Vitória escapa nos últimos segundos
Atlético e Cruzeiro empataram por 2 a 2 nesta quarta-feira à noite, em um jogo sofrível tecnicamente disputado na Kyocera Arena. O Furacão ficou duas vezes à frente do placar, mas não conseguiu segurar o resultado. O time chegou a estar vencendo até os 48 minutos do segundo tempo, mas uma desatenção dos jogadores permitiu o gol de Nenê no apagar das luzes e custou dois valiosos pontos ao time de Antonio Lopes.
Com poucos minutos de jogo, a torcida compreendeu por que Atlético e Cruzeiro não fazem boa campanha no Campeonato Brasileiro. Com muitas deficiências técnicas e sem organização tática, as duas equipes abusaram dos erros. O Cruzeiro foi ligeiramente melhor nos primeiros minutos. Criou chances com Maicossuel e Wagner, mas faltou precisão. Aos 20 minutos, o zagueiro Gustavo cometeu uma falha grotesca. Ao tentar recuar a bola para o goleiro Guilherme, jogou contra o patrimônio e o Cruzeiro esteve a pique de fazer o primeiro gol. De vilão a herói em apenas um minuto, Gustavo subiu ao ataque em uma cobrança de falta de Ferreira, aproveitou o desvio de Wagner e cabeceou para o fundo do gol de Fábio. Redimiu-se com a torcida e fez a Arena explodir em vermelho e preto.
Mas a comemoração durou pouco tempo. Também em um lance de bola parada, o Cruzeiro chegou ao empate. Fernandinho cobrou falta duas vezes (o árbitro mandou voltar a primeira a cobrança) e achou Araújo completamente livre na área do Atlético. Ele cabeceou fraco, mas Guilherme não conseguiu defender e a bola entrou.
O primeiro tempo acabou com vaias da torcida atleticana, sinal de que o time não estava rendendo bem. De fato, Claiton e Dinei jogaram mal, os laterais Nei e Edno não criaram uma jogada e o empate acabou saindo barato ao Atlético.
Os mesmos erros
Pressionado pelo mau desempenho do time, Lopes sacou Dinei logo no intervalo, a exemplo do que já havia acontecido na partida contra o América, em Natal. Só que desta vez o escolhido para entrar foi Pedro Oldoni, e não Marcelo. Não adiantou muita coisa, pois o time abusava dos chutões da defesa e não tinha nenhuma jogada ofensiva que pudesse ser explorada. Assim, o Rubro-Negro vivia das arrancadas de Alex Mineiro, que passou a atuar como atacante velocista, e da disputa aérea de Pedro Oldoni, nem sempre bem sucedida.
O Cruzeiro, por sua vez, abusou de perder gols. Maicosuel, Ramires e Emerson desperdiçaram chances claras de gol. Preocupado, Lopes mandou a campo Evandro (em lugar de Claiton) e Erandir (em lugar de Valencia), antigos titulares da equipe.
O segundo gol acabou saindo justamente dos pés de Evandro. Ele sofreu uma falta na extrema direita e cobrou na área. Pedro Oldoni e Alan Bahia disputaram com o goleiro Fábio, a bola tocou nas costas do atacante atleticano e morreu no fundo do gol – o árbitro, contudo, assinalou gol para Alan Bahia. Eram 33 minutos e a torcida comemorou como se fosse a vitória. Mas ainda faltavam 15 minutos para o fim do jogo e o Cruzeiro acabou chegando ao empate justamente no último lance, mesmo depois de o zagueiro Thiago Heleno ter sido expulso.
A jogada foi confusa. Após cobrança de escanteio, Pedro Oldoni fez o corte para lateral. A bola saiu na metade do campo de defesa do Atlético. O jogador do Cruzeiro cobrou o lateral bem longe, próximo da bandeirinha de escanteio. Surpreendentemente, o árbitro Lourival Dias Lima Filho, da Bahia, deixou o lance seguir. Pelas regras do futebol, o arremesso lateral tem de ser cobrado o mais próximo do ponto onde a bola saiu. A distância de vários metros acabou pegando a defesa do Atlético de surpresa. Fernandinho ganhou a disputa com Ferreira na linha de fundo e cruzou. Mais uma vez, a zaga do Atlético sofreu um gol de cabeça. Nenê subiu e escorou, para a incredulidade da torcida atleticana.
No final do jogo, os atletas reclamaram da omissão do árbitro e também do fato de ele ter dado muitos acréscimos. O técnico Antonio Lopes endossou as reclamações, mas não isentou a equipe da responsabilidade pelo gol sofrido. Na opinião dele, faltou atenção do time, que não poderia ter sofrido um gol desta maneira. Mais uma vez.
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