A verdade e sem retoque
Ainda abalado pela mediocridade que campeia pelos lados da Arena, que nos levou a mais uma humilhante eliminação na Copa do Brasil, volto aqui neste espaço, dias depois, para mais uma vez manifestar minha decepção, minha indignação, minha tristeza, porque já vi que nada, como era esperado, vai mudar.
Gente, desde 2002 o nosso Atlético se transformou num time de dono, de empresário de jogadores. Um dono só, que com seus desmandos e arrogância, está nos fazendo passar as maiores humilhações de nossa história.
Até o nome de nosso Atlético quer mudar, segundo ele, numa estratégia de marketing. As favas com esse marketing ridículo. As favas com projetos científicos, que até hoje não nos deram qualquer título e muito pelo contrário. Nos custam humilhações contra Volta Redondas, Corinthians genérico e Adaps da vida, sem contar as torturantes campanhas em brasileiros.
O que esperávamos depois da humilhação de quinta feira? Ora, que o “deus” viesse a público e dissesse que iríamos rever os conceitos, contratar, dispensar, fazer qualquer coisa. Nada aconteceu. Lembram o ano passado? Quando perdemos para o Flumerdense, ainda na coletiva, o Vadão já planificava , com o mesmo time, o jogo de estréia do Brasileiro contra o Figueira. E deu no que deu. Ao final desespero pelo medo do rebaixamento.
Na quinta, o filme foi o mesmo. Eliminados melancolicamente pelo glorioso Timão alagoano, já se falava nos pós jogo, na coletiva, em se colocar o “time reserva”, (pasmem!) para enfrentar o Iraty. Eu não acredito nisto. É uma brincadeira, os caras nos fazem de palhaços. Tanto faz como tanto fez ser eliminado melancolicamente.
Não preciso mais me associar a esta farsa que virou nosso Atlético sob o comando dessa gente. Eu queria ver atitude e o que vejo nos jornais? Que vamos reforçar com o Erivelton do Iguaçu e o Renato da Ponte Preta. Nada contra eles, mas já não bastava o reforço do Willian para suprir a ausência do Ferreira?
Abutres, vocês só querem nosso dinheiro, nossos 30 paus todo jogo. Se não podem segurar o Ferreira e o Claiton, poderiam usar o dinheiro da negociação deles, pra contratar jogadores de alguma qualidade, que viessem suprir as ausências. Ficam fazendo testes com iniciantes, ou apostando em Irenios, Bambus e Mateus da vida, jogadores para os quais, sabidamente, não se gasta nada.
Este time medíocre já não era de nada o ano passado, quando quase fomos rebaixados. Como não se fez qualquer investimento, se ao menos mantivessem o Alex Mineiro, Ferreira, Claiton e contratassem um único jogador de meio campo, de grande categoria (podia ser o Kelly), teríamos alguma chance neste ano. Mas não, os caras não investiram o ano passado inteiro, escapamos nas últimas rodadas e quando esperávamos algum reforço, veio o Rodrigão, Irênio, Mateus, Bambú e fomos nos livrando rapidamente dos melhores jogadores que ainda possuíamos. E vocês não se iludam, porque os próximos negociados, serão com certeza, o Rhodolfo, Antonio Carlos e Valencia, que serão magnificamente substituídos por Leandro Bambu, João Leonardo e Roberto. E vamo que vamo. Aí eu pergunto: E você amigo atleticano, ainda se sente motivado, sente algum tesão pra se associar? Claro, eu sei que minha caixa postal vai rechear de críticos dizendo que quero desmotivar o torcedor a se associar. Podem reclamar as viúvas do senhor dos anéis, podem espernear. O Atlético pra mim é coisa séria, parte da minha vida e esses caras tem que parar de achar que vão me enganar colocando o William no lugar do Ferreira.
E pergunto ainda pra quem não quer enxergar: Qual a semelhança entre o Atlético de hoje e o J. Malluceli, Iraty, e o Corinthians de Alagoas? A semelhança é que todos são times de empresários. Só interessa vender o jogador, a qualquer preço, a qualquer custo. A única diferença é que o Atlético tem uma torcida imensa, sempre desrespeitada.
Para o empresário de jogador pouco importa o time, o que importa é o lucro, o negócio. Se o jogador atuar no Atlético ótimo, a exposição é maior, é mais fácil de vender. Mas s ele jogador no CA Paranense, é a mesma coisa, vai vender também. A regra é vender, a qualquer preço, a qualquer momento. Ganhar título é uma exceção. Infelizmente, diante disto, tenho que emprestar um jargão usado pelo meu querido amigo Leônidas Dias, do futebol amador de Curitiba, “é a verdade e sem retoque”.
A propósito: vocês viram o time reserva jogar contra o Dallas? Meu Deus do Céu!