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3 dez 2008 - 19h21

Duas decisões. Qual a mais importante?

Talvez não fosse esse o momento adequado para falarmos sobre eleições devido à importância do jogo do próximo domingo, mas até por uma questão de proximidade de datas dos dois eventos, acaba ficando difícil não tocar no assunto.

Já há certo tempo que não escrevia para o “Fala”, mas diante de algumas situações que tenho observado, seria até errado nós, torcedores atleticanos, nos privarmos de um debate mais aberto sobre as eleições.

Acho até que, devido a importância histórica do fato – afinal não se tinha notícia de bate-chapa anterior – a mídia em geral e até as rodas atleticanas estão falando muito pouco do assunto.

Tenho certeza que se o jogo do próximo domingo fosse “morno”, sem pretensão alguma para nós, tal eleição estaria tomando 100% da agenda atleticana. Mas quis o destino que em pouco espaço de tempo nosso futuro no futebol do próximo ano e administrativamente nos próximos três sejam decididos. Haja responsabilidade.

Ocorre que é simplesmente impossível dissociar o jogo de domingo ao futuro do clube, visto a situação que enfrentamos ser fruto de um futuro erradamente planejado há anos atrás.

Mas, enfim, o que seria melhor para o Atlético? A continuidade ou a mudança?

E nessas eleições, estas duas palavras realmente expressam o que ocorrerá com o Atlético.

É por que será difícil esperar algo diferente da chapa da situação. Vide a entrevista de Geara ao Paraná on line do dia 02/12. Uma das perguntas era:

O que faz um time ser grande?

E a resposta do candidato foi:

“Marca do clube tem que ser forte. Outras características importantes são ter credibilidade, ser inovador, trabalhar de maneira profissional e com organização, gerar orgulho no torcedor. Tudo isso faz parte do que se pretende para um grande clube.”

Pareceu os velhos discursos e entrevistas dos atuais gestores, sem tirar nenhuma linha.

E o pior: para quem diz que mesmo representando a situação, as coisas seriam “parcialmente” diferentes, mas não se falou em ganhar títulos, o que deveria ser prioridade mas parece que ainda não será, mantendo a situação.

Talvez por isso, não devam ganhar a eleição. O clube e a torcida hoje precisam de um título que se possa comemorar com chopp, e não somente os “top of mind” de pesquisas da rua quinze.

Este foi o maior dos vários pecados desta situação. O descaso com o futebol foi tão gritante nos últimos sete anos que poderá interromper um trabalho bem feito há treze em outras áreas do clube.

Hoje temos uma oposição.

No seu site, a chapa Atlético mais futebol lança uma série de propostas, todas elas sonhos de qualquer um de nós torcedores.

Das mais de vinte propostas citadas, algumas delas são de longo prazo, mas outras, bem plausíveis e não tão eleitoreiras podem ser implantadas de imediato, como a redução do gigantesco elenco, o trato com imprensa e torcida.
Dou-me por satisfeito se a oposição, se eleita, cumprir 30 % do que prometeu. Caso cumpra as 26 propostas, serão mártires rubro-negros. Esta chapa apresentou as propostas, mas ainda precisam nos dizer como realizarão aquela lista dos nossos sonhos. Espero que veículos lhes dêem microfones. Se conseguirem explicar a viabilidade de todas, merecem ser eleitos!

Lamento que ambas as chapas não tenham se lançado anteriormente para que tivéssemos mais tempo para debate, afinal, nossos próximos três anos estão em jogo.

Creio que como está não dá pra ficar. E não há garantias que com a situação, mesmo reformulada, algo será diferente do que estamos vendo. Pelas declarações, não!

É fato que mudar apenas por mudar é muito perigoso. Mas, ficar como está não seria mais?

Aos oposicionistas – mesmo não sendo tão latente nos membros desta chapa, pesa de forma contrária certo afastamento de vários atleticanos das decisões do clube na era Petráglia e o porque que várias pessoas que se afastaram ainda não voltaram, seja para apoiar ou pra criticar. Resta saber o quanto Petráglia é culpado pelo afastamento do clube de vários ilustres atleticanos. Cabe uma reflexão sobre o porquê de tanta gente boa ter simplesmente abandonado o dia a dia do clube desde 2001. Petráglia é tão egocêntrico assim, ou será que faltou um pouco mais de garra aos oposicionistas? Sair como saíram foi correto?

À situação, pesam os fracassos no futebol dos últimos anos, que culminam até em um possível rebaixamento às vésperas da eleição.

Eu já saí de cima do muro. Saia você também, seja qual for sua intenção.
Mas um fato não pode ser negado e influenciará sobremaneira as eleições:

O descenso ou não do Atlético.

O resultado do jogo será um cabo eleitoral e tanto. Resta saber a favor de quem.



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