26 nov 2007 - 11h26

Ex-lateral Julio completa 67 anos

O ex-lateral Julio José Pepicelli está de aniversário hoje. Nascido em 26 de novembro de 1940, esse paulista, que defendeu Nacional, Ponte Preta e Atlético, completa hoje 67 anos de vida. Pelo Furacão, atuou entre os anos de 1970 e 1974, conquistando o Campeonato Paranaense de 1970.

Quando desembarcou na Baixada, Julio não imaginava que fosse virar ídolo atleticano em apenas três partidas. Seu objetivo era apenas seguir a carreira em um clube que lhe confiasse uma chance depois de uma complicada lesão. Encontrou muito mais do que esperava. Encontrou uma camisa definitiva, uma torcida apaixonada e, principalmente, um lar. Depois de pisar em Curitiba pela primeira vez em 1970, nunca mais morou em outro lugar.

Julio nunca foi um craque. Não tinha técnica refinada, não era excelente nos principais fundamentos do futebol. Provavelmente nunca chegasse a ser um jogador de Seleção. Mas tinha algumas qualidades: era raçudo, dedicado e vestia com amor a camisa rubro-negra. Quando entrava em campo, era um representante do torcedor mais fanático das arquibancadas. Jogava para ganhar e não admitia deixar o campo sem ter dado 100% de seu esforço.

Seu começo na carreira foi difícil. Jogou muitos anos na várzea de São Paulo como lateral-direita, até que tivesse uma chance em uma equipe profissional, a Ponte Preta. Porém, sua passagem pelo time campineiro foi muito breve e logo ele seguiu para o Nacional, onde trabalhou pela primeira vez com o técnico Alfredo Ramos, o "Polvo". Permaneceu seis anos no Nacional, até fraturar a tíbia e o perônio. Sua carreira estava ameaçada e nenhum clube quis apostar no jogador.

Foi então que ele se lembrou de Alfredo Ramos, seu primeiro técnico no Nacional. Ligou para ele e pediu uma chance no Atlético, que Alfredo acabara de assumir. O técnico foi sincero: aconselhou Julio a buscar outro clube, pois o clube estava em uma situação muito complicada. Julio não quis. Sabia que o rubro-negro seria seu destino. Foi contratado, mas para sua posição já havia um titular absoluto: Djalma Santos. Por isso, Julio foi improvisado na lateral-esquerda, posição em que se consagrou a tal ponto de entrar para a Seleção dos melhores jogadores da história atleticana.

Sua estréia foi contra o Seleto, em uma derrota. Depois, o time perdeu mais duas vezes. A torcida cobrou de todos os jogadores, menos de Julio. Ele já tinha virado ídolo. Coincidentemente, meses depois, o Furacão seria campeão vencendo justamente o Seleto, time contra o qual Julio fez sua estréia.

Ídolo, mesmo com três derrotas, Julio achou que deveria retribuir de alguma forma os atleticanos. Como o Atlético estava em crise financeira, o jogador doou seu passe ao clube. A atitude foi muito bem vista pela torcida e, cada vez mais, Julio se tornava o "jogador da raça". Sua principal característica era a força física. Adorava dar carrinho, mas não se considerava um jogador violento, apenas viril.

Permaneceu mais quatro anos no Atlético e aposentou-se. Atualmente, o ex-jogador recupera-se de um AVC, mora em Curitiba e criou uma família de atleticanos. "Minha família não é torcedora do Atlético, é doente", definiu.

Julio foi eleito para integrar a Seleção dos 80 Anos do Atlético e o "Atlético dos sonhos", do jornal Gazeta do Povo.



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