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31 ago 2007 - 16h05

Dois por um

Caso torcida e paixão por clubes valessem pontos no campeonato brasileiro, tenho certeza que o Atlético teria pontuação máxima nesse quesito. Por isso imagino que, nesse momento extremamente delicado, os torcedores irão suar sangue se necessário para apoiar o time. Mesmo que esse time não mereça.

Infelizmente torcida não vale ponto no campeonato, o que importa são os onze em campo. E nessa questão, infelizmente, o Atlético atual está tremendamente prejudicado.

Muito se falou da tal política agropecuária adotada pelos comandantes atleticanos. Acho que já há algum tempo isso não corresponde mais à realidade. Hoje o Atlético parece mais uma Ceasa em final de feira, onde verduras passadas são vendidas como sendo de excelente qualidade. Atletas que aí estão, buscados em equipes perdedoras do interior do estado de São Paulo, não parecem ter condições de sangrar como a torcida sangrará. Não têm qualidade técnica, tática e física. Enfim, não dá para esperar muito de quem faz o que vem sendo feito desde janeiro desse ano. Por mais que a paixão grite e a esperança seja a última que morre, não dá para ignorar a realidade.

Talvez até consigamos escapar do rebaixamento, e quem sabe até consigamos uma vaga na Sul Americana. E 2008, como será? Repetição de erros? Lições do passado recente não foram aprendidas e erros foram constantemente repetidos. O pior de todos os erros foi promover o afastamento da torcida, agora oportunistamente chamada de volta. Há pouco tempo não foi afirmado que o torcedor do Atlético era o grande derrotado nessa campanha ridícula de 2007?

Mas agora não parece ser hora de cobranças, somente de apoio. Apoio incondicional. Que as desavenças fiquem para depois do jogo Atlético e São Paulo, em 02 de dezembro. Só acho que, independente do que venha a acontecer, o atleticano não deve se perguntar quem foi que nos colocou na atual situação e questionar sobre “endeusamentos” que existem atualmente por aí.

Mudando de assunto, cada dia que passa tem-se maior certeza de que o futebol é um jogo viciado. Enquanto o clássico e vitoriano tênis, cujas roupas usadas nas partidas, até pouco tempo, deveriam ser tradicionalmente brancas (aí veio o Agassi e revolucionou tudo) rendeu-se, com sucesso diga-se, ao auxílio da informática para resolver marcações polêmicas. Em todos os grandes torneios já é utilizada análise computacional em jogadas que, por ventura, o jogador duvide da marcação dos juízes. Muitos erros são então corrigidos. Em minha opinião, o maior exemplo de modernização dado por um esporte na busca por isenção nas marcações.

Enquanto isso, no bom e velho futebol, continuamos com um posicionamento arcaico, injustificável, que não quer nem ouvir falar em tal modernização. Isso somente parece favorecer manipulações, somando-se a esse posicionamento, a tal interpretação dada aos erros ridículos cometidos pelos árbitros, como sendo “de fato não de direito”. Errou, meu amigo, que se busque e que se faça a correção! São essas atitudes e situações, como a enfrentada pelo Atlético contra o Internacional (entre outras tantas), que contribuem para afastar o público do contato com o esporte. A impressão que se passa é que existe interesse em deixar as coisas como estão, afinal com o auxílio da informática, como seriam beneficiadas determinadas e conhecidas equipes em detrimento das outras?

É claro que uma maneira simples de evitar que uma situação como a do Beira-Rio seja tão destrutiva do ponto de vista de classificação, ou de pelo menos diminuir seu impacto, é ter uma equipe forte na competição, buscando títulos e não apenas utilizar o campeonato como vitrine para vender “abobrinhas”.



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