Na última semana, um jornal desafiou as duas maiores torcidas do estado a colocarem o maior número possível de torcedores dentro de seus estádios. Sem nenhum critério para a escolha do vencedor, ofereceu um pôster em papel jornal como “prêmio”.

Mesmo mostrando não ser digno de tanto estardalhaço, o desafio foi levado à sério por milhares de pessoas que, em prol de mais uma vitória sobre o rival, incentivaram seus companheiros de time à irem ao estádio.

A turba mexeu com a cidade. A emoção fez bater forte os corações. A expectativa tornou-se insuportável pois, uma torcida reunia-se no sábado e, a outra, só no final da tarde de domingo.

Aquele jornal, porém, cometeu tantas gafes que, para não prolongar demais, vou citar apenas duas.

A princípio, usou como parâmetro dois estádios com capacidade totalmente diferentes, o que tornaria impossível para uma das torcidas, vencer a outra. O mais certo seria fazer uma média dos próximos jogos em casa.

Depois, indepente do resultado da torcida de domingo, publicou a finalização do desafio e deu para a torcida de sábado a conquista do “prêmio” quando, por respeito ao outro time, deveria, no mínimo, aguardar o borderô do jogo.

Sendo assim, milhares de torcedores do time “vencedor” do desafio correram às bancas na segunda-feira e compraram o jornal. Depararam-se com a maior prova de falta de critério, organização e desrespeito ao leitor. O pôster era da torcida rival!

Não bastando essa ridícula conduta, o jornal vem nessa terça-feira com a seguinte frase: “Não houve vencedor ou perdedor, nem melhor ou pior. Todos ganharam: as duas torcidas que, mais uma vez, mostraram do que são capazes pelos seus times…”

Ah! Me poupe! Onde está o pôster da outra torcida então, senhor jornal? Onde está o pedido de desculpas ao time do jogo de domingo, pois foi julgado perdedor antes de entrar em campo? E, para o time de sábado, onde está a devolução do dinheiro do jornal comprado por sua notícia enganosa? Como ousou enganar milhares de leitores em benefício próprio, para o aumento da venda desse periódico, que provou ser a verdadeira falácia da cidade?

Saint Exupéry, sabiamente, citou: “tu te transformas eternamente responsável por aquilo que cativas”… Mais responsabilidade na hora de dirigir-se ao leitor é o que peço.

O desafio, que era para ter a vitória de uma torcida, tornou-se uma armadilha para vender e conquistou a derrota total do próprio jornal.

Mas, não se esqueçam: o jornal de hoje, embrulha o peixe de amanhã. Ou o cocô do cachorro…

Sou atleticana e mãe de uma atleticana. Meu marido e dois filhos são coxa-brancas.

Amo de paixão o meu Atlético! Mas respeito, pelos coxas de casa, o Coritiba!

Independente dos números do Alto da Glória ou do Caldeirão da Baixada, dessa vez, o atletiba deu empate. Parabéns às duas torcidas pela sua garra e prova de amor aos seus times.

Saudações rubro-alvi-negras-verdes! Mas só dessa vez…

Pois rubro-negras e alvi-verdes ficam muito melhor quando estão separadas!