esperava entregar a taça a Reginaldo Nascimento, mas teve que entregá-la a Marcão, símbolo da raça Rubro-negra naquele jogo.
Uma conquista fantástica, que apesar de ter vivido muitas outras grandes conquistas do Atlético, essa ainda mexe bastante comigo. Quer dizer, com todos nós.