10 maio 2007 - 0h06

Acabou

Tinha tudo para dar certo. Mas deu tudo errado. O Atlético não jogou bem, não teve sorte, a arbitragem errou, o time ficou com um a menos, o técnico não teve uma atuação brilhante, o apoio da torcida não resultou a força esperada. Numa noite negra, o Furacão perdeu para o Fluminense por 1 a 0 na Kyocera Arena e deu adeus à Copa do Brasil 2007. Mais uma vez, o time teve um atleta expulso ainda no primeiro tempo e enfrentou a maior parte do jogo com dez jogadores. Mais uma vez, foi eliminado em seus próprios domínios.

Nas duas fases anteriores, o Atlético havia conseguido reverter placares negativos dos jogos fora de casa e obteve duas classificações heróicas. Nesta quarta, a missão parecia mais simples. Só parecia. Logo nos primeiros minutos, ficou claro que o Atlético não estava bem organizado e faltava a mesma vontade dos jogos contra o Vitória e o Atlético Goianiense. Para se ter uma idéia, o único chute a gol do Rubro-Negro ocorreu aos 4 minutos, com Alex Mineiro. O Fluminense tinha a iniciativa do jogo e o Atlético estava perdido com o quarteto Evandro, Ferreira, Netinho e Alex Mineiro.

Aos 23 minutos, Evandro cometeu uma falha grave no meio-campo e foi desarmado. O Fluminense puxou rápido contra-ataque e criou uma jogada de grande perigo. O goleiro Guilherme saiu da área, interceptou a bola com a mão e foi expulso. Eram 24 minutos e a partir dali o jogo seria completamente diferente. Netinho deixou o campo e o colombiano Viáfara fez sua estréia no gol. Na cobrança da falta perigosa, fez uma boa defesa.

Mais tarde, aos 43, Viáfara cometeu uma falha grotesca. Ao tentar sair jogando, ele perdeu a bola para Rafael Moura e o Fluminense só não abriu o placar por verdadeiro milagre. O atacante chutou, Danilo conseguiu desviar e a bola passou devagar ao lado da trave, para desespero da torcida atleticana. Estava ali um sinal de que a noite não seria boa.

Desastre

O Atlético voltou para o segundo tempo com uma estratégia semelhante ao do jogo do Paraná: o time inteiro na defesa, Alex Mineiro isolado na frente e Ferreira explorando jogadas de velocidade pela ponta-esquerda. Não funcionou. À medida em que o tempo foi passando, Renato Gaúcho foi colocando atacantes em sua equipe. Entraram Adriano Magrão, Lenny e Thiago Neves. O Atlético permaneceu com a mesma formação da etapa inicial. Alex Mineiro teve uma boa chance em um cruzamento de Jancarlos, mas seu peixinho não chegou a tempo de alcançar a bola.

Aos 9 minutos, ocorreu um lance que poderia ter mudado a história do jogo caso o árbitro fosse competente. Ferreira escapou em grande velocidade pela esquerda, invadiu a área e foi flagrantemente derrubado pelo zagueiro Thiago Silva. Incrivelmente, a arbitragem de Wilson Luiz Seneme, de São Paulo, nada marcou. O lance seguiu porque a bola não saiu, mas logo depois os jogadores atleticanos cobraram a ausência de marcação do pênalti claro.

O Rubro-Negro passou a ser mais agressivo, mas o Fluminense levava mais perigo. Aos 22, Alex Dias recebeu na área, driblou Alan Bahia e chutou colocado, mas a bola passou raspando o travessão. O Atlético respondeu com uma cabeçada de Alex Mineiro na trave após uma cobrança de escanteio aos 28. Aos 31, Evandro marcou de cabeça, mas a arbitragem anulou alegando impedimento. A torcida foi do céu ao inferno em um minuto. Foi o que demorou para uma falha da zaga enterrar a equipe. A tentativa de – mais um – chutão para frente terminou em gol do Fluminense. A bola bateu em Lenny e sobrou para Adriano Magrão, que não teve muito trabalho. Só chutou no canto de Viáfara e decretou a classificação tricolor.

Desesperado, Vadão tirou a mão do queixo e chamou Pedro Oldoni e Válber. Eles entraram nos lugares de Erandir e Evandro, respectivamente. Um minuto depois do gol do Flu, Ferreira teve uma ótima oportunidade para empatar, mas demorou para chutar e Fernando Henrique ficou com a bola. Aos 42, Pedro Oldoni recebeu na esquerda e chutou cruzado para fora. Aos 45, Alex Mineiro chutou no cantinho e Fernando Henrique fez uma excelente defesa. O árbitro ainda deu quatro minutos, mas no desespero o Atlético nada conseguiu.

Agora, só restam ao Atlético o Campeonato Brasileiro e a Copa Sul-Americana.

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