14 jan 2008 - 10h12

Tão perto e tão longe…

Lugar de atleticano é na Baixada. Ou, pelo menos, perto dela. Em dia de jogo nem todo rubro-negro pode ir ao estádio, mas alguns em especial chegam muito perto da Kyocera Arena e nem assim vão para a arquibancada torcer. São pessoas que certamente todo torcedor vê ou passa por elas ao menos uma vez em dias de jogo do Atlético. Tão fanáticos quanto aqueles que entram no estádio, os comerciantes e ambulantes que trabalham em volta da Arena também torcem e vibram pelo Rubro-Negro. A equipe da Furacao.com acompanhou vários desses trabalhadores durante o jogo Atlético 2 x 1 São Paulo, pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2007.

Motoristas, guardadores de carros, frentistas, ambulantes, jornaleiros, as profissões variam e são muitas, mas a paixão é a mesma. Mas não pense que é fácil ficar tão perto da sagrada Baixada e não poder assistir ao jogo. "Vontade de estar na arquibancada a gente sempre tem, mas tem que trabalhar e garantir o nosso sustento", afirma o ambulante Celso Cardoso, 33 anos, que junto com a sua mulher, Marcela Cardoso, trabalha em dias de jogos do Furacão. "Chegamos pelo menos três horas antes, porque é nessa hora que vendemos mais. Já pra ir embora, só vamos quando não tem mais nenhum torcedor com sede", brinca o ambulante atleticano.

Ademir dos Santos escuta o jogo durante seu trabalho [foto: FURACAO.COM/André Pessôa]


O guardador de carros Ademir dos Santos, 53 anos, cuida de dezenas de veículos estacionados na Avenida Getúlio Vargas e conta a maneira que acompanha os jogos do Atlético. "Tem clientes que já são de confiança e deixam a chave com a gente para podermos ficar escutando o jogo no radinho", revela.

Mas não são todos os comerciantes do lado de fora do estádio que gostam de escutar o jogo. "Prefiro não ligar o rádio, eu fico muito nervoso com o passar dos lances", afirma Antônio Peres, 67 anos, dono do caldo de cana Du Peres, localizado em frente à Baixada. "Acompanho o jogo pelo barulho da nossa torcida. O bom é que eu nunca sei quando sai gol do adversário, já que a torcida nunca pára de cantar", diz seu Antônio, que já está no seu ponto há mais de dez anos.

Daniel Barbosa: "Eu adoro trabalhar perto da Arena", [foto: FURACAO.COM/André Pessôa]


Independente de acompanhar os jogos ou não, um ponto não gera conflito entre aqueles que trabalham em volta da Baixada. "O ambiente em torno do estádio é maravilhoso, eu adoro trabalhar perto da Arena", diz Daniel Barbosa Silva, dono da Banca Vitória, tradicional banquinha localizada em frente ao estádio. "Não consigo me ver trabalhando sem toda essa muvuca de um dia de jogo" garante seu Daniel.

Depois desse jogo, Ademir, Antônio e Daniel ganharam um período de descanso. As férias da temporada de futebol mudam o ritmo não só de jogadores, dirigentes e torcedores. Esses outros profissionais também são afetados pela ausência dos jogos. Eles também estão ansiosos pelo reinício da temporada. A espera tem data e hora para acabar: quarta-feira, às 20h30.



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