No churrasco…
Sábado à noite fui num churrasco de um amigo meu. Em comemoração à gravidez de sua mulher. Costela no fogo de chão, desde manhã assando, já era início da noite. O Povo lá.
Cerveja, conversa, mais cerveja e mais conversa. De repente, ouço alguém chamar um cara que estava por ali em volta do fogo, conversando já há algum tempo com a gente:
-“Ô…ô meu…pô Evangelino, me alcança a faca!”
Eu pensei: “meu Deus, como é que pode alguém se chamar assim?”
Aí ele chegou voltou perto da gente e outro amigo nosso (coxa) falou:
-“Meu…errr…como é teu nome mesmo? É Evangelino de verdade?”
-“É sim. Evangelino da Costa Neves Neto!”
Olhei pra cara do meu amigo e pensei: “não é que é o neto do Chinês mesmo…”
Ficamos mais de hora falando de futebol (mais lembrando do que comentando as atualidades) e como isso é bom, né? Eu falava do meu avô (1º ponta-esquerda do Atletico) ele do vô dele, eu do antigo Joaquim Américo, ele do Belfort Duarte, eu do Sicupira ele do Aladim, nós da decisão de 78, eu Altevir ele Mazaropi, eu Marola ele Rafael, eu da construção da Arena ele da reforma que não saiu no Couto…nós de muié e por aí foi. Gente fina o cara (raridade para um coxa-branca).
Depois que eu saí de lá, dei uma refletida na história deles. Eles foram hexa, no tempo do Chinês. Baita clube aquele deles (década de 70), infelizmente mas era.
Aí eu concluí, sobre a importância de um dirigente competente na vida de uma agremiação de futebol. O que o vô dele representa para a história deles, é de fazer chorar de saudade o Vinícius da Páscoa (e não o faz publicamente porque necessita enaltecer os atuais, ou seja, questão de segunda, 2ª diVISÃO).
E a nossa história? Já virou história? Ou ainda está sendo escrita? Quem foi até hoje o nosso maior dirigente desde 1924? Será que já dá para encerrar o último capítulo do Petraglia e fechar este livro?
Você aí, que só reclama da Diretoria e grita, escreve, xinga e sonha “fora Petraglia” todo dia, por que em vez de fazer isso (simploria e superficialmente), não procura pensar no Atlético em relação à sua história? Ou preferia estar comendo pão com filé de gato embaixo dum pinheiro no meio da chuva? Ou sentado numa arquibancada metálica sem poder comemorar gol com xxgaço de cair lá de cima? Ou nunca ter visto Oséas, Paulo Rink, Washington, Cleberson, Fernandinho, Jadson, Kléber, Alex Mineiro sequer passarem por aqui? Vc esquece onde está pisando hoje, o melhor estádio da América do Sul (se é que vai ao estádio)? Por que esta teimosia maniqueísta em não reconhecer o que já foi feito de bom e principalmente, de quase impossível o que a turma do Petraglia já fez pelo CAP? Um brasileirão A, antes B, outro vice na A, 3 libertadores sendo uma vice: será que isto já não foi suficiente? Êta criança gulosa, que toma um litraço de leite da têta gorda da mãe e quer mais, pra sair cuspindo pelos cantos da boca e depois vomitar no berço, tststs.
É impossível fazer duas coisas deste porte ao mesmo tempo: ou vc investe em estrutura (Estádio) ou em Futebol (Jogadores). Não há como contratar um Riquelme da vida, se a Arena ainda precisa de recursos para ser concluída, isto é ululante.
Deixa o homem trabalhar! Ou vai dizer que ele erra de propósito? Quem sabe vc preferia um Gionédis da vida ou um Gretchen Miranda para nos comandar: sem comparações! Ele (o Petraglia) tem diretio de errar, em face de tudo o que ele já fez por nós até hoje. E me diga quem é que está acertando ultimamente no futebol brasileiro? O Ricardo Teixeira? Dunga? O Eurico? Os Parrela? A turma do Koff? Ou seria o pessoal da Soberba, aqueles dos excelentes Advogados que jogam fora do campo? Ah, o Duailibi, deve ser…
Temos apenas um só problema, e já há algum tempo: são as laranjas podres que insistem em manter no time. Quebradores de bola que não se importam de receber em dia e não tem consciência suficiente para saber o que é vestir nossa camisa, muito menos jogar bola. Aos poucos, eles vão indo embora, mas aí é que está o problema nosso: demorar para repassar estas feridas. Os que são bons vão rápido, mas aqueles…tipo William, Igor, Perdigão (o craque do Vasco, meu Deus!), Alexandre Lopes (era esse o nome mesmo?), Bruno Lança, Cléber Mexerica, Givanildo, Vadão, Christian…e atualmente Michel, Evandro, João Leonardo, mas principalmente Danilo e Erandir: esta dupla dói só de pensar que eles vão entrar em campo de novo, que ainda continuam a “estar” atleticanos, porque “ser”, nunca foram nem serão.
Acho que o Atlético precisa é de uma nutricionista. Ou de um Engenheiro de Alimentos, para identificar e preventivamente impedir a aquisição destas tais “laranjas podres”do mercado, antes que cheguem à nossa prateleira.
A mulher do meu amigo do churrasco é nutricionista. Mas ela está grávida e não vai querer trabalhar agora. O neto do Evangelino nunca vai mais ver lá no Mijódromo dirigente como seu avô.
Eu, eu quero mais churrasco. mais costela assada no fogo de chão. Mais cerveja. Mais conversa, sobre futebol e muié, música também. E só mais uma coisa pra completar: a conclusão da Arena.
Deixem o homem trabalhar. Depois que o estádio ficar pronto, ele termina sua missão e vai embora ou então continua morando ali do lado. Aí num churrasco daqui uns 10 anos, vou escutar alguém falando dele: “-Que saudades do meu avô!”
p.s.: só avisem que trouxeram uma laranja esquisita para trabalhar lá: ela é verde por fora, mas verde e branca por dentro, é o tal do Oscar Yamato > se for assim, até eu né Mario Celso: “-Fora Petraglia!” > não, não vou entonar o mesmo coro dos superficialistas: ainda acho que virá um Messias (nutricionista) e colocará todos eles num saco e levará lá para o começo da rua, no lixão do lado do rio: Yamato, Erandir, Danilo, etc, etc, etc. Quem sabe o morretense os contrate: o alojamento é ali do lado da PUC, à base de banana e Nescau. O Flávio já tá magrinho, magrinho, e continua o mesmo: se não leva gol de falta, é frango. Sempre um por jogo. Coitados, nem o peixe com espinhos aguentou a pseudo-soberba que tentaram implantar no estado. O São Paulo TEM para ter soberba, agora, “los paranistas”…tststs. “Quem nasceu pra ser gralha nunca alcançará a latitude do falcão.” – Fernão Capelo Gaivota.