17 nov 2008 - 9h32

Para Geninho, o importante era vencer

“Somos como uma corrente, todos os elos precisam ser fortes, se algum quebrar, todos quebram”. Foi assim que o técnico Geninho resumiu a mudança de atitude dos jogadores, após vencerem a equipe do Vitória, de virada, por 2 a 1. Desde que reassumiu o Atlético, já são 11 jogos, 5 vitórias, 3 empates e 3 derrotas, num aproveitamento de 54,50%.

Desde que o comandante da maior conquista do Atlético retornou ao clube, tudo mudou. E para melhor. A volta do treinador, além de representar o recente passado vencedor, deu nova esperança para os atleticanos, amedrontados com o fantasma da segunda divisão. Mais que isso, comandou a evolução na parte física da equipe e renovou o ânimo e a atitude dos jogadores, que mudaram a postura dentro de campo, além do comportamento defensivo. Geninho soube como poucos trabalhar o psicológico da equipe, que iniciou uma grande reação no Campeonato Brasileiro.

Sempre ponderado nas declarações à imprensa, o treinador comentou sobre as dificuldades da partida contra o Vitória, o equilíbrio e melhora das condições físicas dos jogadores e a importância de manter o foco para as últimas rodadas. Confira as principais declarações de Geninho, após a vitória do domingo:

O JOGO
"Vários fatores influenciaram neste resultado de hoje, o estado do gramado foi diferente em relação ao jogo contra o Figueirense, dificultou a saída de bola e a qualidade do adversário. Quem pensava que o Vitória viesse passear em Curitiba se enganou, parecia que eles estavam disputando uma classificação. Mas parece que o time está sentindo o psicológico de jogar em casa, alguns jogadores estão sentindo a cobrança da torcida. Fizemos um primeiro tempo ruim, depois tranqüilizou, mas não foi um grande jogo, o importante era vencer. Isso nos dá tranqüilidade para fazer dois jogos em outras condições".

O GRUPO
"A atitude do grupo mudou e isso foi fundamental para que os resultados acontecessem. A partir do momento que dependemos de alguém, precisamos estar unidos. Eu acho que eles não precisam ser amigos fora do clube, mas dentro tem que ser quase irmãos. Aqui somos como uma corrente, todos os elos precisam ser fortes, se algum quebrar, todos quebram. Tem que aceitar os defeitos dos companheiros também, ele me socorre e eu o socorro. Assim, todos vão ser valorizados se conseguirmos tirar o Atlético desta posição. Fomos provocando esta situação até que houve uma conversa de lavagem de roupa suja. Isso aqui era um grupo onde cada um pensava por si, hoje somos um time comprometido, onde um entende o erro do outro".

CONDIÇÃO FÍSICA
“A condição física hoje no futebol brasileiro tem um peso muito grande, é um fator determinante. E gradativamente esse time foi ganhando condições, tivemos sérios problemas no início, não que eles não aceitassem o trabalho por rebeldia, mas você colocava carga, estourava e iam direto para o departamento médico. Quando cheguei tinham seis jogadores lá e que logo viraram 12. Não eram lesões graves, eram estiramentos, contraturas musculares, tudo em cima de uma carga que o organismo do grupo não estava preparado. Então fizemos uma adequação ao trabalho, equilibramos o físico com os trabalhos com bola para que todos ganhassem condições físicas aos poucos. Hoje é um grupo que termina o jogo bem, lutando e brigando. Hoje equiparamos o patamar físico com o de outras equipes do futebol brasileiro”.

ADVERSÁRIOS
“Passei ao grupo a realidade. A partir de agora dependemos só de nós mesmos. Claro que torcemos contra quem está brigando, mesmo porque eles vão torcer contra a gente também. Mas hoje estamos a quatro pontos da zona de rebaixamento, coisa que nunca tínhamos visto desde que cheguei aqui no Atlético, e isso vai depender da gente se mantivermos o ritmo. Vamos deixar os adversários, se a gente ganhar tudo bem, faltam as mesmas rodadas para todo mundo. Vamos procurar manter essa distância desde que a gente consiga ganhar, vamos administrar rodada a rodada a situação. Ainda não vi a projeção do que pode acontecer, se 43 pontos dá, não sei, as coisas mudam toda rodada. Teremos quinta um jogo direto entre Náutico e Figueirense, onde um cai ou se safa, ou embola tudo, então é um fundamental que continuemos fazendo a nossa parte”.

MUDANÇAS e EXPECTATIVAS
“Hoje você já vê um encaixe melhor da defesa e os volantes de ajeitando melhor em campo. É claro que na continuidade as coisas acontecem de forma melhor, você sabe o que tem na mão para a próxima partida e o que pode planejar. Essa semana, se tudo correr bem, saem mais dois jogadores do departamento médico, não tivemos nenhum jogador expulso contra o Vitória. Então está acontecendo o inverso, parece que as coisas estão fluindo de maneira favorável. O grupo está inteiro, em condições melhores e espero que continue assim até o final”.

RODRIGUINHO
“Ainda não sei o q aconteceu, parece que ele se envolveu em um acidente de trânsito, mas não sei quando e como foi, parece que foi sábado depois de ter sido liberado da concentração. Não quero me precipitar porque acidente de trânsito todos estamos sujeitos, mas vamos ver o que aconteceu. Tudo o que eu falar agora seria bobagem porque apenas fui comunicado no final da tarde que ele teve um problema, eu estava focado no nosso jogo e perguntei se estava bem, se tinha acontecido algo de grave. Então isso posso começar a tratar a partir de segunda, porque eu procurei me focar no jogo e não me envolver com coisas fora do que iria acontecer contra o Vitória”.



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