24 maio 2007 - 22h37

Obrigado, Paulo Rink

Foi um dia de festa. Nem o frio de 8º impediu mais de seis mil torcedores atleticanos de irem à Kyocera Arena na noite desta quarta-feira para agradecer a Paulo Rink. Agradecer e não se despedir. Afinal, Paulo Rink continuará a trabalhar no futebol e ligado ao Atlético. A função ainda não foi exatamente divulgada, mas se sabe que ele exercerá um cargo de intermédio entre os atletas e a diretoria. Para isso, usará toda a experiência adquirida em mais de 18 anos de carreira e passagens por clubes da Alemanha, Holanda, Coréia do Sul e Chipre. Dono de carreira longa e vitoriosa, Paulo Rink não poderia escolher outro local para realizar seu último jogo como atleta profissional. A Kyocera Arena, estádio cuja construção deve muito ao talento de Paulo Rink. Boa parte da renda obtida com a negociação do jogador para o Bayer Leverkusen financiou as obras do melhor estádio da América do Sul.

Rink encerrou a carreira de futebolista em grande estilo. Formou um time de amigos para enfrentar o Atlético, seu clube de coração e onde alcançou as maiores glórias. A noite começou com um locutor anunciando um a um o nome dos Amigos do Paulo Rink: Ricardo Pinto, Loizou, Daniel Neves, Alex Lopes, Paulo Miranda, Juan, Reginaldo, Andrei, Claudiomiro, Gune, Marcelo Silva, Alexandre Lopes, Fernando Mazur, Kleberson, Zé Elias, Magno, João Antonio, Jean Carlo, Matosas, Oséas, Möckel e Pölking. Muitos fizeram parte do memorável Atlético de 95/96. Outros foram companheiros de Paulo Rink no Santos e no Chipre. Dois foram especialmente lembrados por Paulo dos tempos de futsal, ainda menino, e nem mesmo chegaram a ser profissionais. O convite aos antigos amigos foi só mais uma prova do caráter do ídolo.

No primeiro tempo, o time titular do Atlético enfrentou os Amigos, que contava com um ataque histórico: Oséas e Paulo Rink. Contudo, a ausência de forma física dificultou as coisas e o Furacão não teve dificuldades para construir o placar. Ferreira marcou aos 9, chutando na saída de Ricardo Pinto. Aos 28, Alex Mineiro rolou para Denis Marques ampliar. Aos 39, cobrando pênalti, o próprio Alex Mineiro fez mais um. Além destes, o Rubro-Negro perdeu várias outras chances.

O último gol

No segundo tempo, o jogo ficou mais interessante. O Atlético trocou todos os jogadores, com direito a Paulo Rink no ataque ao lado de Pedro Oldoni. A equipe dos Amigos de Paulo Rink fez dez alterações; apenas o zagueiro Andrei foi mantido e atuou durante toda a partida. A atração ficou por conta do uruguaio Matosas, que entrou no clima da festa e produziu várias jogadas de estilo. Em um lance, olhou para um lado, tocou para João Antonio no outro e correu para receber. Ostentando uma barriga proeminente, o meia só lembrava o craque da década passada em razão da grande habilidade técnica.

Aos 20 minutos, Matosas marcou o gol de honra dos Amigos de Paulo Rink. João Antonio sofreu pênalti e o uruguaio se apresentou para a cobrança. Cheio de estilo, ele cobrou alto no meio do gol e comemorou muito. Logo depois, a estrela da noite brilhou. Edno começou a jogada pela esquerda e cruzou para Pedro Oldoni. O atacante rolou a bola para o lado. Tiago ficou com ela, mas só então percebeu que o toque havia sido na verdade para Rink. Então, rolou para o lado e Paulo Rink marcou o quarto gol atleticano, seu 81º e último com a camisa do clube. Na comemoração, jogou a camisa para a Torcida Os Fanáticos.

Logo depois, Paulo Rink foi substituído por Dayro Moreno. Ao ver a placa, o atacante respirou fundo, à la Hortência. Deu a última olhada para os companheiros, para a torcida e se encaminhou para deixar o campo de jogo pela última vez. Antes, foi erguido por Matosas, que depois ainda puxou os aplausos. Ainda houve mais alguns minutos de bola rolando, mas o principal já havia sido cumprido. No final, Paulo ainda distribuiu camisas para os torcedores e agradeceu a todos pelo apoio durante sua carreira.

Nós é quem agradecemos, Paulo Rink. Em nome de toda a nação atleticana.

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