27 jul 2008 - 19h16

Roberto Fernandes afirma que não falta motivação ao time

Bastante criticado pelos torcedores atleticanos após o empate em 0 a 0 com o Figueirense, na tarde deste domingo, na Arena da Baixada, o técnico Roberto Fernandes afirmou que o grupo do Atlético está “fechado” e disposto a reagir nas próximas rodadas do Campeonato Brasileiro. Para isso, o treinador voltou a frisar aspectos que já vem comentando há algumas rodadas: espera a recuperação dos atletas entregues ao Departamento Médico; a regularização dos novos contratados a partir da janela que abre em agosto; e a contratação de novos reforços, deixando o jovem elenco atleticano mais competitivo. “Não adianta dizer que o treinador está desmotivando o grupo porque não está. É só entrar no vestiário e ver os jogadores”, afirmou, relatando a união e a vontade de todo o grupo em reagir no campeonato.

O treinador disse não se abalar com as críticas vindas da torcida e que, neste momento, ele prefere que as cobranças venham para cima do seu trabalho do que para os jovens atletas do Furacão. “Nós temos um elenco competitivo, que num futuro breve vai dar uma resposta positiva, mas o momento que o Atlético vive é um fardo muito grande nas costas dele. Então, podem vir as cobranças nas minhas costas. Não quero dar uma de herói, mas que a pressão caia sobre mim”, disse Fernandes.

Motivação dos jogadores
“Às vezes é complicado a gente falar alguma coisa porque se bate na tecla que o treinador é repetitivo e que está dando desculpa. Eu não quero ser repetitivo, nem ficar dando desculpa. Não adianta dizer que o treinador está desmotivando o grupo porque não está. É só entrar no vestiário e ver os jogadores.”

Time jovem
“Pedindo até licença ao Cuca, que é um cara tranqüilo, o Santos passou oito jogos sem ganhar e hoje meteu 5. Então, isso não me preocupa. O que me preocupa é o grupo jovem que temos. Tenho certeza que a média de idade mais baixa do Brasileiro é nossa. Um jogador mais jovem sente mais que um jogador rodado. Então, a minha preocupação era passar tranqüilidade para esses jogadores.”

Razões dos maus resultados
“Muitos desfalques, um de última hora, o João, que vinha se figurando o melhor de nossos atacantes. Perdemos o Júlio Cesar. Quem não sabe porque perde não sabe porque ganha. E eu sei porquê estamos vivendo esse momento e é trabalhar em cima dessas dificuldades.”

Cobranças ao treinador
“Nós temos um elenco competitivo, que num futuro breve vai dar uma resposta positiva, mas o momento que o Atlético vive é um fardo muito grande nas costas dele. Então, podem vir as cobranças nas minhas costas. Espero que até o próximo domingo a gente possa contar com o Fernando, o Rafael Moura e, com sorte, o Júlio Cesar.
Não quero dar uma de herói, mas que a pressão caia sobre mim. Nós temos um elenco jovem. Uma coisa é usar jogadores de 19, 20 anos com o time vencendo. Outra coisa é eles terem que resolver. É diferente. O Cruzeiro, o Santos quando revelou Robinho e Elano, não foi no mesmo ano. Eles foram entrando aos poucos. E o Atlético está passando por isso hoje enquanto não podemos contar com os jogadores que estão fora.”

Novas contratações
“O elenco do Náutico do ano passado era bem maduro, de jogadores rodados e tínhamos uma seqüência de contratações com critério diferente. O Náutico terminou a competição com elenco grande e jogadores rodados. Hoje eu tenho perdido jogadores a cada rodada e o presidente deixou claro que não vai contratar por contratar. O perfil é de jogadores que venham resolver. O elenco hoje está carecendo de algumas peças para se tornar mais competitivo, somado aos garotos que estão aqui. Esses jogadores estão se doando, estão se dedicando, mas o Atlético passa agora por um deserto, um momento extremamente difícil. Nós estamos com quase um time de jogadores com quem não podemos contar. Pega qualquer time do Brasil e tira os cinco principais jogadores. Mas não querem que distorçam
minhas palavras e digam que eu estou desmotivando os jogadores. Não é isso. A saída desses jogadores torna o grupo carente, isso é evidente. Nós tivemos situações nos últimos jogos de poder ter matado o jogo, mas infelizmente não estamos sendo felizes. Volto a frisar, é trabalhar e trabalhar. Mesmo com a recuperação dos jogadores, o presidente está buscando mais dois jogadores para deixar esse elenco do jeito que eu quero.”

Kelly e novas contratações
“O Kelly não há uma perspectiva próxima da utilização dele, infelizmente. É um jogador tecnicamente indiscutível e com uma rodagem, mas sempre que ele começa a treinar mais forte tem um retrocesso. Mas o Fernando e o Rafael Moura são diferentes. Contando com eles e com a volta dos machucados, precisamos de duas ou três peças. O presidente está buscando, mas tem de ser jogadores que venham para vestir a camisa do Atlético, não adianta contratar só por contratar. Se for assim, vamos ficar com os garotos mesmo.”

Jogadores jovens
“Esses mesmo jogadores que entraram hoje, Pimba, Douglas Maia, Wallyson, no momento em que o Atlético estiver em uma seqüência melhor, eles vão corresponder. A partir do domingo que vem, mais uma semana, a gente tem mais dois jogadores. E eu espero num prazo de no máximo até a semana que vem, já ter uma definição melhor do Neto (Netinho, entregue ao DM). Só aí são três reforços. A gente precisa desse grupo inteiro e mais dois jogadores, aí vamos estar em condições de competitividade. Eu lanço
o desafio: eu coloco meu cargo a disposição se vier outro treinador e conseguir ser mais competitivo em quatro jogos com esses jogadores. Volto a dizer: não estou desmotivando ninguém, apenas retratando a nossa realidade.”

Desfalques na quarta-feira
“Você perde o Marcio e o Julio, a equipe para quarta fica mais ou menos competitiva? Eu sou treinador de futebol, não faço coisas mirabolantes. Eu tenho certeza que o Atlético vai para lá em busca da vitória.”

Protestos do torcedor
“Isso é uma questão cultural. O Cuca quando assumiu o Santos passou oito jogos sem vencer. A partir do quarto, quinto jogo, todo mundo que ia na Vila Belmiro pedia a cabeça dele. Hoje o Santos ganhou de cinco, será que alguém pediu a cabeça dele? Isso é cultural. Na história dos pontos corridos, as equipes que mais têm sucesso são as que mantém seus treinadores e suportam os momentos difíceis. Não existe salvador da pátria em futebol, o que existe é o encaixe. Tenho certeza que quando tivermos todos os jogadores à disposição, vamos ter uma equipe mais competitiva. Série A exige mais, não é só dedicação.”



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