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17 mar 2008 - 14h54

O Caparanaense morrerá

Quando terminou o primeiro tempo, minha cabeça se encheu de dúvidas. Aquele time até que não havia jogado mal. O gol anulado do Antonio Carlos me pareceu legítimo. O árbitro errou no lance que originou o escanteio que originou o gol do Paraná – a bola não chegou a tocar no Valência. Numa das cobranças de falta em nosso favor, a barreira adversária se adiantou absurdamente, e a bola tocou no braço de um deles: pênalti não marcado. O bandeirinha que acompanhava o nosso ataque anotou vários impedimentos inexistentes. E a botinada correu solta, com a tolerância covarde de Sua Excelência.

Tudo isso, somado à expectativa de virada na etapa complementar, me animou um pouco. À noite, quando chegasse em casa, tentaria rever os lances na televisão. Se fosse o caso, faria um manifesto contra a arbitragem, a Federação, a imprensa e todos os detratores do melhor estádio e do melhor CT do Brasil. Renderia, enfim, sincera e justa homenagem à nossa Diretoria, que realizou os melhores negócios no mercado da bola, que se desfez de Ferreira e Claiton, que perdeu Jancarlos (como perdeu Aloísio, Dagoberto e Marcos Aurélio), que contratou Erivelton, que prepara a vinda triunfal de Zulu. Diretoria que reivindica a associação de 20 mil otários – digo, torcedores, digo, consumidores – numa fase em que, à semelhança do que acontece com os maiores clubes do mundo, perdemos algumas partidas – no futebol é assim: ou se ganha ou se empata ou se é derrotado.

Mas veio a tal etapa complementar. Meu sonho se desfez em poucos minutos. O estrategista que ocupava o banco do Paraná – retranqueiro histórico, adepto do jogo carinhosamente apelidado de “viril” – fechou um pouco mais o meio de campo. Sem nenhuma dificuldade, anulou todas as nossas jogadas. Assustados, reprimidos e tristes, nossos jogadores não acertaram rigorosamente nenhum passe. Rifaram a bola durante quarenta e cinco minutos de monotonia, à espera do apito final. Fizeram por merecer a derrota inevitável.

Meu “planejamento”, então, se desmanchou. Pouco me importa, agora, como se comportou a arbitragem. Que diferença faz se o trio acertou ou errou no primeiro tempo? Aos poucos, percebi que as quinze mil pessoas que estavam na Baixada formavam uma legião de perdidos. Uma legião que quer de volta o seu clube, paixão popular roubada por executivos a serviço de um tirano em decadência. Somos, na era da modernidade, a expressão do vazio, o nada.

Não é fácil torcer pelo Atlético. Porque o Atlético que existe em nossos corações desapareceu do mundo real. O que nos oferecem como objeto de consumo não é o nosso Atlético, o Atlético do sangue, da luta e da emoção eterna. O que nos enfiam goela abaixo, com embalagem luxuosa e conteúdo podre, é o Caparanaense. E o Caparanaense é uma mentira deslavada, sórdida. O Caparanaense é efêmero e ridículo, como seus donos. O Caparanaense não tem alma, não tem história, não tem caráter. O Caparanaense é um produto descartável. Morrerá, para alívio daqueles que sabem que o Atlético, feito de sentimentos, é para sempre. Eles formam a maioria.



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