De Ziquita a Marcão, só se veste por amor
Hoje é relativamente fácil ser atleticano no interior, pois mesmo no Norte Pioneiro (região polarizada por Santo Antônio da Platina, onde moro) existem milhares de rubro-negros. Duro foi ser criança, colocar uma camisa do Furacão e os amigos perguntarem: “Você torce pelo Flamengo?” Ainda bem que vivemos novos tempos.
Minha paixão esportiva foi se intensificando até o dia em que fui até Curitiba, visitar um primo e vi sua casa, pintada em vermelho e preto. Tudo dentro, de cinzeiros a cortinas e sofás eram nas cores do Atlético. Percebi que tinha gente mais doente por um time do que eu.
Mais a frente, acompanhei o jogo histórico do Atlético contra o Colorado, na Baixada, quando o atacante Ziquita marcou quatro gols em 15 minutos e empatou uma partida em que perdíamos de 4 a zero até os 30 minutos do segundo tempo. É, esta camisa só se veste por amor.
Depois da conquista do campeonato brasileiro (ah,quantas lágrimas!) o vice na Libertadores etc, estamos acostumados a estar sempre na frente. E hoje, ao ver nosso capitão Marcão lutando até o fim como tem que ser para quem enverga o manto sagrado de nossa equipe, sinto-me recompensado, gratificado e, obviamente otimista.
Neste aniversário, podemos dedicar a data, por exemplo, ao meu filho, Vinícius, de quase sete anos e que já nasceu vitorioso e campeão. Ou a tantos atleticanos que – como nós – souberam manter a fidelidade a um clube de futebol diferente de todos os outros no planeta.
O coração sempre voltado para os feitos do presente e as glórias do passado. O futuro será, podem acreditar, muito mais vitorioso.