5 jun 2007 - 22h32

Diretoria rebate as acusações de Onaireves Moura

O Clube Atlético Paranaense rebateu nesta terça-feira as acusações formuladas há dez dias pelo ex-presidente da Federação Paranaense de Futebol Onaireves Moura. Depois do anúncio do Governo do Estado de que iria indicar a Kyocera Arena para receber jogos da Copa do Mundo de 2014 (e do descarte ao Pinheirão), Moura acusou o presidente do Conselho Deliberativo, Mario Celso Petraglia, e os demais gestores do clubes da prática de uma série de atos irregulares. Inicialmente, o clube se manifestou por meio de notas oficiais do Conselho Deliberativo, do Conselho Fiscal e do Conselho Gestor. Estes comunicados se limitaram a repudiar o tom, a origem e as circustâncias em que foram promovidas as denúncias, resguardando para o momento adequado a resposta acerca do mérito das questões.

A primeira manifestação oficial da diretoria do Atlético sobre os fatos mencionados por Onaireves ocorreu na noite desta terça-feira em entrevista à Rádio Banda B (AM 550). Estiveram presentes na sede da emissora o presidente do Conselho Gestor, João Augusto Fleury da Rocha, o diretor jurídico e membro do Conselho Gestor Marcos Augusto Malucelli e o diretor de marketing, Mauro Roberto Montenegro Holzmann. "Nós não poderíamos nos omitir de prestar alguns esclarecimentos. Por isso é que os diretores do Atlético Paranaense comparecem aqui para rebater essas acusações odiosas", afirmou o presidente Fleury.

Os dirigentes esclareceram ainda que serão tomadas medidas judiciais cabíveis em face de Onaireves Moura, mas independentemente disso as questões já podem ser esclarecidas à torcida. Confira as respostas da diretoria rubro-negra sobre os principais pontos das denúncias:

ADMINISTRAÇÃO DA KYOCERA ARENA
Denúncia de Onaireves Moura: a empresa Kopa, administrada pelo Sr. Luiz Volpato, genro de Mario Celso Petraglia, seria responsável pelos projetos e pelas obras da Kyocera Arena.

O advogado Marcos Malucelli afirmou que o clube não possui qualquer relacionamento com a citada empresa. Esclareceu que na época da construção da Arena da Baixada, no final dos anos 90, foi contratada a empresa Voltoragui, então administrada por Luiz Volpato – que futuramente viria a se tornar genro de Petraglia. Contudo, os serviços prestados pela Voltoragui se encerraram por ocasião da inauguração do estádio. Desde então, a administração do estádio vem sendo feita pelo próprio Atlético Paranaense, que para tanto se vale eventualmente de serviços prestados por empresas de limpeza, segurança e outros. [clique aqui para saber mais]

AQUISIÇÃO DE CADEIRAS PARA A KYOCERA ARENA
Denúncia de Onaireves Moura: o clube teria adquirido 21 mil cadeiras da empresa Kango Brasil Equipamentos Esportivos Ltda. ao custo total de R$ 4 milhões. Além disso, a sede da Kango seria no mesmo endereço de outra empresa, denominada All Solution Gestão Empresarial, cujos sócios seriam o filho e a esposa de Mario Celso Petraglia.

Malucelli disse que o Atlético não adquiriu as cadeiras da Kango, e sim de uma empresa chamada Diepar. Além disso, informou que foram compradas 20.500 cadeiras e não 21.000, e que o custo individual de cada cadeira foi de R$ 35. Segundo o diretor, o valor total pago pelo clube pela compra das cadeiras e pelo serviço de instalação foi de aproximadamente R$ 1,4 milhões e não de R$ 4 milhões. Além disso, ele ressaltou a excelente qualidade do produto adquirido pelo Atlético, superior ao encontrado em outros estádios. [clique aqui para saber mais]

LANÇAMENTO INCORRETO DE VALORES NO BORDERÔ DOS JOGOS
Denúncia de Onaireves Moura: o Atlético lança no borderô o valor de R$ 5 para os sócios do clube, quando o valor correto seria de R$ 20. Esta prática implica o recolhimento a menor da contribuição para o INSS e da taxa da Federação Paranaense de Futebol. Por conta disso, o INSS teria autuado o clube, que desde o jogo do Fluminense passou a lançar o valor de R$ 20.

O diretor jurídico explicou que o sócio paga R$ 60 ou R$ 80 de mensalidade ao clube e não adquire os ingressos individualmente para as partidas. Por outro lado, é preciso lançar um determinado valor no borderô dos jogos correspondente à entrada dos sócios. O regulamento geral de competições da CBF proíbe que sejam vendidos ingressos de valor inferior a R$ 10, salvo para os sócios – hipótese em que se admite a venda por metade desta quantia (ou seja R$ 5). Diante disso, é prática da ampla maioria dos clubes de lançar no borderô o valor mínimo de R$ 5 para os sócios. Malucelli citou o exemplo de diversas equipes que atuam do mesmo modo. Ele ressalvou que não é possível simplesmente dividir o valor da mensalidade pelo número de jogos no mês, uma vez que este valor de R$ 60 ou R$ 80 não corresponde unicamente ao preço dos ingressos, mas a uma série de serviços adicionais oferecidos pelo clube (reserva da cadeira, entrega do ingresso, direito a voto etc.). Marcos Malucelli disse que não tem qualquer conhecimento de autuação do Atlético por parte do INSS. Por conta das denúncias de Moura, o clube espontaneamente dirigiu um ofício ao INSS na última sexta-feira requisitando informações oficiais acerca de uma suposta autuação. [clique aqui para saber mais]

DIFERENÇAS DE VALORES DE NEGOCIAÇÕES DE JOGADORES
Denúncia de Onaireves Moura: o balanço de 2005 do Atlético apresentou a quantia de R$ 56,8 milhões referente a negociação de jogadores. Contudo, reportagem do portal Paraná-Online informou que o clube obteve faturamento de R$ 78,1 milhões.

Marcos Malucelli afirmou a diferença entre os dois valores é correspondente às quantias destinadas aos parceiros. Nem todos os jogadores negociados pertencem integralmente ao Atlético. " Uma coisa é o que você fatura na venda e outra é o que permanece no clube, porque você cumpre a obrigação de repassar as participações dos parceiros", explicou o advogado. [clique aqui para saber mais]

RELAÇÃO COM PAULO SCHMITT
Denúncia de Onaireves Moura: na mais recente acusação, o ex-presidente da FPF acusou o procurador do STJD Paulo Schmitt de ser conivente com o Atlético. Citou o fato de ele não ter oferecido denúncia do clube em razão de um documento adulterado de transferência do atacante Aloísio.

Desta vez, a resposta coube inicialmente ao presidente Fleury. Ele disse que não há o menor sentido nesta acusação e que não merece sequer ser levada adiante. Marcos Malucelli completou dizendo que a juíza trabalhista que julgou a ação do Atlético contra Aloísio afirmou expressamente que não poderia ser imputada ao clube a adulteração do documento, uma vez que esta prática ocorreu antes de o fax ter sido remetido ao clube. Além disso, Malucelli esclareceu que a questão está sendo apurada no âmbito da Justiça do Trabalho e que não havia a menor razão para qualquer procurador do STJD suscitar o fato perante a Justiça Desportiva.



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