5 jun 2007 - 23h44

Advogado explica elaboração dos borderôs

Outra denúncia formulada por Onaireves Moura aos diretores do Atlético foi com relação à elaboração do borderô dos jogos. Os clubes precisam informar neste documento as quantidades e os valores de todos os ingressos vendidos em uma partida. Contudo, os sócios do clube não adquirem ingresso nas bilheterias. O Atlético lançava no borderô o valor de R$ 5 para cada sócio. De acordo com Moura, o valor correto seria de R$ 20, equivalente ao que o sócio paga para o Atlético. Ainda de acordo com ele, esta conduta teria motivado uma autuação do Atlético perante o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), a quem deve ser recolhido 5% do valor da renda.

O advogado Marcos Malucelli, em entrevista à Rádio Banda B (AM 550), admitiu que a questão dos sócios gera uma certa dificuldade para os clubes. Segundo ele, não há uma orientação oficial nem da CBF nem do INSS nem de qualquer outro órgão de como proceder no preenchimento dos borderôs relativamente às entradas dos sócios. "Eu não sei o que o ex-presidente Onaireves estava pensando quando falou isso, a não ser prejudicar a imagem do clube. Em primeiro lugar, não cobramos R$ 20 do sócio. O sócio paga ou R$ 60 ou R$ 80 por mês. E exclusivamente do sócio é lançado no borderô a quantia de R$ 5 por uma razão. Isso começou em 2003. O regulamento da CBF colocou como preço mínimo de ingresso o valor de R$ 10. E adiante colocou que não poderia ser colocado à venda nenhum valor abaixo de R$ 10, salvo metade desse valor para os sócios. Ou seja, R$ 5 para os sócios. Por isso, nós lançamos este valor no borderô", explicou Malucelli.

O dirigente informou que esta prática é generealizada em todo o país. "Não é só o Atlético que faz isso. Eu tenho borderôs de outros clubes, como o nosso co-irmão Coritiba, que também fazem isso. Eu tenho em mãos aqui um borderô de um jogo antigo Coritiba e São Paulo, em que está lançado o valor de R$ 5 para os sócios. E o mesmo acontece no borderô do jogo do Coritiba contra o Paulista, neste ano. Assim ocorre com a grande maioria dos clubes. Quase todos os clubes do Brasil lançam mão desta possibilidade, ainda que cobrem outro valor do sócio. Isso porque o que você cobra do sócio não é exclusivamente o ingresso. Está incluído nesse valor o direito de votar, o privilégio de receber em casa, de ter sua cadeira reservada, de participar de sorteios. Isso tudo faz parte do valor total parte pelo sócio. Não significa que o valor de R$ 60 ou R$ 80 se refira unicamente aos ingressos dos jogos, por isso não é possível simplesmente dividir esse valor pelo número de jogos no mês", apontou.

Fiscalização

O presidente João Augusto Fleury da Rocha acrescentou que o Atlético vem sendo fiscalizado pelos órgãos responsáveis, que jamais levantaram qualquer objeção em relação a esta prática. "Além de não ser ilegal, além de não ser ilícito, é um procedimento absolutamente regular porque há uma fiscalização constante dos órgãos de arrecadação. Essa maneira como os fatos são divulgados pelo presidente da Federação é que nos causa uma revolta, porque ele conhece muito bem como funcionam as coisas. Se fosse uma pessoa leiga, que não sabe como é formado um borderô, ainda vá lá. Mas não é este o caso. Ele sabe que é tudo feito de forma regular. Também é de estranhar o fato que ele tenha aguardado tantos anos para levantar essas questões. Talvez porque tenha sido o Atlético Paranaense o único clube profissional que não aprovou as contas da Federação. Isso gerou uma profunda insatisfação da diretoria financeira da Federação e da própria presidência. Então, o que estamos observando são atos retaliatórios. Para que o ouvinte possa entender, é fácil perceber que essas manobras sem qualquer procedência decorrem de alguém que está se sentindo ameaçado no cargo e que agora, a exemplo do afogado, quer abraçar quem está próximo. O Atlético Paranaense não vai aceitar esse abraço. Nós não podemos admitir que o torcedor atleticano seja enxovalhado. Nos meios adequados e no tempo certo, nós vamos salvaguardar os nossos interesses próprios, pessoais. Mas agora o Atlético Paranaense sai em defesa da instituição", defendeu o cartola.

Alteração

Mais tarde, em resposta à pergunta de um ouvinte da Banda B, Marcos Malucelli explicou as razões de o Atlético ter alterado recentemente o valor atribuído aos sócios no borderô dos jogos. Segundo ele, o clube recebeu um alerta informal de uma pessoa ligada ao INSS de que o valor correto seria de R$ 20. Mesmo discordando, para evitar polêmica sobre o assunto, o Atlético resolveu lançar este valor mais alto e, concomitantemente, consultar o órgão acerca de uma orientação oficial.

Diante disso, Malucelli revelou que protocolou um ofício no INSS no dia 1º de junho requerendo informações acerca da existência ou não de uma autuação do Atlético e pedindo para ser esclarecido como deve ser o lançamento do valor dos sócios.



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