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9 jul 2007 - 17h38

O que restou

O Atlético está morrendo. Essa constatação parece ganhar as nossas mentes. Não sei onde vamos chegar. Não sei se a mística do vermelho-e-preto será recuperada um dia. Não sei se o desânimo vai fazer com que nos afastemos definitivamente do clube. Não sei de muitas coisas. Nunca foram tantas e tão profundas as perguntas. Nunca foi tão grande o silêncio. Antigamente, os períodos de crise serviam para nos unir. Gritávamos mais alto nas derrotas, nosso sangue fervia, nossas gargantas atingiam o limite do suportável. Tínhamos identidade, tínhamos alma, tínhamos orgulho. Éramos, enfim, uma nação. Hoje, somos um povo abandonado.

Qual é o projeto do Atlético? Terminar a construção de um estádio? Constituir-se em empresa de alta lucratividade? Vender jogadores? Aplicar no mercado financeiro? Empregar cientistas? Servir de brinquedo nas mãos de um ditador de araque? Eu não sei qual é o projeto do Atlético. Eu não sei o que pretende um clube cuja direção agride sistematicamente seus torcedores. Agride com mentiras, agride com sofismas, agride com proibições. Pagamos os ingressos mais caros do país, mas os chefes da empresa afirmam o contrário, sem medo do ridículo. Manipulam números na tentativa de mostrar que as cadeiras que acomodam nossos traseiros valem mais do que o preço que nos é cobrado. Dizem que querem muitos consumidores, mas não se preocupam em cativar os potenciais clientes. Atribuem-nos a culpa pelo fracasso de um marketing presunçoso e ineficaz. Se não vendem títulos de sócios, somos nós que não prestamos. Se os jogadores contratados aos borbotões se arrastam em campo, é porque nos recusamos a aplaudí-los.

O Atlético de hoje é melancólico. Um Atlético sem rosto, desfigurado. Um Atlético que ninguém mais reconhece, que se tornou aristocrático, frio e arrogante. O que pretendem os donos do Caparanaense? Banir a nossa alegria? Sufocar a nossa existência? Trancar-se numa fortaleza de endinheirados, para que nunca mais sintam o cheiro do povo?

Se o tal “projeto” for esse mesmo, com toda a sua estupidez, os objetivos estão sendo alcançados. Ficou chato e enervante freqüentar o que um dia foi a Baixada dos nossos sonhos. Pouco resta daquele local sagrado onde desfraldávamos bandeiras e entoávamos gritos de guerra e paixão. Sobram as lembranças, cada vez mais distantes, de um tempo em que éramos felizes.



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