6 jun 2007 - 17h46

Investidores europeus têm R$ 3 bi para obras

Fonte: Gazeta Mercantil, por Maria Luíza Filgueiras

Um grupo de investidores europeus está apostando no Brasil como sede da Copa do Mundo em 2014 e vai investir nada menos que € 1,2 bilhão (cerca de R$ 3,1 bilhões) no mercado imobiliário nacional até a data, especialmente em complexos esportivos e de lazer, que reúnam estádio de futebol e operação hoteleira. O capital é proveniente de fundos de pensão e private equities reunidos pela empresa alemã Wolfsburg AG e pela suíça Nüesch Development. Aqui, contam com o escritório Moema Wertheimer Arquitetura como parceiro.

"Nüesch e Wolfsburg já reuniram € 1,2 bilhão para investir em real state no Brasil", conta a arquiteta Moema Wertheimer. "As duas empresas são developers, isto é, buscam no mercado europeu investidores para grandes projetos no mundo todo."

A maioria dos investidores são suíços e alemães, mas também há participação em menor escala de capital holandês e belga. O grupo suíço, por exemplo, costuma contar com o suporte financeiro do Credit Suisse Asset Management e UBS Fund Management em praticamente todas as empreitadas – mas ainda não confirma o capital desses fundos para o Brasil.

A infra-estrutura esportiva precária ou insuficiente das principais capitais brasileiras e o bom momento para negociação de ativos imobiliários é o principal chamariz para esses investidores. "A expertise dessas empresas são projetos de lazer. No Brasil, não serão parques temáticos, no estilo Hopi Hari, e sim complexos em torno de um estádio de futebol", afirma Moema. "Além disso, estudamos projetos de revitalização de centros urbanos, tipo de planejamento que os europeus vêem com um carinho especial."

Curitiba, Salvador e São Paulo

Durante quase um mês, o suíço Klauspeter Nüesch e o alemão Manfred Günterberg estiveram em São Paulo, Curitiba e Bahia, principais focos de investimento, em reuniões com prefeituras e clubes de futebol. Chegaram a sentar à mesa com executivos do Sport Club Corinthians Paulista, mas, aparentemente, desacertos na contabilidade do clube impediram um acordo.

Também vêm mantendo contato com prefeituras e governos de Estado para possíveis benefícios fiscais e relacionamento com a comunidade. Aliás, Nüesch e Wolfs-burg AG são especializadas em parcerias público-privadas – a empresa alemã é de fato uma PPP entre a cidade Wolfsburg e a Volkswagen AG – e querem aplicar o conceito em solo tupiniquim."Está em avaliação a compra de terrenos e manutenção dos ativos na carteira ou PPPs com terrenos da prefeitura", conta a arquiteta. "O Günterberg é muito ligado a dirigentes da Fifa (Federação Internacional de Futebol) e todas as prefeituras do País estão de olho em uma nova construção ou remodelação de seus estádios para participarem da Copa do Mundo", destaca.

Uma das cidades mais afoitas neste processo é Salvador, na mira dos europeus mas também de outros interessados, como a empresa portuguesa Lusoarenas, braço do Grupo Espírito Santo. Este grupo também possui bandeiras hoteleiras e pode ser o principal concorrente – ou aliado – na negociação dos suíços e alemães com o governo local. Salvador já possui dois estádios de futebol, Fonte Nova e Barradão, e poderia substituir um dos dois por um novo empreendimento.

"Os europeus sabem como ganhar dinheiro em função de um estádio. Na Europa, a fonte de renda não são simplesmente os ingressos ou o consumo interno, que no Brasil é muito baixo", pondera Moema. "E, a menos que o Pan-Americano seja uma catástrofe este ano, o País é o mais cotado com palco da Copa de 2014."Para os investidores, há um erro de conceito no País sobre infra-estrutura esportiva. "Não basta construir um elefante branco apenas pensando na Copa, mas sim construir um empreendimento auto-sustentável", argumenta a arquiteta. "E é importante destacar que esses investidores não buscam lucro rápido. Não se trata de entregar uma carcaça a um locatário."



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