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25 mar 2008 - 22h35

84 anos – Hei Mário: Atletico Paranaense é o Atlético do Brasil!

Creio que era 1967…creio que fosse final de 67, ainda numa TV preto e branco vi num noticiário que o dizia que o Atletico tinha caído para a segunda divisão. Ouvia na Rádio Clube, ou seria na Guairacá que o Furacão fora rebaixado.

Com menos de 8 anos, ainda não tinha paixão clubística, embora vivesse com uma bola junto de mim. Meu pai era torcedor do CA Ferroviário e sócio do CA Primavera, clube alí do Taboão. Seria natural que eu tivesse alguma ligação com o boca-negra ou com o time do Pedroso de Morais. Meu pai nunca me forçou a nada, nunca me deu uma camisa do Ferroviário, nem do Primavera, até porque, acho que naquela época isso era uma raridade. Mas eventuais influências de meu saudoso pai, não mexeram com meu coração.

A tristeza do povo atleticano com aquele rebaixamento, creio que me comoveu, a tal ponto de despertar em mim, uma paixão até então inexistente por aquelas cores encarnadas. A dor e sofrimento atleticano desperataram em mim a defintiva paixão pelo futebol e o amor pelo Atletico. Soube de uma virada de mesa. Soube de um tal Jofre Cabral e Silva, soube de um tal Muca, Djalma Santos,Belini, Charrão, Pardal, Jair Henrique, Nair, Paulista, Dorval, Milton Dias, Zé Roberto, Nilson, Gildo, Sicupira, ufa!!! Era 1968, o Atletico não caiu, a mesa virou e ele ficou. Sei que foi o Jofre e com Jofre veio um time sensacional valoroso, místico, lendário, com os craques que citei acima, um time que como a Hungria de 54 ou o Brasil de 82, não ganhou o título, mas marcou época, revolucionou o futebol paranaense e mostrou que a tradição vigor sem jaça nos legou sague forte e o rubro negro não teme a própria morte..

Creio que me tornei atleticano, quando o Atletico caiu para a segunda divisão do paranaense de 1967, mas eu soube o que é ser atleticano quando o poder de reação sobreveio na pessoa do Jofre. Ele morreu no estádio, e na sua morte tive a mesma sensação de vazio de perda de quando o Atletico caiu para a segundona. Jofre e o Atlético se confundiam em uma só pessoa. E a minha paixão pelo rubro negro, se nasceu com a tristeza da queda pra segundona paranaense, se fortaleceu com a morte do Jofre dentro do Estádio. Aquilo era ser atleticano.

Não o conheci, eu só tinha uns 9 anos, mas acompanhei todos os passos daquele time que ele montou e que perdeu o paranaense e depois ganhou um triangular pra saber quem ia ao Robertão, que era o campeonato brasileiro da época. No Robertão mostramos ao Brasil que o Atletico era rubro negro e que era paranaense. Recordes e golaços.

De lá para cá, nosso querido ATLETICO passou por inúmeros dissabores, humilhações e descaso, para chegar na potência que é hoje. Lembro frágil time de 70, mas que era pura raça e com ela venceu o campeonato de daquele ano, ainda com Djalma Santos, Julio, Sicupira, Nelsinho, Ferrinho, Nilson. O inesquecível time de 72 (com Picasso; Claudio Deodato, Di, Alfredo e Julio; Valtinho e Sergio Lopes; Buião, Sicupira, Paulo Roberto e Nilson), que até hoje não me conformo de não ter vencido os coxas na final, mas que mais tarde soube que os caras ganhavam sempre nos bastidores.

Ainda me lembro do brasileiro de 74 com o Altevir no gol, Almeida, Ladinho, Didi Duarte, Caio, Bira Lopes, Liminha, Sicupira, lembro sim, perfeitamente. Não posso esquecer do time do Diede Lameiro, que em 1978 perdeu o título pra coxarada depois de 3 empates em 0 x 0, onde era visível a nossa superioridade. Não me esqueceria dos títulos dos anos 80, do time de Washington, Assis , Roberto Costa que assombrou o Brasil em 1983. Lembro dos times do Valmor Zimermann, do Farinhaque, do Luck, do Anibal Curi, dos Guerrilheiros da Baixada, da Independente, da Nação Atleticana e do sempre presente e inesquecível ETA. Ressalto a Ultras e destaco enormemente a incontestável e incomparavel Fanaticos, a maior do sul do Brasil e quem não gostar, já sabe….

O Atletico que já teve a Baixada dos tijolinhos a vista, da “curva da laranja”, dos refletores superados, do Rio Agua Verde, dos bailes de carnaval no Ginásio, daquelas arquibancadas moduladas(que medo!), da social do Farinhaque…gente…o tempo passou, o Atlético sobreviveu, o Atletico tá aí, com sua majestosa Arena, com seu CT de primeiro mundo, com sua marca ATLETICO PARANAENSE consolidada.

O Atletico das meias furadas, o Atletico do Pinheirão, o Atletico da Jabiraca, o Atletico do Pavoc, dos títulos protestados, o Atletico de todos nós, efetivamente mudou…e como mudou.

O Atletico que sempre fez parte da minha vida, do meu dia a dia, das minhas alegrias, das minhas tristezas, amanhã completa 84 anos de existência. O Atletico que outrora já foi segundo, hoje é primeiro no Paraná, dono do maior patrimônio, da maior torcida, da maior paixão, da mais bela camisa, das cores mais encarnadas, mais vivas. Hoje ele é maior que todos os outros paranaenses. Ele é o Atletico de todos nós, o ATLETICO DOS PARANAENSES. Admirado por alguns, amado por milhões, mas com certeza invejado e odiado por tantos outros, sejam verdes, sejam brancos, sejam azuis, sejam santistas, bambis ou gays do sul. Se antes ninguem falava, hoje falam bem e falam mal, mas falam do ATLETICO PARANAENSE.

E é isso meu amigos de fé, de paixão. O Atletico de todos nós, da nossa fé,da nossa paixão, faz 84 anos. Estamos todos de parabens. Só não posso esquecer que o ATLETICO de todos nós é o ATLETICO que sempre vamos amar e não posso esquecer de ressaltar, que não haverá ninguém no mundo que vá me convencer, a aplaudir jogadas ridículas de marketing que ousam alterar nossa nomenclatura para CA PARANAENSE. A maior decepção da minha vida de atleticano.

E digo ao Mario Celso Petraglia, herói da revolução atleticana, íncone maior da nossa história, que nos colocou no mapa do Brasil, que fez a paulistada e a cariocada reconhecerem quem é o ATLETICO PARANAENSE, um campeão brasileiro, uma marca de respeito, digo e repito: Esqueça o CA PARANAENSE, vai ser duro constuir a mesma história, já plantada…a história pertence a nós atleticanos, ao ATLETICO PARANAENSE. Não lute Mário contra as evidências, nós não queremos essa jogada absurda, queremos só o ATLETICO PARANAENSE.

Furacão de todos nós, parabéns.



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