21 ago 2007 - 20h10

Antonio Lopes fala da saída e segue "na torcida"

O técnico Antonio Lopes divulgou uma nota em seu site oficial explicando o trabalho realizado no comando do Atlético. O treinador ressaltou que os problemas de contusão atrapalharam muito a terceira passagem dele no rubro-negro. Lopes agradeceu o apoio da torcida e da diretoria e também deixa o clube desejando boa sorte ao sucessor.

"Hoje podemos ver o grupo mais unido, mais vibrante, com mais alegria, mais integrado. O grupo de atletas é muito jovem e há que se ter paciência, pois tenho absoluta certeza que o grupo está crescendo no momento certo da competição. Não há dúvidas de que os frutos irão aparecer e o time está distante 3 pontos da zona de rebaixamento e apenas 4 da zona de classificação para a sulamericana de 2008."

Confira a nota na íntegra.

LOPES FALA DE SEU TRABALHO NO ATLÉTICO

Ao chegar ao clube em 13/06/07, encontrei um ambiente muito difícil. Nosso Furacão havia sido eliminado no campeonato estadual e na copa do Brasil. Pelo que senti (apesar de não ter vivenciado) havia uma esperança muito grande na conquista destas duas competições. A tristeza era muito grande, o aspecto emocional do grupo estava bastante abalado e comecei a trabalhar após uma derrota de 3×0 para a equipe do Goiás e existia também o trauma da Arena da Baixada, pois a equipe sofrera derrotas e eliminações marcantes em nosso reduto.

Tivemos a saída (necessária, pois é a realidade econômica de todos os clubes no futebol brasileiro) de atletas importantes, como Marcão, Denis Marques e mais recentemente Guilherme. Aconteceram problemas sérios de lesões, que nos impossibilitaram de usar jogadores muito importantes por longos períodos como Alex Mineiro, Evandro, Jancarlos e Thiago (que havia feito um belo primeiro tempo contra o Fluminense). Além do sério problema ocorrido com o Alan Bahia.

Trabalhamos muito dentro do campo e também muito atentos no aspecto emocional dos atletas e na formação do grupo. Fizemos um trabalho muito bacana, em conjunto com o serviço de psicologia do clube, e notamos o reflexo disso em nossos treinamentos e acho que os torcedores mais observadores conseguiram diagnosticar isto. Como exemplo, posso citar o primeiro gol da equipe, sobre o meu comando, contra o Fluminense, na Arena da Baixada: O Denis Marques fez o gol e somente o Alex Mineiro, muito timidamente, foi comemorar com ele.

Hoje podemos ver o grupo mais unido, mais vibrante, com mais alegria, mais integrado. O grupo de atletas é muito jovem e há que se ter paciência, pois tenho absoluta certeza que o grupo está crescendo no momento certo da competição. Não há dúvidas de que os frutos irão aparecer e o time está distante 3 pontos da zona de rebaixamento e apenas 4 da zona de classificação para a sulamericana de 2008. Sendo que muitos times que estão a frente do Atlético estão em um processo inverso, isto é, decrescendo seus níveis de performance, enquanto o Atlético está nitidamente crescendo o seu nível de atuação.

Em pouco mais de dois meses de trabalho notei grande evolução em vários atletas jovens que não conseguiam externar seu potencial nas partidas. Hoje, atletas como Rhodolfo, Gustavo, Valência, Roberto, Rogerinho, Dinei, Fernando Mineiro, entre outros, já estão muito mais a vontade no grupo e vêm tendo bons rendimentos nos treinamentos e jogos. Esses atletas, quando aqui cheguei, praticamente não faziam parte do grupo de relacionados para jogos. Me alegra muito também a recuperação técnica e psicológica de alguns atletas, que têm muita qualidade, como Evandro, Alan Bahia, Jancarlos e Netinho. São atletas que com certeza, ainda ajudarão bastante ao clube ao longo da temporada.

Um fato a se lamentar é o trauma da Arena da Baixada. Em minha primeira passagem, me lembro que perdi dois jogos em casa, um para o Guarani e um para o Internacional. Em minha segunda passagem, ganhamos 10 jogos e empatamos 2, sem qualquer derrota. E nesta terceira passagem, apesar de termos tido muitos empates, sob o meu comando, não tivemos nenhuma derrota pelo campeonato brasileiro. Estava em um processo de formação do grupo e é muito importante a compreensão e paciência. Jogadores como Ramon, Antonio Carlos, Alessandro, Edno, Marcelo, Claiton, Viáfara chegaram há pouco tempo no clube e ainda estão em fase de adaptação.

Estávamos trabalhando em conjunto com as categorias de base, fato muito importante hoje no futebol brasileiro e atletas como João Carlos, Rogerinho, Dudu, Renan (Foguinho) e Fernando Mineiro foram pinçados por mim da equipe de Juniores em um curto espaço de tempo. E já tínhamos alguns outros nomes, como Pimba, André, Neylor, Daniel que na primeira oportunidade seriam guindados ao elenco profissional.

Gostaria de agradecer o apoio irrestrito que tive da direção do clube, colegas de comissão técnica, jogadores, torcedores e logicamente estarei na torcida pelo sucesso do clube e de meu sucessor, que se realmente for confirmado o Nei (sic) Franco, é um excelente nome, comandante competente e que muito admiro.

Antonio Lopes



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