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2 maio 2008 - 21h52

A saga dos sócios!

Sou Sócio Furacão! Que beleza, não? Pois é, acredito que não é lá essa maravilha!

Sedento por um ingresso para a final do Campeonato Paranaense, fiz como muitos outros: me tornei sócio na quarta-feira (dia 30/04).

Para se tornar sócio é simples, não? Pois é, mais uma vez devo discordar!

Sou menor de idade, para me tornar sócio necessito de um responsável, no caso minha mãe. Chegamos à Arena por volta das 16:30 e logo fomos atendidos (não enfrentamos pois ela possui atendimento preferencial por ser deficiente física). Após efetuar o pagamento das tarifas (17 horas), fui informado que devido ao movimento intenso, meu Smart Card (mais uma macaquice brasileira) estaria pronto dentro de uma hora. Até então tudo bem, fora o fato de eu ter que voltar 3 vezes até a Arena para pegar o meu cartão, o que só consegui fazer às 3:30 da manhã! Bela organização atleticana!

Ok, virei sócio! Meu lugar estava garantido na grande decisão, mas ainda faltava algo: comprar o ingresso para meu irmão, que não é sócio. Logo depois de receber meu Cartão Esperto (ou Smart Card se preferirem o termo ‘chique’) rumei à fila exclusiva para sócios comprarem ingressos para seus queridos amigos e parentes (que já ocupava a rua Madre Maria dos Anjos e metade da quadra da Av. Brasílio Itiberê). A mísera portinha de acesso à compra de ingressos abriria às 10 horas da manhã e eu já estava na fila às 3:30 da manhã, assim como milhares de outros sócios. Fogueiras na calçada enquanto esperamos, muito cansaço e ao mesmo tempo empolgação. Empolgação essa interrompida pelo stress quando amanhece o dia.

A fila já havia andado até a esquina das duas ruas (o final dela estava já nas bilheterias da Buenos Aires). Ótimo então, em pouco tempo eu poderia comprar meu ingresso, certo? Novamente, não! A exímia organização do nosso amado clube não me permitiu isso. Não havia sequer um cordão de isolamento da fila, muitas pessoas furando, passando na frente e sendo consideradas ‘as espertas’. Até aí tudo ‘bem’, não queria me estressar, a única coisa desejada era a compra dos ingressos. Chegando perto da porta, a fila ‘afunilava-se’, criando um grande aperto. andando seus 3 passos a cada meia hora, somos indo, até a ótima informação ser passada: ‘acabou a tinta das impressoras de ingressos!’. Que beleza! Mais tempo na fila, era tudo que todos os sócios queriam! As pessoas lá de trás não sabiam dessa notícia e queriam chegar logo, portanto continuaram avançando na fila. A portinhola interrompida pelos seguranças e a massa começou a ser esmagada. Era um aperto indescritível, empurra empurra, parecíamos estar em um navio em alto mar, sem ter unde nos apoiar a não ser no sócio sofredor ao lado. Subindo as escadinhas apertada e lentamente (após as impressoras voltarem a funcionar), fui me aproximando da entrada para a compra dos ingressos. chegando a 3 metros da mesma, já estava aliviado precocemente e sonhando com minha cama. mas o aperto era tanto e o calor tão intenso que uma mulher passa mal desmaia ali mesmo. As pessoas chingando os seguranças, dizendo ‘viu o que vocês fazem? a mulher desmaiou aqui, ao invés de vocês organizarem essa fila pra gente não ficar apertado ficam aí liberando de 5 em 5 pessoas para entrar!’. A culpa era realmente dos seguranças? É lógico que não. A culpa era exclusivamente da ótima diretoria e organização do nosso amado clube!

Desmaios à parte, finalmente cheguei dentro do estádio, passei meu Cartão Esperto na catraca e avistei a quantidade de guichês a venderem ungressos: QUATRO! Somente quatro janelinhas vendendo os ingressos para uma massa que ia desde a rua Buenos Aires até a entrada do setor dos visitantes! Grande planejamento, não? Nem preciso dizer mais nada! Só fiquei pensando: ‘mas porque eles não colocaram os ingressos para serem vendidos na bilheteria da Buenos Aires, que possui muito mais guichês e uma possibilidade de organização maior?’. Para obter a resposta disso, só perguntando aos queridos dirigentes, que estão com seus lugares garantidos em seus confortáveis camarotes!

Depois de ter enfrentado a fila e a saga toda conversei com amigos e conhecidos e ainda tive que ouvir coisas do tipo ‘você foi muito burro, pois fulano chegou na fila às 14 horas (furando, óbvio, pois não tinha fiscalização e segurança nenhuma por parte do clube) e saiu com o ingresso antes que você’. Eu sou burro então? Pois é, é assim que as pessoas honestas são vistas em nosso país! Os honestos são burros e os malandros e desonestos são os espertões!

A perguntas finais que ficam agora seria: vale mesmo à pena ser Sócio Furacão? Vale à pena dar dinheiro para um clube que não consegue nem organizar uma venda de ingressos?

Que venha a Copa 2014! Quero só ver os alemães e outros gringos enfrentando essas filas!



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