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27 ago 2007 - 19h19

Caras-de-pau

No jogo de sábado entre Atlético Paranaense e Internacional nós atleticanos fomos assaltados descaradamente pelo árbitro da partida. Disso ninguém tem dúvida e é claro que não há dúvida sobre o motivo pelo qual esta árbitro foi escalado para o jogo. Seria chover no molhado destilar toda a minha indignação neste espaço. Quero colocar em discussão outra situação. Ética.

Os atuais jogadores de futebol se vangloriam de serem chamados de profissionais. Os atuais jogadores de futebol têm sim uma vida de atletas profissionais, direitos e deveres como qualquer outra profissão. Mas e a conduta desportiva e profissional destas pessoas? Onde está?

Não vou entrar na discussão comum de que eles saem à noite, não têm responsabilidade dentro de campo, faltam a treinos e etc… Quero saber onde está a ética profissional. No lance do pseudo-pênalti, os jogadores do Internacional viram que a falta tinha sido fora da área. O jogador que sofreu a falta sabe que foi fora da área e, mesmo assim, comemoram a marcação da penalidade máxima concordando com a atitude desleal do árbitro da partida. Ora, no meu ponto de vista são tão desleais e mal intencionados quanto o árbitro.

Você, profissional de qualquer área não fica indignado com atitudes desleais de colegas de profissão? Você assina embaixo das deslealdades?

Já vimos várias atitudes que mostram como ser “homem”, como ser profissional do esporte. Vimos, principalmente no campeonato Inglês, atitudes louváveis de atletas que indignados com alguma atitude de colegas de clube ou até mesmo de árbitros não bateram faltas, não cobraram laterais mal marcados, escanteios e até mesmo pênaltis. Minha memória não é tão boa para guardar os nomes, as datas e os cubes envolvidos, mas tenho tudo isso na lembrança.

Por que estamos cobrando apenas do árbitro uma atitude digna? Por que não estamos cobrando vergonha na cara e caráter dos jogadores de futebol? Antes que eu seja cobrado quero lembrar do lance envolvendo o jogador Willian, pelo Campeonato Paranaense (não lembro o ano) que chutou uma bola pra fora e o árbitro da partida deu gol na baliza da Buenos Aires (na Arena). Fiquei extremamente envergonhado e indignado. Como pode ele, logo após lamentar a perda do gol, sair comemorando? Outro lance que me vem agora é o da Copa de 58, quando ao cometer um pênalti, nosso lateral (não lembro o nome e acho que era lateral-esquerdo) dá um passo pra frente e o juiz marca apenas a falta. Esse lance é emblemático pois todos dizem “a malandragem brasileira” com um orgulho cínico. Ora, veja se pode ter orgulho de larapiar, enganar ou ludibriar alguém. Isso é motivo de vergonha.

Talvez tais atitudes sejam um mero reflexo da sociedade em que vivemos, talvez seja um espelho de um Brasil corrupto, indigno, mentiroso e covarde. Ou talvez seja apenas a tal malandragem. De qualquer forma, nada mais é do que falta de desportividade, falta de vergonha e falta de respeito aos torcedores que estão pagando pra ver um espetáculo de mentiras, enganações e de cartas marcadas.

Aos jogadores profissionais de todos os clubes brasileiros…



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