Patricia Bahr

Neste fim de semana, o Campeonato Brasileiro chegou exatamente em sua metade. E a participação do Atlético até aqui na competição deixou a luz vermelha acesa em todos os atleticanos. Em 19 rodadas, o time venceu cinco jogos, empatou cinco e perdeu nove, acumulando um aproveitamento de 35,08%. Esse desempenho traz uma marca que não tem nada para ser comemorada: é a pior participação do Atlético no primeiro turno do Brasileiro desde 2003, quando a competição começou a ser disputada pela fórmula de pontos corridos, superando negativamente a campanha de 2003, quando o time teve aproveitamento de 37,68% (com 26 pontos conquistados em 23 rodadas).

Além do péssimo aproveitamento, o Rubro-Negro atingiu neste ano uma característica bem desagradável aos atleticanos: a de ser um excelente visitante (para os donos da casa). O time até aqui tem o pior desempenho sem mando de campo da competição, com uma vitória e oito derrotas, marcando apenas dois gols como visitante (na vitória na estréia sobre o Ipatinga e na derrota por 2 a 1 para o Vitória). O rendimento atleticano fora de casa é pífio: 11,11% de aproveitamento dos pontos disputados.

Em casa, a situação também é frustrante para o torcedor. O time mais empatou do que venceu, com quatro vitórias, cinco empates e uma derrota – aproveitamento de 56,66% dos pontos disputados.

Outro fator que causa preocupação é o péssimo aproveitamento ofensivo do time em campo. O Atlético tem o pior ataque do Campeonato Brasileiro, com 17 gols marcados em 19 jogos (média de 0,89 gol por jogo). Não é à toa que essa posição é a que mais traz mudanças no time: até agora, o clube já utilizou oito jogadores diferentes na posição (Marcelo Ramos, Joãozinho, Júlio César, Wallyson, Willian, Pedro Oldoni, Anderson Aquino e Rafael Moura). E, apesar de tantos testes e tantas oportunidades, o principal artilheiro do clube no Brasileiro é um volante: Alan Bahia, com apenas cinco gols marcados.

Com o término da 19ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Atlético está no limite da zona de rebaixamento, na 16ª colocação, com 20 pontos. Na zona dos quatro últimos classificados estão Vasco (19 pontos), Santos (17 pontos), Fluminense e Ipatinga (ambos com 16 pontos).

O pior desempenho da era pontos corridos

Este ano, o Atlético teve até aqui a sua pior participação no primeiro turno do Brasileirão desde 2003, quando se iniciou a disputa por pontos corridos. O aproveitamento em 2008 (35,08%) é o pior das últimas seis temporadas, superando o baixo aproveitamento de 2003, quando o Atlético encerrou o primeiro turno com 37,68%, na 18ª colocação (26 pontos em 23 jogos). Se a fase não é boa, as esperanças do torcedor para fugir das últimas colocações e tentar uma participação melhor no Brasileiro são depositadas em um fator histórico: o Atlético tem um rendimento melhor no segundo turno do campeonato.

Em seis anos da disputa por pontos corridos, apenas em 2004 o clube iniciou a competição de forma que empolgasse o torcedor – não à toa, naquele ano o time brigou pelo título até a última rodada e terminou como vice-campeão. O aproveitamento atleticano no turno em 2004 foi de 55,07% (5º lugar – 38 pontos em 23 jogos).

Nos anos seqüentes, os desempenhos foram bem abaixo das expectativas. Em 2005, depois de passar várias rodadas na lanterna do Brasileirão, o Atlético terminou o primeiro turno em 15º lugar, com 25 pontos em 21 jogos – 39,68% de aproveitamento. Em 2006, o time encerrou o primeiro turno na 15ª colocação, com 21 pontos em 18 partidas – aproveitamento de 38,88% (o clube tinha um jogo a menos que a maioria dos concorrentes, já que a partida contra o São Paulo havia sido adiada). E no ano passado, o aproveitamento foi de 38,59%, com 22 pontos conquistados em 19 rodadas.

Confira o resumo do aproveitamento do Atlético no primeiro turno no Campeonato Brasileiro por pontos corridos:

– 2003: 18º lugar – 37,68%
– 2004: 5º lugar – 55,07%
– 2005: 15º lugar – 39,68%
– 2006: 15º lugar – 38,88%
– 2007: 16º lugar – 38,59%
– 2008: 14º lugar – 35,08%