Razão, emoção, esperança, medo
Há dias acompanho a mobilização de torcedores e especialmente deste ótimo canal de comunicação que é o Furacao.com.
Confesso que por vezes me emociono, vendo todas as tentativas para criar junto aos torcedores um clima de esperança, e buscar que a torcida crie um clima favorável para reversão da situação adversa.
Porém, embora eu seja otimista, confesso que não acredito que seja possível fazer o placar necessário, pois somente um milagre fará que nossa medíocre equipe consiga o almejado título.
Título almejado pelos torcedores, pois com certeza os dirigentes e proprietário estão pouco se importando, pois caso estivessem, teríamos um time ao menos competitivo.
Como não quero polemizar, e sei que muitos interpretaram minhas palavras como se eu estivesse torcendo contra, não escrevi nada sobre o que penso.
Porém lendo o sensato pensamento do Sr. Julio Cesar Salomão, e considerando que vejo a situação de forma semelhante, me aventurei a expressar o que penso, antes de conhecer o resultado, pois criticar depois é fácil.
Então, considerando as diversas necessidades para conseguir o resultado, e como diz o Sr. Salomão, temos apenas a maravilhosa e apaixonada torcida, meu lado racional me propicia um sentimento de medo, pois imagino que novamente ‘eles’ farão festa em nossa casa, e novamente por culpa exclusiva dos comandantes que não formam time à altura de nossa grandeza (da torcida).
Assim, como ter esperança se nossos gritos de incentivo não poderão fazer o milagre de permitir que Michel, Nei, Bahia, e outros saibam como tratar o instrumento de trabalho (bola).
Como nosso grito fará para que a bola penetre 3 vezes no gol ‘deles’, nenhuma no nosso gol, se em campo não temos um lateral que saiba ir ao fundo, que saiba cruzar uma bola, que saiba dominar uma bola, que consiga raciocinar sobre futebol.
Será com os chutões do Danilo que a bola chegará aos atacantes e destes ao gol?
Atacantes, quem? Além do veterano Marcelo que mal vê a bola nos jogos, pois seus companheiros não conseguem jogar futebol, temos o tal Wilian – socorro, o que é aquilo? – e agora depositamos nossas esperanças no garoto Rogerinho, imputando a este responsabilidade enorme, podendo inclusive queimar o rapaz.
Tem o Pedro Oldoni, que embora dotado de miséria técnica, consegue muitas vezes estar na hora e local certo, e fazer o que dele se espera que são gols, mas aí vemos que nós torcedores não deixamos ele jogar, pois muitos o vaiam e xingam, como faziam com Kleber, Denis e outros bons jogadores.
Como fazer gols se nossos volantes quando tomam a bola do adversário não sabem o que fazer com ela.
Quem será o líder dentro de campo, que chamará a responsabilidade quando necessário. Como fazia o Marcão, o Cocito, o Silas, o Fabiano, o Claiton, e até o Nem.
Assim, me desculpem, mas não consigo acreditar que no plano terrestre possamos reverter, pois com esta patética equipe somente através de uma intervenção divina poderemos ir a algum lugar que não seja o inferno da segundona.
Portanto, enquanto mais de 20 mil fanáticos estiverem gritando para empurrar o ‘time’, eu acenderei vela para minha santa, e rezarei por um milagre, ou que pelo menos, o também medíocre adversário jogue seu futebol normal, pois somente assim posso perder o medo, e acreditar.
Não vejo como poderemos vencer pelo placar necessário, mas me agarro como em um último fio de esperança na mediocridade do adversário, e no poder de intercessão de minha santinha para quem sabe impedirmos a desgraça maior.
Valeu Sr. Salomão, sábias palavras, mas além da torcida precisamos de intervenção divina, agora e no brasileiro que está começando.