27 ago 2007 - 10h48

Quando o maior adversário é o apito

Um jogo decidido nos detalhes e justamente por quem deveria ser apenas coadjuvante e jamais protagonista de uma partida de futebol: o árbitro. E não são poucos os exemplos de casos em que a arbitragem influencia diretamente no placar de um jogo, no resultado de um campeonato. Dos 21 jogos do Atlético até aqui no Campeonato Brasileiro, pelo menos oito tiveram erros escandalosos cometidos pelo trio de arbitragem. Desses, em cinco partidas os erros trouxeram conseqüências ainda maiores, influenciado diretamente no placar final do jogo, causando prejuízo de pelo menos sete pontos ao Furacão no Brasileiro. Parece pouco, mas essa é a distância que separa hoje o Atlético da zona de rebaixamento à zona de classificação na Copa Sul-Americana.

Foram dois pontos tirados contra o Atlético-MG, com um gol impedido e um pênalti mal marcado; um ponto no jogo contra o Vasco, com um impedimento mal marcado no ataque atleticano; dois pontos no jogo contra o Cruzeiro, com o lateral cobrado no lugar errado, resultando no gol mineiro no último segundo de jogo; um ponto contra o São Paulo, com um gol paulista impedido e um impedimento mal marcado no ataque do Furacão; e o pênalti absurdo marcado a favor do Internacional, no último sábado, que resultou em mais um ponto perdido com a ajuda do juiz.

Houve ainda erros escandalosos na vitória por 6 a 3 contra o Figueirense, na abertura do Brasileiro, com pelo menos três marcações absurdas de impedimento no ataque atleticano, em lances que os atacantes saíram na cara do gol; inversões de faltas e critérios confusos de Carlos Eugênio Simon no empate por 1 a 1 contra o Fluminense; e os absurdos erros disciplinares no empate por 1 a 1 contra o Grêmio, no estádio Olímpico, em que mais do que prejuízo de pontos, o Atlético teve prejuízo humano, perdendo o atacante Alex Mineiro até o final da competição devido à agressão de Tcheco e a perda por várias rodadas do meia Evandro, agredido por Gavillán – apesar das gravíssimas contusões dos atleticanos, o árbitro considerou normal os lances, sequer advertindo verbalmente os jogadores gremistas.

Cartão vermelho para a arbitragem

Confira a lista dos árbitros que já cometeram erros gravíssimos em partidas do Atlético neste Campeonato Brasileiro, influenciando na maioria dos casos no placar final do jogo. É importante ressaltar que a perda de pontos por causa das falhas da arbitragem não pode servir como desculpa para a péssima campanha do Furacão no Campeonato Brasileiro. No entanto, esses constantes erros, que decidem partidas, precisam ser urgentemente eliminados do campo de jogo. O alerta não é jamais no sentido de que se beneficie o Atlético, mas sim para que haja justiça no futebol e que a figura do árbitro não decida jogos e campeonatos. Afinal, se for para ganhar ou perder, que seja apenas na bola e jamais no apito.

Figueirense 3 x 6 Atlético
Árbitro: Vinicius Costa da Costa (RS)
Prejuízo: 0 ponto

Apesar da boa vitória atleticana na estréia do Campeonato Brasileiro, os constantes erros do trio de arbitragem gaúcho impediram um placar ainda mais elástico a favor do Rubro-negro. No primeiro tempo, quando o jogo já estava 3 a 0 para o Atlético, a arbitragem anotou um impedimento inexistente no ataque rubro-negro. Na etapa final, foram mais dois impedimentos absurdos que impediram o Furacão de assinalar mais gols na competição.

Vale lembrar que, apesar de não trazer prejuízo de pontos na classificação, o saldo de gols e o número de gols pró são critérios de desempate na competição.

Atlético-MG 1 x 1 Atlético
Árbitro: Domingos de Jesus Viana Filho (PA)
Prejuízo: 2 pontos

Um gol impedido e um pênalti mal marcado a favor do Atlético-MG. Resultado: empate no duelo dos Atléticos no Mineirão e dois pontos perdidos pelo Furacão por erro do árbitro paraibano Domingos de Jesus Viana Filho.

Aos 21 minutos, o primeiro erro escandaloso: na bola cruzada na área rubro-negra, Viáfara errou na saída do gol e o zagueiro Marcos cabeceou, em completo impedimento, para abrir o placar.

Aos 45 minutos do segundo tempo, quatro minutos após o empate do Furacão, mais um erro do árbitro: em uma jogada confusa dentro da área do Rubro-negro, o juiz marcou pênalti de Danilo em um lance duvidoso. Mas nesse caso, os detalhes do futebol fizeram justiça e Coelho cobrou forte, na trave esquerda do gol de Viáfara, garantindo o empate por 1 a 1.

Vasco 1 x 0 Atlético
Árbitro: Cléber Wellington Abade (SP)
Prejuízo: 1 ponto

Desta vez, ao invés de validar um gol adversário impedido, o árbitro paulista anulou um gol legal marcado pelo Atlético. Aos 24 minutos, o meia Ferreira acionou Dinei na ponta-direita. Ele cruzou e Marcelo completou para o fundo do gol defendido por Silvio Luiz. O assistente marcou impedimento de João Leonardo no início da jogada e o gol atleticano foi anulado. Naquele momento, o jogo estava empatado em 0 a 0. As imagens da televisão mostraram que João Leonardo estava em condições legais. Por isso, o impedimento foi mal marcado pela arbitragem. Minutos depois, o Vasco acabou chegando ao gol e venceu a partida por 1 a 0.

Atlético 2 x 2 Cruzeiro
Árbitro: Lourival Dias Lima Filho (BA)
Prejuízo: 2 pontos

Nos acréscimos do jogo, aos 48 minutos do segundo tempo, o placar apontava 2 a 1 para o Furacão. Mas numa jogada confusa e que mostra claramente o despreparo do trio de arbitragem quanto às regras do futebol, saiu o gol de empate do Cruzeiro. Após uma cobrança de escanteio do Cruzeiro, Pedro Oldoni fez o corte para lateral. A bola saiu na metade do campo de defesa do Atlético – quase na risca do meio-campo. O jogador do Cruzeiro cobrou o lateral bem longe, próximo da bandeirinha de escanteio, a vários metros de distância de onde a bola ultrapassou a linha lateral. Surpreendentemente, o árbitro Lourival Dias Lima Filho e seu auxiliar deixaram o lance seguir. Pelas leis que regem o futebol (regra 15), o arremesso lateral tem de ser cobrado o mais próximo do ponto onde a bola saiu. A distância de vários metros acabou pegando a defesa do Atlético de surpresa. Fernandinho ganhou a disputa com Ferreira na linha de fundo e cruzou, com Nenê marcando de cabeça o gol irregular do time mineiro, que determinou o empate em 2 a 2 no placar.

A validação do gol cruzeirense pelo árbitro Lourival Dias Lima Filho mostra um desrespeito à regra 15 do futebol, conforme destacou reportagem da Furacao.com: Gol de empate surgiu após erro do árbitro

Grêmio 1 x 1 Atlético
Árbitro: Paulo Henrique de Godoy Bezerra (SC)
Prejuízo: Perda de Alex Mineiro até o final do campeonato e de Evandro em várias rodadas

Desta vez, o prejuízo foi além da perda de pontos. Conivente com a violência dos jogadores do Grêmio , o árbitro Paulo Henrique de Godoy Bezerra sequer advertiu verbalmente os jogadores Tcheco e Gavillán, após agressões covardes em Alex Mineiro e Evandro, respectivamente.

Se a apatia e a conivência com a violência gremista não trouxe reflexos diretos no jogo, a ação do árbitro trouxe inúmeros prejuízos para o Atlético no restante da competição, perdendo o seu principal artilheiro por pelo menos 90 dias.

São Paulo 2 x 0 Atlético
Árbitro: Washington José Alves de Souza (AM)
Prejuízo: 1 ponto

A incompetência do trio de arbitragem do Amazonas se refletiu em vários lances capitais da partida. Após o primeiro gol do São Paulo, o “apito amigo” deu a sua mãozinha. Aos 9 minutos de jogo, Ferreira lançou Danilo em posição legal. O zagueiro cabeceou e Rogério Ceni espalmou. No lance havia três atleticanos sozinhos para finalizar, mas toda a jogada havia sido anulada por causa de um impedimento mal marcado.

No segundo tempo, aos dez minutos, Richarlyson recebeu em posição duvidosa e cruzou na área. Alex Silva tentou de calcanhar, a bola tocou na trave e o atacante mandou para as redes, fazendo o segundo gol são-paulino no jogo – gol ilegal. Logo depois, o árbitro Washington José Alves de Souza fez vistas grossas numa jogada violenta de Borges. Ele deu vantagem num lance em que o são-paulino deu um carrinho por trás em Roberto. A jogada poderia ser de cartão vermelho direto, mas como Borges já tinha amarelo, o juiz preferiu dar vantagem no lance e esquecer a jogada.

Internacional 1 x 0 Atlético
Árbitro: Luis Antônio Silva Santos (RJ)
Prejuízo: 1 ponto

O jogo contra o Internacional, no Beira-Rio, parecia que ia terminar com o placar fechado. Mas aos 44 minutos do segundo tempo, o árbitro Luis Antônio Silva Santos resolveu participar diretamente do resultado. Ele marcou um pênalti para o time gaúcho de maneira absurda: Erandir disputou bola com Jonas na entrada da área. Luis Antônio Silva Santos alegou falta do volante atleticano e, pior, assumiu que o lance ocorreu dentro da grande área (quando, em verdade, aconteceu no semi-círculo). Alex cobrou no canto esquerdo superior de Viáfara e o Atlético perdeu mais um jogo roubado.



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