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10 jul 2007 - 12h23

O amor de cada um

Sou fanático pelo Atlético, e pelo Furacão.com. Entro quase todos os dias no site, e leio todas as colunas publicadas. Às vezes, como hoje, até escrevo alguma coisa.

Tenho notado uma separação entre os textos. De um lado, a turma do “não dá mais”, “Fora Petraglia”, “não vou mais ao estádio”, “antes era melhor”. De outro, os adeptos do “temos que ajudar”, “agora vai”, “o caminho é esse”. Pensei bastante, assimilei as informações e decidi: estou com essa última turma.

Não concordo com aqueles que dizem que com esse time, com esse presidente, com esses preços não irão mais torcer na Arena. Eu sou torcedor do Atlético, amo esse time, e posso garantir que a fase da paixão já acabou prá mim, ficou aquele amor que não arrefece.

É sabido por cada um de nós que a paixão vem primeiro, une, aproxima e, se a pessoa querida for aquela que consideramos certa, logo dá lugar a um sentimento que embora menos intenso é mais permanente.

Minha paixão pelo Atlético aumentou aos poucos. Embora nascido aqui, cresci no interior do estado. Embora atleticano, meu pai, também vindo do interior, não nutria uma paixão pelo clube. Então eu era aquele torcedor esporádico, que via a tabela, gostaria de ter meu time na ponta da primeira divisão mas, se não desse, tudo bem. Quando voltei prá Curitiba, fui, aos poucos, me aproximando do rubro-negro. Assisti a alguns jogos na antiga Baixada, também cheguei a ir em confrontos decisivos no Pinheirão, mas não tinha nenhuma relação mais estreita com o clube.

Após o início da evolução criada e presidida pelo Mário Celso Petraglia, minha paixão foi crescendo. Tinha orgulho de ser atleticano, fazia piadas com meus amigos torcedores dos outros times nas vitórias, agüentava as gozações nas derrotas. Comecei ir ao estádio com mais freqüência, já na Kyocera Arena, até chegar àquela fase inconfundível de paixão avalassadora quando do título de 2001.

Passei bons e maus momentos com o Atlético, aprendi a amar esse clube do jeito que ele é e hoje sou sócio do Furacão, tenho minha cadeira prá assistir aos jogos e só perco aqueles cujos compromissos me impedem de ir.

Mas exerço minha torcida pelo clube de uma maneira tímida. Canto um pouco, grito um pouco e, na maioria do tempo, gosto de assistir ao jogo, analisar o posicionamento dos jogadores, ver a festa da Fanáticos. Só por isso sou menos atleticano que eles? Só porque gosto de ver a partida confortavelmente sentado em minha cadeira, escolhida para isso, e não fico 90, 120 minutos pulando e gritando torço menos para o Atlético? Acho que não.

Nunca vaiei o time ou qualquer jogador que fosse. Nunca gritei Fora!, para o técnico, o presidente ou o gandula. Solto meus palavrões baixinho, dou murros no ar quando uma jogada não dá certo, um passe erra o seu destino, uma bola é chutada longe do gol, mas reservo meu descontentamento prá mim. Eu não me sinto capaz de julgar se esse ou aquele jogador está atuando mal de propósito ou se errou tentando acertar.

Assito aos jogos na GV inferior, no cantinho próximo ao gol dos fundos. Sempre assisti ali, e sempre ouvi falarem que esse setor era de anti-atleticanos, que não colaboram com o time, não incentivam e só vaiam. Gostaria de convidar aos que pensam assim para ver o jogo comigo, perto de meu pai, meu padrinho e dos amigos que fizemos por lá. Talvez vocês percebam que o amor dessa turma, mesmo que não demonstrado com a paixão de outros setores, é tão grande quanto o de qualquer um no estádio.

Meu padrinho foi ao jogo 10 dias após uma cirurgia cardíaca. Pulou na hora do gol, levou até um belo tapa no peito durante a comemoração, mas estava lá. Meu pai, passando também por uma cirurgia, disse a seguinte frase ainda grogue do efeito da anestesia: foi tudo bem, é? Então posso ir ao jogo hoje? Só porque eles não ficam o tempo inteiro em pé sobre as cadeiras eles são menos aleticanos?

O time está ruim, sim. Precisa de reforços, sim. O preço dos ingressos está caro, a diretoria peca no relacionamento com os torcedores e no tratamento à imprensa, mas prá quem ama, esses assuntos são como os problemas de qualquer relacionamento: enchem o saco, mas dá prá resolver. Ficamos magoados de vez em quando, dá vontade de desistir, mas é só o time corresponder um pouquinho que seja e estamos lá de novo, prontos para o que der e vier. A torcida está carente, é só perceber a alegria, os sorrisos e os gritos de incentivo que uma simples jogada certa, um perigo de gol, um passe bonito colocam no rosto de cada um de nós.

Não me importa se é Baixada, Caldeirão, Joaquim Américo ou Kyocera Arena. Não me importa se é Furacão, Atlético, El Paranaense ou CAParanaense. Eu torço para o Clube Atlético Paranaense, independentemente de denominação, diretoria, equipe ou qualquer outra coisa. E convoco todos os que amam o Atlético a ir ao estádio sempre que possível, e torcer do jeito de cada um, não se importando com mais nada. Assim, e só assim, poderemos fazer a parte que nos cabe para tornar esse clube cada vez maior.



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