Silvio Rauth Filho

A Confraria ETA – Esquadrão da Torcida Atleticana lançou ontem o Dossiê Dagoberto, um jornal de oito páginas com diversas acusações ao jogador. A publicação é só parte da guerra declarada ao atleta, que completou ontem 24 anos de idade. No mesmo dia, o ETA iniciou a coleta de assinaturas para uma reclamação coletiva ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

A ação será baseada no artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que se refere a “atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende”. A punição para o atleta varia de 180 dias a quatro anos de suspensão. A idéia do ETA é enquadrar também o São Paulo, que estaria aliciando o jogador. A punição para o clube, nesse caso, é eliminação da competição que estiver disputando.

“Vamos distribuir 100 mil exemplares do dossiê e a idéia é coletar 50 mil assinaturas”, declarou Doático Santos, presidente do ETA, avisando que a campanha estará na Boca Maldita hoje e na Baixada, no domingo. “Até a primeira quinzena de abril vamos entrar com a reclamação no STJD”, disse.

O assessor jurídico do ETA, o advogado Guilherme Alves dos Santos, afirma que a iniciativa de acionar o artigo 243 é inédita. “Não tenho conhecimento de que outra ação parecida”, declarou. Para ele, o número de assinaturas pode influenciar o STJD. “Mostra que a atitude do jogador teve grande repercussão”, explicou.

Para comprovar a participação do São Paulo no caso, uma das provas que será apresentada pelo ETA é uma fita do programa de televisão Terceiro Tempo. “Nas imagens, os jogadores do São Paulo estão dentro do CT, com camisa do treino, e dando entrevistas convidando o Dagoberto, fazendo um apelo para ele acertar com o São Paulo”, contou Doático.

Já a munição contra Dagoberto é bem mais pesada. Nas oita páginas do Dossiê, o ETA faz diversas acusações e chega a chamar o jogador de “ingrato, safado, mentiroso e mercenário”, entre outros adjetivos.

A reportagem do Jornal do Estado procurou o empresário de Dagoberto, Naor Malaquias, mas ele não atendeu o celular e não retornou o recado deixado na secretária eletrônica da Massa Sports.

Contrato

O contrato de Dagoberto com o Atlético encerra em 29 de março de 2008. Pela legislação, a multa rescisória tem seu valor reduzido um ano antes do final. No caso de Dagoberto, a quantia cai de R$ 16 milhões para R$ 5,4 milhões. O São Paulo estaria disposto a pagar e ficar com o atleta, em definitivo.

Reportagem: Jornal do Estado