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10 jul 2007 - 0h47

A minha…A nossa história

Seu nome é João, é auxiliar administrativo, trabalha o dia inteiro e ainda estuda a noite graças a uma bolsa do ProUni. Nem mesmo ele lembra quando se tornou atleticano, mas nunca esqueceu o primeiro dia que assistiu um jogo no antigo Joaquim Américo, hoje consegue estar presentes em poucos jogos, independente do adversário, só para ver o Furacão em campo.

Seu nome é Bruno, estudante universitário, ainda não trabalha, pois recebe pensão de seu pai, outro atleticano, e apesar de certa dificuldade continua freqüentando a Arena em jogos de fim de semana, já que suas aulas o impossibilitam de ir durante a semana.

Meu nome é Raphael, com muita luta consegui concluir a faculdade e hoje sou pós-graduado, apesar de torcedor desde nascença, não gostava tanto assim de futebol, minha paixão foi crescendo com o tempo, passei a acompanhar todos os jogos do Furacão pelo rádio ou tv, mas apenas em 2005 pisei pela primeira vez na Kyocera Arena, pois antes tinha receio de ir ao estádio sozinho graças a tantas notícias veiculadas nos jornais e a poucos (quase nenhum) amigos atleticanos. Aquele jogo contra o Flamengo foi apenas o primeiro de muitos e desde então foram poucos que não pude estar presente. Mesmo em tempos de estagiário, com pouco dinheiro, tendo de escolher se colocava créditos no celular, saídas com amigos ou um jogo (sem importar quem era o adversário), sem dúvidas eu escolhia o jogo.

Dos casos acima, apenas o meu é uma história verídica, mas tenho certeza que os outros dois se enquadram na história de muitos atleticanos.

E de histórias são construídas as vidas, de momentos importantes que passamos às maiores dificuldades, e graças tantas coisas boas que muitos vivenciaram junto ao Furacão é que vemos tanto saudosismo.

História como a que acompanhei no filme Hooligans, através de um foco diferente de um simples espectador. Não apenas assisti o filme como consegui analisar semelhanças entre a torcida retratada com a nossa torcida, sem levar em conta se organizada ou não, sem ao menos abordar tanta violência em vão. Na história desses torcedores, eles se encontraram e se uniram por uma paixão em comum, pelo seu time, e mesmo tão diferentes a característica mais presente neles era que juntos, no estádio ou fora deles, cada um protegia um ao outro, e que em campo, eles conseguiam esquecer seus problemas pessoais, quaisquer fossem. Entre eles, eles se sentiam acolhidos.

Assim foi a primeira vez que estive na Arena, mesmo com problemas financeiros, sozinho, fui bem recebido pelos torcedores que por ali estavam esperando pelo início da partida, me emocionei ao ver todos cantando juntos, com uma só voz, em prol do Furacão.

E desde meu primeiro ingresso não passou muito tempo, mas muita coisa mudou! Vejo que muitos de meus amigos mudaram sua prioridade de vida, uns estabeleceram relacionamentos, outros encontraram outras turmas e, ao invés de ir a um jogo, escolhem outros programas, sem tanto se importar com a paixão que um dia os movia. Infelizmente tenho certeza que essa escolha foi tomada por tantos outros que não tive a oportunidade de conhecer.

No primeiro ano, mesmo sozinho, tinha certeza fazer parte de um grupo independente do setor que escolhesse, fosse Buenos Aires ou Getúlio Vargas, a mesma necessidade encontrada em qualquer ser humano, a necessidade em se sentir parte de um grupo. E ser atleticano era sinônimo de um grande grupo apaixonado pelo seu time.

Após as tantas decisões de amigos, de desconhecidos, da diretoria e da organizada, não somos mais os mesmos, deixamos de ser um grupo único para se tornar apenas um! Hoje, aqueles milhares de torcedores que se uniam para torcer pelo seu time (e muitos viviam para isso) não conseguem pensar em nada além de seu próprio umbigo. Não estou aqui citando torcedores que ficam em um determinado setor, mas sim de uma grande maioria, organizados ou não, da Buenos Aires ou Getúlio, da inferior ou superior. Grande parte da torcida passou a se preocupar única e exclusivamente consigo mesma e deixou de apoiar o Furacão.

Muitos de nós deixamos de apoiar o time, não pelos valores cobrados pelos ingressos, mas porque a alguém não fez o mesmo por ele, alguém não o apoiou, e nesse caso enquadram-se torcedores que não vão mais porque não temos mais as faixas, as bandeiras, outros porque cansou da falta de respeito do próximo que até hoje não aceita a sua forma de torcer, e até mesmo aquele que diante de tanta reclamação e vaia, perdeu o tesão de torcer.

O que não podemos fazer é desistirmos assim, sem ao menos fazer cada um a sua parte a favor do Furacão! O que não podemos fazer é olhar para o torcedor ao lado pensando que ele torce para outro time! O que não podemos fazer é desistir!

E para finalizar, aproveitando a proximidade de meu aniversário, só me resta desejar que cada torcedor conscientize-se de sua importância na vitória e sucesso do nosso time, do nosso Clube Atlético Paranaense!

Eu sugiro aqui, que todos nós, torcedores rubro-negros, colocássemos a mão em nossas consciências e nos mobilizarmos, mesmo que em um grande abraço simbólico frente a Arena, para mostrar ao mundo que estamos voltando a se tornar um grande grupo apaixonado pelo mesmo time, pelo nosso Furacão!

Posso estar pedindo demais, mas é hora de nos (re)unirmos, de torcermos juntos!



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