Vadão em VHS
Quarta-feira, 23:59
Vá na sua locadora neste fim de semana e comprove. Qualquer locadora serve. Todas tem um cantinho onde ficam aquelas fitas antigas em VHS. Se tem lá, é porque alguém ainda gosta. Alguém aluga. Alguém contrata. Tem gente que assiste e quer ver de novo. Paga pra rever. Mas o pior é que chama os outros pra ver junto. Você sabe de quem eu falo: os anfitriões e o protagonista deste filme. Ele nem tem culpa se tem alguém que goste dele. Ele anda por aí, ou então fica por lá…de repente uns daqueles tem saudade e lhe chamam de novo, afinal é o jeitão do seu ofício.
“Tudo outra vez…”, já dizia cantarolando o bigodelho Belchior.
-“Ah, mas ele é o inventor do carrossel caipira!” – dizem os adeptos daqueles. Isso mesmo, o carrossel caipira, que mais uma vez se transformou numa galinha louca que atravessou a estrada de chão e foi atropelada, morta antes do fim. E atropelada nada mais nada menos que pelo Fluminense, aquela carroça pó de arroz cheia de matungos: êta time bão, né sô? Arrumou um técnico semana passada e eliminou o Atlético que tinha o seu há quase ano, tudo dentro do “Planejamento 2007: Rumo à Libertadores”, a estória pra otário pensar que é verdade: o time “A”, tratado a pão de ló, com ingresso de escargot, última e emergencialmente com preço de ostra de Guaratuba.
Gente, não é difícil analisar futebol: difícil é aceitar a realidade, o óbvio. O astro-técnico precisava fazer 3×0, fez. Depois 2×0, também fez. Hoje jogou pelo 0x0, não fez nada e acabou levando: por que tem que ser sempre nessa base, do sufoco? Pra testar nossos corações ou nossos bolsos? Ou é porque é tudo uma “M” mesmo? Ele jogou por um único resultado: 0x0! Nem treinou sequer imaginou a outra possibilidade (de tomar 1×0), tão plausível que deu no que deu. Futebol é jogo, mas precisa de competência, de estratégia, de AÇÃO! O cara é o mesmo de sempre: demora pra substituir, não orienta nada, não consegue ver o jogo que pasa na sua frente: não vê que os meias estão atrasando as bolas pro goleiro (lance da expulsão, repetido umas 4 vezes no jogo), não viu que o Evandro estava horrível, que o Alex tava morto, nem que esse Erandir só serve pra jogar no mato, de pé descalço, sem cortar as unhas. Jogou na retranca, na base do contra-ataque, deixando o adversário com a posse de bola, dominando a partida. Mas ele não foi diferente: é assim e sempre será. Não ousa mandar o time atacar, quando vai é por iniciativa de uns 2 ou 3 jogadores. Vadão não tem esquema tático e nunca teve padrão de jogo, isto já é um axioma (vá procurar no dicionário enquanto eu penso noutro nome de técnico, perdão: Técnico, com maiúscula)! Só não vê isto quem não quer. A Diretoria não quer ver, ou melhor, só quer ver Vadão. E a história se repetirá novamente como no ano passado, com Givanildo Mução (outro filme triste disponível em VHS): eliminado do Paranaense, eliminado da Copa do Brasil…então aceitem a realidade e o óbvio, imaginando como será o Brasileirão, com Vadão.
-“Choreeeeei largaaado! Não, chega: eu me recuso!” – amanhã é outro dia, vou esquecer de futebol; quero coisas novas, acho que vou pegar um DVD…
Quinta-feira, 11:59
-“Meu, você tem aí aquele da Rita Cadilak, “A Primeira Vez de Rita Cadilak”?”
-“Tenho sim, é lançamento, já trago…mas é um pornozão, viu?”
(lazarento, lembrei de novo de futebol…”lançamento”…tststs…lançamento de quem, do Danilo?)
-“Não me diga! Pensei que fosse um filme gospel!”
A Rita…todo mundo conhece ela, tá meio véia, mas pelo menos ela ainda FAZ alguma coisa. Rita Cadilak é gente que faz. Osvaldo Alvarez faz que é gente, isto é: faz que é técnico.