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7 mar 2008 - 12h15

Mania de grandeza

Eu estou falando desde o começo do ano que o time é ruim e não tem volume de jogo.

O problema é mania de grandeza: era o passo mais curto para a Libertadores, bla blá. Como se esse time fosse capaz de ser campeão mundial, se simplesmente “chegasse” na Libertadores.

É divertido escolher o nome do Furacão 2008 na enquete do Globo Esporte em meio às incontestáveis vitórias sobre o Iguaçu, a Portuguesa de Cambé e o Engenheiro Beltrão, além do Coritiba (no Couto Pereira) e do Paraná Clube, Londrina etc, mas daí a achar que esse time ia dar conta de algum time com raça e vontade, é demais. Eu tô dizendo isso desde o começo do ano.

E digo mais: falta mesmo, só faz o Ferreira, que era regular e desequilibrava. O Claiton demonstrou ser mascarado que só, estava desde o começo (chorando pra galera depois do jogo, batendo no peito e tal) montando DVD pra seus empresários mostrarem onde haja petróleo ou indústria de ponta, vide Japão, Arábia etc. Mas mesmo com todos os três (faltou o Jancarlos que tomava amarelo em todo jogo e a cada quatro partidas cumpria suspensão em uma), o time não faria frente para qualquer “time” da dita elite.

É de se relevar que, também, não há como a torcida não ter outra expectativa, o time estava ganhando, teve um bom returno no brasileiro, o técnico é bom. Há pouco tempo fomos vice do Brasil e da América, e vimos o Coxa cair e voltar. Vimos o Corinthians paulista cair e não sabemos se vai voltar ou não. Não precisamos nem discutir que na história recente o Atlético tem produzido mais (que o Coxa) e, por isso, sua torcida espere mais. A alegada arrogância vem com a confiança que esses resultados passaram.

Mas é mesmo mais bonito, devo reconhecer, ver 30 mil pessoas felizes da vida (um sonho de cada vez) no jogo do Coxa contra o Marília do que 8,5 mil pessoas (fazendo papel de filho único e querendo comer o doce sem nem pegar na mão: Tóquio-Yokohama 2009 que esperasse El Paranaense ) xingando o time ainda no segundo tempo contra o Pindamonhangaba de Alagoas. Talvez o maior problema do Atlético sejam os atleticanos que se agregaram depois da era Petraglia: quem passou uma vida no Pinheirão e no Couto, vendo o time empatar com o Batel de Guarapuava e com o Goioerê, e ficava feliz quando saía com um 1×0 simprão, está vacinado contra essa megalomania dos novos atleticanos.

Entretanto não há como ser diferente: o investimento é esse, o planejamento é esse, e brasileiro tem que se acostumar a pensar em longo prazo. A promessa vai durar sei lá quanto tempo e daqui a vinte anos o Atlético terá mais mundiais que o São Paulo. Tá tudo no planejamento.

O problema é se com um time furreba desse, no caminho, cai pra segunda, não volta nunca mais.

Aí, o único sonho voltará a ser ganhar do Coxa no Couto, o que dessa vez passou quase despercebido – e não deveria (que contra-ataque fulminante aquele).

Desculpem os que acham que somos gigantes invencíveis, eu queria mesmo acreditar que somos o Ó do Borogodó.

Mas tá difícil.



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