Não podemos nos entregar

Perder é triste.

Ainda mais quando se alimenta uma esperança de virada de jogo, de melhoria da situação.

No primeiro tempo, antes do gol do Paraná, o Atlético parecia ter encontrado seu melhor futebol.

Veio o gol, depois de uma catimbada do Cristian (que inventou ter sido atingido por uma bala de fruta). Houve desatenção na marcação e tomamos o gol – espírita, mas foi gol deles.

Daí em diante, o Atlético se perdeu – apesar de raros lampejos. Foi muita ligação direta, nada de jogada pelas pontas, Irênio mal, Marcelo Ramos sem pegar na bola, erros de passe, nervosismo crescendo e o futebol diminuido.

Perdemos do Paraná. Merecida e infelizmente.

A torcida foi brilhante, quase até o final do jogo – quando desesperada passou a gritar os nomes de quem não vai mais voltar, para culminar xingando o Petraglia.

Adianta alguma coisa?

Podemos não ter jogado bem, perdemos, mas não houve corpo-mole de nenhum jogador atleticano que esteve em campo. Todos correram e lutaram muito, com destaques para o Antonio Carlos, o Netinho e o fenomenal Valencia.

Sei que a perda do Ferreira e do Clayton nos foi prejudicial. Já a saída do Jancarlos não prejudica em nada – o Nei dará conta.

O que aconteceu com o Atlético, que vinha invicto há 15 jogos e se perdeu no meio do caminho?

Não sei.

Pode ter sido a saída do Clayton e do Ferreira, como pode não ter sido.
Na verdade, todos os times passaram a matar o Irênio e campo – e ele aceitou esta marcação, além de errar muito.

Por mim, o Netinho ficava na lateral esquerda, porque ele é uma possibilidade de jogo pelas pontas.

O Nei, na minha opinião, tem bola, mas está entrando muito pelo meio. O Piauí jogou pouco, mas não brilhou.

Ouvi Ney Franco dizer que gostou do time (só ele gostou) contra o Paraná e que a equipe evoluíu. Pode ser, mas está longe do time que sobrava, há 2 semanas atrás.

Talvez esteja na hora de se acalmar, pois, afinal, ainda podemos nos classificar para a fase final – só não podemos perder em Irati…

Vamos jogar com os dois times do interior na Arena e podemos vencer o Paraná na casa dele – já o fizemos muitas vezes.

Mas, precisamos de calma, trabalho, concentração e união de todas as forças.

Já vivi, com este nosso Atlético, momentos bem mais difíceis, inclusive de futebol bem pior e situações quase sem esperança.

Viramos o jogo, muitas destas vezes.

Também estou de cabeça quente, chateado e triste com o resultado de hoje, mas não me entrego, como o time e a nossa torcida não podem se entregar.

Temos uma semana inteira de treinamentos, sem jogo, para conseguir colocar a casa em ordem.

Como disse Ney Franco, hoje, não temos problemas emocionais, temos problemas técnicos.

Espero que seja só isso. E que possamos, mais uma vez, jogar bem e virar o jogo.

Nunca vou deixar de acreditar no nosso Atlético, nem deixar de torcer e de incentivar – mesmo nas situações mais adversas.

Gostaria que todos assim pensassem, mas sei que a realidade não é esta.

Perder dói, mas dói mais não saber perder e desistir. Hoje, infelizmente, o Paraná mereceu vencer. Amanhã será a nossa vez. Não podemos nos entregar.