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15 jul 2007 - 19h07

O que queres, Mario Celso?

Os resultados de ontem, mais uma vez nos empurram para as proximidades do abismo. Diante dos resultados desta rodada, é imperioso que vençamos as próximas duas partidas, sob pena de passarmos a frequentar a fantasmagórica zona do rebaixamento. Aliás, já não era sem tempo, ou alguém tinha dúvida que logo, logo estaríamos flertando com ela?

Desde o início do ano, desde que resolvemos manter o Vadão, desde que dispensamos nossa única contratação qualificada(Ramón), desde que fomos desclassificados no Paranaense, desde que fomos eliminados na Copa do Brasil, desde que não contratamos nenhum jogador qualificado, sabíamos que o que nos restava era brigar para não cair no brasileiro.

Embora todos soubessem disto, nada, absolutamente nada foi feito. A gloriosa diretoria não se posicionou, não dá qualquer satisfação e só faz reclamar da torcida, jogando pra esta, a culpa de se manter um time medíocre. Quanta cara de pau gente!

Mesmo tendo uma competição internacional pela frente, mesmo tendo muitas rodadas ainda para o brasileiro, mesmo assim, permanece a passividade da diretoria, como se a mesma estivesse a espera de um milagre, que de repente estes meninos que vestem nossa camisa, tivessem lampejos de Jadson, Washington, Marinho, etc… Não terão, pois já tiveram todo o tempo do mundo.

Dito isto, pergunto: O que queres Petraglia?
Esta pergunta não quer calar mesmo. Não consigo entender o que Mario Celso pretende. O Mario sem dúvida alguma é o maior dirigente da história do Atlético. Mas definitivamente acho que quer que esqueçamos rapidamente disto tudo, pois as atitudes tomadas, não vem ao encontro da nossa paixão, aos nosso anseios e não guardam correpondência com a lógica.

Não entendo, leva-se quase oitenta anos para se conquistar um reconhecimento e quando ele está vindo, seja com título brasileiro, seja com Libertadores, seja com estrutura, inexplicavelmente as açoes do departamento de futebol e do próprio marketing, tentam de forma contumaz, destruir tudo que foi conquistado. Nos últimos dois anos principalmente, tudo que é feito, vem na contramão da lógica apregoada pela direção comandada pelo Mario Celso.

O futebol, carro-chefe da instituição é tratado com descaso. Os treinadores, quando não são aventuras experimentais, são treinadores já sem qualquer crédito com a torcida. Os jogadores contratados são absolutamente desconhecidos, sem qualquer currículo autorizador de uma contratação por um clube que tende a ser grande. O grande problema, é que jogadores desconhecidos são trazidos como solução, para serem titulares de imediato e não para serem preparados como eram as ações antes de 2001.

A torcida atleticana, creio que a mais apaixonada do país, foi expurgada do estádio. Aquelas festas maravilhosas proporcionadas especialmente em 2001 e 2004 principalmente, vistas e elogiadas por todo o Brasil, dificilmente voltarão a ser vistas na Kyocera Arena. Os preços dos ingressos e mesmo do sócio furacão, inibem a torcida. Aliás, digo que tais preços poderiam ser praticados em 2004, quando realmente tínhamos um grande e poderoso time. Hoje temos um time indigno, de qualidade técnica sofrível, que quebrou todos os recordes de humilhação de nossa camisa e que não justifica o valor dos ingressos cobrados.

A direção mantém o preço dos ingressos, não atende aos apelos das arquibancadas, que clamam por reforços e o que é pior, pune a torcida com uma série de restrições e proibições, jamais vistas em qualquer estádio e com qualquer torcida do Brasil. Não se permite mais as faixas, a bateria, a caveira, as bandeiras e daqui a pouco, é certo, vai se proibir até mesmo as camisas atleticanas, não duvido.

É óbvio que as ações estão afrontando a nossa paixão. Todas elas diga-se. Até mesmo o nome da instituição tem sido afrontado, quando aos pouquinhos estão tentando nos enfiar goela abaixo um tal bizarro CAParanaense. Parem com isto.

Por mais que me esforce não consigo entender estas ações. Tivemos na era Petraglia grandes campanhas publicitárias tipo ATLÉTICO TOTAL, ATÉTICO 3000 – PAIXÃO ETERNA, que foram espetaculares. Hoje, o clube se distancia da torcida, que nem ao estádio tem ido mais por todas as razões elencadas. Se distancia mais ainda quando a imprensa, nem sequer tem acesso ao dia-a-dia e as informações só vem a nós, pobres mortais, pelo site oficial, que convenhamos é fraquíssimo. Não fosse o Furacão.com, nem mesmo saberíamos que tínhamos estreando um tal de Valência e um tal de Marcelo.

O clube precisa de divulgação e de estádio cheio se quer atingir objetivos de marketing e venda do seu produto(nome). Mas não parece que a direção não está mais interessada em nada disto.

O clube que antes era elogiado em todo o Brasil, perdeu o espaço na mídia para o Paranazinho e a time da segunda divisão(este lota o estádio). A torcida atleticana tá se ombreando com a torcida do Paranazinho pra ver quem põe mais de 4 mil pessoas no estádio (pasmem!), não se olvidando que eles cobram R$ 10,00 e nós temos que pagar no mínimo R$ 30,00.

Por outro lado, quando nossa marca se tornou forte, ATLÉTICO PARANAENSE, o glorioso departamento de marketing vem querer mudar o nome do clube para CAParanaense. Enquanto todos os clubes do mundo querem ter uma torcida, a diretoria trata de guerrear com a nossa, impõe uma série de proibições e define ações que distanciam o clube de seus aficcionados, tratados como consumidores de um produto de terceira categoria, que é o time atual. Um time montado que deu margem a incontáveis humilhações em 2006, é mantido para repetir a dose em 2007. Já estamos em 15º lugar. Embora tenham decorridos 11 rodadas das 38, já tememos com razão, sermos rebaixados para uma segunda divisão.

Alguns jogadores são vendidos e o produto da venda não serve para que se realize sequer uma ou duas contratações de nível. Sinceramente não sei o que queres Mario Celso.

Com estas ações como: de Atlético para CAParanaense; retaliação a torcida organizada; elitização de torcedores; proibição de alegorias, adereços, bandeiras, bateria, etc; estádio absolutamente vazio; time medíocre; não há entrevistas ou satisfação dos dirigentes; proibição e escassez de informações; passividade e descaso com a mediocridade do time; falta de providências imediatas – sinceramente não sei, não consigo compreender o que pretendem Petraglia e seus assessores.

A passividade é tanta, que embora todos os gritos, todos os apelos, os clamores da torcida atleticana, nada é feito e ao que parece nada será feito, nenhuma providência efetiva será tomada.

Observe-se no “Fala Atelticano”, que praticamente ninguém mais apóia aquelas ações, a não ser alguns poucos que ainda conseguem visualizar algo positivo, em sonho é claro. Absurdamente, diante da inércia da direção tenho visto textos conformados, do tipo, “já que só tem tú, vai tú mesmo”, “temos que apoiar”, “eles não vão contratar ninguém mesmo”. Desiludidos, quase sem voz, os torcedores querem gritar, querem se unir, torcer pra fazer o time ganhar na marra e não ser rebaixado. Não podemos nos conformar, até porquê, nenhuma facilidade é dada aos torcedores pra que eles possam ir ao Estádio. O clube tem dinheiro suficiente pra reforçar o grupo, de modo a não autorizar que o inferno da segunda divisão se aproxime. De que adianta terminar Arena com time na segunda?

Nos diga então Mario Celso, por que tudo isto? Enjoou da idolatria? Quer ser esquecido? O maior dirigente da história do clube passou a tomar ações contrárias aos anseios de nosso povo. Por que isto Mario Celso? Pra que destruir tudo que foi conquistado? Orgulhávamos do respeito que tínhamos, da midia, da divulgação. Hoje não temos nada disto, nem mídia, nem time, nem torcida, nem alegria, nem o nome…só temos o melhor Estádio e o melhor CT….



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