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16 ago 2008 - 20h35

Mudança de turno

Primeiramente, gostaria de parabenizar a Diretoria Atleticana, pela contratação do grande preparador físico, o excelente Moraci Sant’Anna.

Medida necessária, que deixa a todos mais tranqüilos, pois teremos pernas para fugir da segunda divisão; ou quem sabe, avançar em rumo às primeiras colocações!

O primeiro turno foi muito conturbado. Saiu Ney Franco e entrou Roberto Fernandes. Acredito que nesse aspecto, ao dispensar o “retranqueiro” e o substituir por um “mais ousado”, a Diretoria agiu mais com “emoção” do que com “razão”.

Depois da dispensa de alguns jogadores, incluindo o artilheiro Marcelo Ramos, que estava numa má-fase, tudo o que era ruim, ficou pior.

Essas decisões dos dirigentes, redundaram em demissões na cúpula rubro-negra. Se foram bodes expiatórios, ainda saberemos.

Imaginem a situação dos jogadores. A equipe já não estava bem. Jogadores que não correspondiam foram dispensados. Um novo técnico novo muito exigente. Derrotas, empates.

A situação era a pior possível! Nada contribuiu para o desenvolvimento emocional do grupo! A mensagem passada para o grupo era a seguinte: “Se perder, alguém pode ser dispensado”; “Jogamos bem, mas o time perdeu, de nada adianta”. Ou seja, os jogadores “temeram a própria morte”.

Claro que só pensamento positivo não resolve nada. No entanto, se a equipe já não é, tecnicamente, das melhores, com o terror semeado em meio ao elenco, a tendência é de inevitável queda.

O time treinou tanto para evitar a derrota em vez de buscar a vitória, que o atingiu seu “auge” numa partida, de longe, a mais entediante do campeonato brasileiro, o empate com o Figueirense, na Arena. Quem viu aquele jogo, sabe que o Atlético praticou um futebol nulo, com o objetivo de não vencer; nem perder, custe quanto os ingressos custarem.

Outro aspecto a ser discutido, é a qualidade técnica do time. Roberto Fernandes é técnico, não é mágico. Tenho certeza, que no quesito “chute a gol” esse cara fez de tudo para o ataque funcionar. Ele veio aqui para mostrar trabalho. Um cara novo e ambicioso, deseja e muito, montar um grande time. Não viria trabalhar no Furacão e arriscar o seu nome.. Isso é sinal de que, realmente, o ataque não é bom. Quebra-cabeça difícil, tem solução. Quebra-cabeça impossível, nunca.

Já que o ataque não funcionava, o Roberto tentou de tudo, volante artilheiro; ala matador. Planejou ter um time com um bom contra-ataque. Retranca. Ficamos com duas opções: perdermos ou empatarmos, pois gols, não faremos. O mais absurdo de tudo é que talvez o RF não tenha culpa de absolutamente nada.

O segundo turno está aí. Vida nova. Recomeço. Comissão técnica nova. Rafael Moura, Kelly, Choco, Joãozinho, Ferreira, novas esperanças. O he-man recuperou seus poderes, o Kelly resgatou a magia do quarteto mágico, Choco é a nova revelação do futebol brasileiro, Joãozinho acabou de chegar e Ferreira voltou. “Aquele” Ferreira, é claro. Temos que recomeçar do zero, desfazer e esquecer esse primeiro turno. O campeonato brasileiro começa agora. Essa experiência sinistra do primeiro turno, deixemos ao dissabor da Diretoria, que saberá o que não deve ser feito no ano que vem.



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