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30 abr 2007 - 15h33

O adeus do amigo e do ídolo

Ele está deixando os gramados. Pelo menos profissionalmente. Depois de 17 anos dedicados ao futebol, Paulo Rink resolveu se aposentar. Vai cedo. Vai com as glórias do passado e com uma legião de admiradores. Sua despedida deixa boas lembranças, não apenas do ídolo, mas do colega de infância.

Lembro dos meus nove ou dez anos. Naquela época, a mãe de Paulo Rink tinha uma loja de artigos para crianças na Visconde de Guarapuava, ao lado da loja de colchões de minha mãe.

Naquela época, nós freqüentávamos a piscina do Juventus, ali na Carlos de Carvalho. Eu, meu irmão Marcos, Paulo Rink e sua irmã Kelly. Éramos colegas que se divertiam – e bastante – juntos. Eu sequer imaginava que um dia Paulo Rink se tornaria ídolo do meu clube de coração. Meu ídolo também.

Daquela época sobraram lembranças. O destino fez com nos separássemos. Minha mãe fechou a loja. Mais tarde a mãe de Paulo Rink também fechou a sua. Nunca mais nos vimos.

Fui reencontrá-lo apenas anos mais tardes. Não lembro de jogos com o Paulo Rink quando ele subiu das categorias de base em 1.990. Lembro de sua volta em 1.994, depois de disputar o campeonato catarinense pela Chapecoense. Ainda não estava pronto e voltou para o campeonato barriga-verde.

No campeonato catarinense de 1.995, Paulo Rink marcou 23 gols se tornando artilheiro da competição. A boa performance credenciou Paulo Rink à retornar ao Atlético para formar o time da virada de mesa. Para iniciar o processo que transformaria o Atlético em uma dos maiores clubes de futebol do país.

Guardo boas lembranças do seu retorno à Baixada. Seus oito gols na série B de 1.995 e, principalmente, o gol que marcou o retorno do Atlético à primeira divisão nacional. Uma caravana de ônibus lotados saíram de Curitiba em direção à Mogi Mirim, no interior de São Paulo, para assistir Paulo Rink emendar um canhão do bico da área e demonstrar para o Brasil que um novo Furacão estava nascendo.

Depois disso, comemorei com Paulo Rink o título da segundona. Também comemorei muitas outras vitórias, reclamei de alguns empates e me entristeci em algumas derrotas. E sabia que Paulo Rink, o jogador, o apaixonado pelo Atlético, compartilhava das minhas emoções. Por que, mais que um simples jogador, Paulo Rink era um jogador do Atlético, um daqueles que “vestem a camisa rubro-negra por amor”.

Mas ele foi embora. Foi para a Alemanha, se tornar ídolo por lá. Vestir a camisa da tradicional seleção alemã. Nessa época, mesmo com Paulo Rink longe, eu sabia que ele estava na Arena. Aliás, afirmo categoricamente que um pedaço da Arena da Baixada é Paulo Rink. Aliás, aproveito o momento para eternizar nosso ídolo.

Ele retornou à casa. Entoamos em uma só voz, por diversas vezes, seu nome. Paaaaaaaaaaaulo-Paulo-Paulo-Paulo-Paulo. É Paulo Rink. E agora, depois de tanto que ele fez pelo Atlético, é hora de eternizá-lo. Proponho que um dos setores do estádio. Pode ser a reta da Getúlio Vargas, a curva da Buenos Aires ou os fundos da Madre Maria, recebam seu nome. Para que a partir de agora a gente possa ir à Arena da Baixada (construída com parte do suor do nosso ídolo) e dizer que comprou ingressos para o setor Paulo Rink.

Se meu pedido for atendido, sonho com o futuro. Minha esposa está grávida. Possivelmente uma menina, com certeza atleticana. Um dia eu a levarei ao estádio e ficaremos no setor Paulo Rink. Minha filha perguntará: Pai, por que o nome dessa parte é Paulo Rink? Quem foi ele? E eu responderei com orgulho: – Filha, Paulo Rink foi meu amigo de infância, foi meu ídolo no Atlético e um jogador que vestiu a camisa rubro-negra com amor.



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